Grãos: No Brasil, volatilidade do câmbio deve limitar avanços nos preços de soja e milho; na CBOT, foco no clima dos EUA
Após consecutivas sessões de baixa o mercado futuro da soja fechou a terça-feira (14) com alta de 10 pts, dando continuidade ao movimento positivo nesta quarta-feira (15). Chicago tenta manter os US$ 9,60/bushel.
Segundo Camilo Motter, analista de mercado da Granoeste Corretora, os fundos se apresentaram compradores, o dólar enfraquecido deixou a moeda mais competitiva, a China voltou ao mercado, e os produtores americanos também recuaram no mercado físico.
As exportações brasileiras de soja em fevereiro e março ficaram próximos das 9 milhões de toneladas, contra as 12 milhões de toneladas para o mesmo período do ano passado. Em abril, o volume exportado também segue inferior a 2014, dando sinais de que o abastecimento interno poderá ser mais "confortável" no período de entressafra.
"Estamos em um ritmo muito lento nas exportações brasileiras. A China foi forte, um pouco acima do ano passado, mas não é também um número para comemorar muito, ela está um pouco mais alta, mas não em um percentual muito expressivo a ponto de impactar fortemente", explica Motter.
Na composição dos preços no mercado interno, no curto prazo, o fator determinante será o câmbio, que deve continuar volátil, pois ainda não "há nenhuma certeza sobre o ajuste econômico, e na confiança do investidor também não mudou praticamente nada nesse período", afirma.
Porém, com o fim do mês de abril o clima deve ser o fator pelo qual todo o mercado deve se voltar na expectativa da produtividade da safra norte americana. "Neste ano a sensibilidade do clima vem do baixo preço praticado, e em anos anteriores eram os estoques que promoviam isso", explica o analista.
De acordo com a média história, até o inicio de maio 8% a 10% da soja já estava semeada, e no milho em torno de 30% a 35% na virada de abril para maio. Porém, até a segunda-feira (13) apenas 2% da soja havia sido semeada.
Milho
O clima também será determinante para a formação dos preços do milho. Nos últimos dias o mercado teve quedas, impulsionado "pelo bom desempenho do trigo norte americano", que compete diretamente com o milho na destinação de ração animal.
Nas últimas semanas, a chuva no cinturão produtivo dos Estados Unidos melhorou as condições das lavouras de trigo, causado derrubadas nos preços e puxando também as cotações do milho.
Em Chicago os principais vencimentos variam de US$ 3,70 a US$ 3,90 o bushel, passível de sofrer qualquer alteração ao menor sinal de perdas com as condições climáticas.
No mercado interno, a acréscimo da oferta pelo milho safrinha - em torno de 76 a 78 milhões de toneladas - faz necessário um volume de exportação na casa dos 20 a 22 milhões de toneladas, já que os estoques de passagem também estavam elevados.
"Os patamares de preço no mercado interno devem ficar acima do ano passado, embora o preço internacional possa ser menor - se o clima favorecer -, o câmbio vai compensar essa queda internacional. Isso já podemos visualizar com certa clareza", explica o analista.
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