Sem acordo, integrados à BRF de Lucas do Rio Verde (MT) devem suspender alojamentos de aves na segunda-feira (14)

A partir da próxima segunda-feira (14) cerca de 480 aviários que são integrados à BRF de Lucas do Rio Verde (MT) vai deixar de aceitar novos lotes de pintinhos para alojamento. A paralisação representa 70% dos aviários integrados à empresa, que aloja no total de 700 aviários integrados 450 mil aves/dia. 

O diretor executivo da Associação dos Produtores de Proteína Animal (Appa), Pabro Artifon, explica que a greve se dá pela falta de acordo com a BRF em estabelecer reajustes positivos que façam com que os avicultores tenham renda semelhante à proporção de rentabilidade do início de 2020.

Ele explica que todo final de ano é feito uma cordo entre integrados e empresa para estabelecer os cálculos que envolvem inflação sobre combustíveis, gastos com energia elétrica, mão-de-obra, depreciação das granjas, e reajustar os preços pagos pelas diferentes modalidades de frango produzidas nas propriedades. 

"Acontece que desde novembro de 2020 estamos tentando essa negociação, mas ao invés de propor aumento nos valores pagos, a empresa quer baixar, e as quedas podem chegar a 13,3% em algumas das modalidades de produção. O que os produtores solicitam é um reajuste positivo entre 10% a 12% para poder seguir tendo renda", disse Artifon. 

De acordo com ele, a decisão da paralisação foi tomada em assembleia realizada na segunda-feira (7), sendo que o grupo comunicou a BRF sobre a greve ontem (8), mas reforçou que os avicultores que aderiram ao movimento irão cumprir com os alojamentos da semana e devem iniciar a suspensão no dia 14. 

"Após a notificação da BRF, a empresa enviou e-mail propondo uma reunião com a Comissão de Acompanhamento, Desenvolvimento e Conciliação da Integração (Cadec) para quinta-feira (10) pela manhã, mas se não houver acordo entre as partes, a paralisação está mantida", afirmou. 

O QUE DIZ A BRF

Em nota, a empresa alega que "informa que está em negociação constante com os produtores, como sempre foi feito em reuniões de CADEC. A Companhia reforça que toda a cadeia de produção sofre fortemente com os custos".