Trigo: Parte dos leilões de Pepro de 2014 ainda não foi paga e situação preocupa produtores em relação às operações futuras
O trigo na Bolsa de Chicago opera em campo positivo na manhã desta quarta-feira (17) refletindo o excesso de chuvas no Meio-Oeste americano, e acompanhando altas nas cotações de soja e milho.
Por volta das 11h20 os principais vencimentos na CBOT trabalham com ganho de 7 a 9 pontos. Segundo Marcelo de Baco, corretor da De Baco Corretora de Mercadorias o mercado opera em cadeia, por isso quando "um dos grãos desponta ele acaba arrastando os outros, e percebemos que soja, milho e trigo fazem esse movimento trabalhando em conjunto".
Para ele, a tendência no curto prazo e de volatilidade com picos de preços, haja vista que o mercado deve continuar com o foco nos eventos da safra norte-americana. "Quando tem o câmbio e Chicago em alta, é ponto de venda, sempre tem uma variável que pode anular algum efeito de alta, mas nesses momentos é interessante aproveitar", considera.
O percentual de estoques com relação à demanda mundial pelo trigo está com maior folga neste ano. Em comparação a 2014 a relação era de 25% de estoque para o consumo, já em 2015 essa correspondência passa para 28%, "então teoricamente nós temos três meses de estoques para demanda mundial". Segundo Marcelo, o próximo volume significativo de oferta que devem chegar ao mercado é da produção da Argentina e Austrália, em meados de novembro, o que mostra um intervalo pequeno.
No mercado interno com a relação de estoque confortável, a posição da Bolsa acaba refletindo mais, "porém alguns fatores locais também influenciam na formação dos preços, como a liberação de novas licenças de exportação pela Argentina. E essa oferta argentina de 1 milhão de toneladas somado a tudo que já foi liberado, temos 4,7 milhões toneladas de exportação argentina que satisfaz numericamente as necessidades brasileiras de importação", explica Baco.
Segundo ele, a demanda brasileira de trigo está sofrendo uma redução principalmente nos estados do sul e São Paulo. Além disso, as grandes indústrias não vêm a necessidade de fazer estoques de farinha, pois a oferta está "plena" sem risco de desabastecimento.
Esses fatores podem influenciar nas decisões de investimento dos produtos para essa safra de inverno. Porém "se o produtor for muito econômico, na hora de vender ele pode ser muito castigado", alerta Baco.
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