Cai o preço do feijão carioca e o produtor recua nas vendas
Neste momento, os preços do mercado do feijão vêm apresentando baixa, consequência do início da colheita do Paraná, que vem concentrada em um período no qual as empresas saem do mercado.
De acordo com Marcelo Lüders, analista da Correpar, os negócios giram em torno dos R$130/saca para o feijão carioca. Com essa queda, a maioria dos produtores estão preferindo recuar. Com início no mês de janeiro, as empresas irão começar a recompor os estoques. O feijão preto gira em torno de R$200 a R$230, mas com tendência a recuar após a volta dos compradores ao mercado.
Fazendo uma retrospectiva do ano de 2016, o analista destaca o Fórum da Comercialização realizado em Foz do Iguaçu (PR), no qual ocorreu o lançamento do feijão ártico, desenvolvido pela Embrapa, que é um feijão branco que gera a possibilidade de diversificação. Soma-se a esse time também o feijão nuance, que é um feijão rajado e muito consumido na região nordeste, desenvolvido pelo IAC.
A diversificação faz com que o consumidor tenha essa diversificação nas gôndolas. Para os atacadistas e empacotadores, esse movimento também é bom, mas não está garantido se os produtores não possuem a semente certificada. "Mas o produtor tem agora a oportunidade de explorar esse mercado que é muito interessante", diz Lüders. "Faltava ter uma possibilidade de constância no abastecimento".
Um outro fator destacado para o ano é a revolução na comunicação entre produtores que acabou definindo os números no mercado. Por meio de grupos de produtores criados no WhatsApp, eles puderam trocar ideias de preços e produção, portanto, a interatividade foi fundamental para o setor.
Pensando nisso, em 2017 o Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (IBRAFE), em parceria com o Notícias Agrícolas, lançará um portal no qual todas as informações sobre o feijão estarão no mesmo lugar, além de oferecer um espaço para discussões de mercado e comercialização, possibilitando uma discussão mais ampliada do que é tratado no aplicativo de mensagens.
Além das questões já conhecidas de produção, em janeiro haverá mais continuidade de oferta e as empresas de pesquisa desenvolvem feijões que permitem o armazenamento até 90 dias, o que poderá fazer com que o produtor não tenha que vender rapidamente. O IAC também irá lançar o feijão tigre - de acordo com Marcelo, ele poderá constar na história assim como o feijão carioca, também desenvolvido pelo instituto.
Ele chama ainda a atenção para o dia 18 de janeiro, conhecido como o Pulse Day, no qual haverá uma celebração do feijão e dos demais pulses - ou seja, um dia para comemorar, consumir e manter aceso o consumo para estes grãos.
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