Em Carazinho (RS), plantio do trigo alcança 80% e, por enquanto, chuvas não preocupam os produtores
Na região de Carazinho (RS), o plantio do trigo alcança 80% da área estimada para essa safra. E, por enquanto, as chuvas não são uma preocupação dos produtores rurais que têm até o dia 10 de julho para finalizar os trabalhos nos campos. Assim como no estado, a área destinada ao cereal registrou uma redução de 30%.
Segundo o engenheiro agrônomo da cidade, Carlos Mertins, a situação ainda á tranquila em relação à produção de trigo na região. “Sabemos que as chuvas em excesso podem afetar a safra, mas a nossa condição está normal hoje. Ainda não podemos fazer previsões pessimistas”, destaca.
Em contrapartida, os produtores estão atentos às previsões climáticas mais alongadas, já que a perspectiva é de formação de El Niño este ano. Com isso, a projeção é que a região Sul, principalmente o estado gaúcho receba mais precipitações. “Isso é uma preocupação, pois poderemos ter doenças no sistema radicular das plantas. E entre setembro e outubro, as plantas estarão em fase de florescimento e, se tivermos excesso de chuvas será uma grande apreensão”, afirma Mertins.
Antes disso, as perdas ainda podem ocorrer por lixiviação de nutrientes durante o período vegetativo da cultura, conforme ressalta o engenheiro. Paralelamente, os custos de produção estão entre 10% a 15% mais altos nesta temporada. Esse ano, o produtor que investiu uma tecnologia média, gastou entre R$ 1.500 a R$ 1.600 por hectare, consequentemente, serão necessárias entre 2 a 3 sacas do grão por hectare a mais para cobrir os custos, de acordo com o engenheiro.
O rendimento médio das lavouras de trigo da região é de 50 sacas do grão por hectare. “Nessa relação entre custos e produtividade, o produtor ficará com uma margem ajustada. Se conseguirmos vender a saca a R$ 27,00, precisaremos de uma produtividade de 54 scs/ha. Se o valor for de R$ 30,00/sc, precisaremos de um rendimento de 50 scs/ha, já se a cotação ficar em R$ 33,00, o rendimento médio precisará ser de 45 scs/ha.”, explica Mertins.
No momento, a saca do grão é cotada a R$ 30,00, o que empataria com os custos, ainda na visão do engenheiro. Contudo, os negócios permanecem lentos, uma vez que os moinhos estão abastecidos e não realizam novas aquisições do produto.
“O produtor está inseguro e temos o clima, com previsão de grandes volumes de chuvas no final do mês de junho. E a nossa região colhe o grão depois do Paraná, somos os últimos a negociar e não temos garantia. Ano passado, com a baixa qualidade do trigo, vendemos a safra entre R$ 21,00 a R$ 22,00. O produtor deve aproveitar a janela de plantio e tomar muito cuidado”, ressalta Mertins.
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