Importações de carne suína pela China devem diminuir neste 3º tri, aponta Rabobank

Publicado em 06/08/2021 15:15 e atualizado em 06/08/2021 16:22
Wagner Hiroshi Yanaguizawa - Analista de Proteína Animal do Rabobank
Analista aponta como fatores a maior oferta da proteína produzida na China, preços baixos e demanda enfraquecida

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Suinocultura na China

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O cenário de aumento no volume de carne suína produzida na China e fraca demanda, puxando os preços para baixo, deve fazer com que as importações da proteína pelo país caiam neste terceiro semestre, conforme explica Wagner Yanaguizawa, analista de mercado do setor de proteína animal do Rabobank. 

Segundo ele, neste primeiro semestre, em comparação com o mesmo período de 2020, houve um aumento de 36% no volume de carne suína produzida na China. Entre os fatores citados pelo analista estão o aumento no rebanho, a pressão nos abates, uma vez que a Peste Suína Africana (PSA) e novas variantes do vírus ainda circulam no país, e o abate de suínos mais pesados.

"Alguns suinocultores chineses, em uma expectativa de que os preços subissem, seguraram os animais na granja, e como essa alta nos preços não aconteceu, estes suínos foram para abate com peso de 20% a 40% maior do que o normal, aumentando a oferta e pressionando ainda mais os preços da carne para baixo", explicou.

Yanaguizawa lembra ainda que a China está registrando novos picos de Covid-19, causados principalmente pela variante Delta, o que acaba ajudando a limitar o consumo. 

Apesar do cenário desenhado para o terceiro trimestre, para o quarto trimestre há a possibilidade de que as importações de carne suína pelo país voltem a ter crescimento, mas isso ainda não é algo certeiro. 

"Tudo vai depender da volatilidade do mercado, da demanda, da oferta de carne suína e dos preços. Hpje, o preço no mercado interno está mais atrativo do que o da carne importada, e o Governo chinês está até fazendo algumas compras pontuais de emrcadoria local para tentar levantar os preços", disse.

Nas perspectivas do Rabobank, conforme explica o analista, considerando um cenário de 2021 em que o Brasil siga exportando os mesmos volumes para os demais países e que haja uma queda de 20% nos embarques para a China, a exportação de carne suína brasileira ainda assim deve crescer 2,5% em relação a 2020. No ano passado, o Brasil exportou mais de um milhão de toneladas da proteína, de forma geral, batendo recorde. "Se a China diminuir em 10% as compras, o Brasil ainda encerra este ano com ampliação de 5,3% nas exportações de carne suína", explica Yanaguizawa.

Apesar da boa perspectiva para este ano, o analista pontua que há um sinal de alerta para a suinocultura brasileira, que deve começar a pensar em controlar a produção, uma vez que em 2022 a China deve seguir com os planos de recuperação do plantel suíno. 

 

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Por:
Letícia Guimarães
Fonte:
Notícias Agrícolas

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