Apesar das altas pontuais, mercado da soja ainda tem viés de baixa e segue bastante especulado
Na manhã desta terça-feira (16), os futuros da soja na Bolsa de Chicago trabalham em campo positivo refletindo os números do boletim de acompanhamento de safra divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
De acordo com o analista, Flávio França, as cotações na CBOT operam por mercado climático, haja vista que tivemos uma "primeira metade do mês de junho bastante úmida no Meio-Oeste americano, pegando também a parte sul das planícies, e isso prejudicou o trigo de inverno e começou atrapalhar a safra de verão".
O novo boletim semanal de acompanhamento de safras mostrou que o plantio da soja para a safra de verão está atrasado com relação à média histórica. Até o último domingo (14) a semeadura alcançou 87% da área, contra média história de 90% neste período.
O USDA informou ainda que 67% das lavouras de soja dos EUA estão em boas ou excelentes condições, contra 69% da semana anterior e 73% do mesmo período do ano passado. Além disso, são 27% das plantações em situação regular e 6% em condições ruins ou muito ruins.
Segundo França, a previsão para os próximos cinco dias é de chuvas no Meio-Oeste, "mas isso ainda não repercute em perdas efetivas de safra". A expectativa neste momento é quanto à necessidade de replantio de algumas áreas. "Se as chuvas acontecessem dois meses para frente, nós estaríamos com o mercado em limite de alta, mas essa chuvarada em junho tem um efeito prático de perdas ainda muito pequeno", explica.
Mesmo com a volatilidade observada no mercado nos últimos dias, França considera que a tendência ainda é baixista principalmente para os contratos de safra nova americana. Para o contrato novembro - referência para a safra dos EUA - "existe a possibilidade de romper os US$ 9/bushel", por conta das sequentes safras recordes da America do Sul e Estados Unidos, e que significa que a oferta segue forte.
As comercializações com a safra velha apresentam neste momento um spread de quase US$ 40 cents, favorecendo os negócios com a safra 2014/15. De acordo com França, cerca de 25% da safra ainda falta ser comercializada no Brasil, e "o câmbio com tendência de alta" pode trazer janelas de negociação para safra velha.
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