Colheita no hemisfério norte e demanda fraca nos EUA fazem trigo recuar em Chicago. Já no Brasil, há espaço para novas altas

Publicado em 07/05/2015 17:00
Colheita da safra de inverno no hemisfério norte e demanda fraca pelo trigo norte-americano fazem Chicago recuar. Já no Brasil, ainda há espaço para novas altas

O mercado em Chicago fechou em baixa nessa última quinta – feira (7). O motivo da queda foram as boas condições da safra nos EUA e a fraca demanda pelo trigo americano, devido à valorização do câmbio.

Para Jonathan Pinheiro, analista de safras e mercados, com a queda na bolsa de Chicago, o relatório de vendas americanas, registrou um número significativo de cancelamentos nas exportações.

”O Brasil importou muito mais o trigo argentino do que o americano. Foram 310 mil toneladas do argentino, contra 68 mil toneladas do americano”.

Contudo, a pressão negativa é devido à entrada da safra. “Vale ressaltar também que na próxima semana sai o relatório do USDA, (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) referente a safra 14/15, e isso pode influenciar o mercado”, lembra o analista.

No entanto, o produtor deve ficar atento. Caso haja um acréscimo na produção, a tendência do mercado é de queda, porém, se houver uma redução no desenvolvimento da safra, a estimativa é de alta.

Brasil

Com a valorização da moeda americana acima dos R$3,00, o cenário é positivo para o mercado interno, devido à qualidade de exportação nacional, tornando o trigo mais competitivo no mercado mundial.

Para Pinheiro, o momento é de poucos negócios. “O mercado interno segue parado, bem estocado. Pelo menos dentro de 60 a 90 dias, as principais regiões produtoras de trigo não vão precisar comprar”.

Diante desse cenário, a oferta é pouca. “Com a entrada da safra aqui no Brasil, a expectativa é de baixa. O ideal é que o mercado acompanhe a volatilidade do dólar”, orienta Pinheiro.

 Os preços no Brasil seguem em torno dos R$ 710,00/tonelada no Paraná e R$ 650,00/tonelada no Rio Grande do Sul. Preço que comparado ao trigo comprado pelo país, torna-se competitivo.

“Tem espaço para novas altas no mercado interno. O trigo argentino está 12% a cima do nacional. O trigo hard está 20% mais caro e o soft em torno de 10% com estimativa de alta”.

 

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Por:
Aleksander Horta//Nandra Bites

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