Soja: Dólar mais baixo ainda mantém vendas lentas no Brasil apesar das recentes altas em Chicago
Publicado em 30/04/2015 11:05
Grãos: No Brasil, foco para mercados de soja e milho está voltado para o dólar e a volatilidade que ainda está presente no mercado. Câmbio mais baixo trava a comercialização no país. Já no quadro internacional, destaque para o clima e para o desenvolvimento da nova safra dos Estados Unidos.
Na sessão de quarta-feira (29), o mercado da soja rompeu o patamar dos US$ 9,80/bushel nos principais vencimentos, e iniciou nesta quinta-feira (30) dando sequencia neste movimento positivo.
Para Camilo Motter, na Granoeste Corretora de Cereais os fatores que colaboram com essa alta são, os bons níveis de exportação que os Estados Unidos continuam realizando - em torno 500 mil toneladas exportações na última semana -, aliado a lentidão nos embarques da América Latina, que no ano passado alcançaram 17,3 milhões de toneladas entre fevereiro e abril, mas neste ano devemos ficar abaixo dos 13,5 milhões de toneladas de soja, segundo avaliação do analista.
"A produção neste ano foi maior, por isso o mercado espera um volume de embarques superior ao registrado no ano passado", contudo os dados divulgados até o momento não confirmam esse tendência elevada nas exportações por conta dos preços não favoráveis, afirmou Camilo.
Além disso, os dados divulgados sobre o cultivo norte-americano dão conta de que até a segunda-feira (27) só havia sido cultivados 2% da área total, contra os 4% na média histórica, e esse cenário também pode ser um elemento positivo em Chicago, explica Motter.
Já no mercado interno, a volatilidade do câmbio tem sido a principal variável na formação do preço da soja nos últimos 60 dias, e o dólar "nesses patamares tem feito com que as cotações oscilem pouco". Atualmente a soja cotada a R$ 61,23/saca na referência Cepea/Esalq não favorece as comercializações.
"O produtor está agindo com muita cautela, porque se o preço fosse formado basicamente pela alta da commodity no mercado internacional seria diferente, mas como ele está vendo que essa formação é basicamente pelo cambio, está levando em consideração também o custo da próxima safra. Portanto, esse é um preço inflacionário e não real", afirma o analista.
Para ele, no curto prazo o dólar pode ter novas altas, por isso é necessário entendimento político para que seja implantadas medidas de superávit primário para que os investidores voltem a ter confiança no governo.
Porém, um fator positivo neste cenário tem sido os prêmios pagos pelos portos, que estão "refletindo a demanda internacional, e a necessidade das traders de embarcar soja", considera Motter.
Além disso, o mercado internacional está voltado às condições climáticas dos Estados Unidos - que até o momento são favoráveis – para compor os preços na Bolsa.
Milho
O recuo do dólar nos últimos dias, também tem colaborado para pressionar os preços no mercado interno. Além disso, a boa perspectiva de produção no milho safrinha tem sido outro aspecto negativo na composição das cotações.
Motter afirma, que enquanto o cenário do milho safrinha for positivo, a tendência é que o mercado continue pressionado. No Porto de Paranaguá o milho é comercializado de R$ 27,00 a saca, uma queda de 10% desde a última semana.
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Por:
Carla Mendes e Larissa Albuquerque
Fonte:
Notícias Agrícolas
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