Em Cruz Alta (RS), lavouras de trigo já apresentam ferrugem e manchas foliares devido ao clima irregular
As lavouras de trigo semeadas em Cruz Alta (RS) já sentem o impacto do clima irregular. Devido ao excesso de chuvas em junho e julho e o período um pouco mais seco e altas temperaturas registrados nos últimos quinze dias, os produtores não conseguiram realizar os tratos culturais. Com isso, as plantações apresentam doenças como a ferrugem e manchas foliares. Inclusive, em algumas áreas foi necessário o replantio.
Na visão do vice-presidente do Sindicato Rural do município, Airton Carlos Becker, é um ano difícil para a cultura desde o começo das projeções para essa temporada. “Com a quebra da safra passada e os preços baixos, tivemos uma redução de 25% na área cultivada com o cereal nesta safra”, afirma.
Além disso, com o aumento nos custos de produção, de mais de 20%, os produtores refazem o planejamento e tentam equilibrar as contas. “O produtor sabe que não pode investir muito, pois não terá uma rentabilidade grande. Em contrapartida, se não houver investimento, a produção poderá ser afetada. E sabemos que teremos um El Niño forte, o que resultará em uma primavera mais chuvosa”, explica o vice-presidente.
Apesar da preocupação, ainda não é possível saber se a situação irá impactar na produtividade das lavouras. “Ainda temos esperança de fazer uma boa colheita, tanto em produção, como em produtividade. A perspectiva é que o rendimento fique próximo de 50 sacas do trigo por hectare. Ano passado, tivemos produtores que não colheram nada”, ressalta Becker.
Preços
Na região, os preços reagiram e, atualmente, a saca do cereal é cotada a R$ 38,00. Contudo, o vice-presidente sinaliza que, o valor ainda não é o ideal, porém, caso seja mantido até a época da colheita e os produtores conseguirem colher uma safra satisfatória, poderá remunerar.
“É muito ruim para a economia da nossa região, do país, o recuo na área semeada com o trigo. A orientação é que os produtores tomem cuidado e pensem nos custos das lavouras para não ter prejuízos”, finaliza o vice-presidente.
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