Discurso de Dilma Rousseff responde o que nem lhe foi perguntado, diz Telmo Heinen
Em seu pronunciamento realizado ontem (8), a Presidente Dilma Rousseff - que era para falar sobre o Dia Internacional da Mulher - usou o espaço em rede nacional para tentar explicar algumas atitudes de seu governo. Houve manifestações (panelaço) em alguns estados do país com as declarações de que as críticas sobre a atual situação política eram exageradas.
De acordo com Telmo Heinen, a presidente utilizou daquele momento para responder questões a quais não foram perguntadas, e não reconheceu as atitudes equivocadas de seu governo. "Eles não tem coragem de escolher outro dia da semana para responder aos questionamentos da crise nacional, então ela quis aproveitar o Dia Internacional da Mulher - e por sinal falou muito pouco sobre o tema - se referindo mais a crise, só que não fez uma autocrítica, falando até da culpa da crise de 1929. E a economia na gestão dela praticamente nenhuma palavra", declarou com indignação.
Para ele, a presidente precisaria ser mais sincera e clara com as suas atitudes, para que dessa forma a população possa dar a paciência a qual ela solicitou e não declarar apenas que "precisamos arrecadar mais para fazer frente às conquistas sociais que já foram implantadas", e ainda dizer que os 'sacrifícios' que a sociedade tem enfrentado nos últimos meses foram feitos de forma igualitária a todos os setores do país.
Nesta terça-feira (10), provavelmente, será apreciado o veto ao aumento no desconto do imposto de renda e, sendo derrubado, a atitude seria uma indicação de que o litígio entre o executivo e legislativo está aumentando, oq eu intensifica ainda mais a fragilidade do governo.
Além disso, há ainda as discordâncias que apareceram com as denúncias da Operação Lava-Jato, Petrolão e a lista divulgada pelo Procurador-Geral, Rodrigo Janot. Segundo Telmo, "costumeiramente antes de serem denunciados para investigação, pessoas que ocupam cargos importantes são chamadas pelo Procurador da República chama os acusados e para uma sindicância - para chegar a conclusão se os fatos eram verídicos ou não". No entanto, o contrário aconteceu e os nomes foram encaminhados diretamente à polícia federal, deixando os envolvidos descontentes com a postura do governo.
Da lista de Janot, alguns nomes o surpreenderam como o do deputado federal Sandes Júnior (PP - GO), o deputado federal Roberto Balestra (PP - GO) - dono de uma usina de álcool e açúcar no estado do Goiás e atuante na Frente Parlamentar da Agricultura - e o deputado federal Luis Carlos Heinze (PP/RS). "Fico admirado porque durante os casos de delação premiada, foi noticiado com ênfase que a delação só propiciaria diminuição de pena para o delator caso ele apresente fatos verídicos, então fico em dúvida se isso foi levado em conta dessa maneira, ou se mais uma vez só foi considerado o mérito da questão e o rito processual" considera.
Crédito aos produtores rurais
Depois das eleições de 2014, segundo Telmo Heinen, o governo reduziu significativamente a liberação de creditos aos produtores, e muitas liberações estão paradas aguardando verba "isso levou o Ministério da Agricultura a se mobilizar e descobrir onde tem verba parada e uma delas é a destinada ao programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono), a qual tem diversos empecilhos práticos que levam o produtor a desistir", afirma.
Um desses obstáculos é a necessidade de o produtor se encaixar no sistema integração lavoura-pecuária-floresta, e há produtores não interessados nesse sistema. "O pecuarista tem um pasto degradado e quer fazer uma lavoura, mas não necessariamente ele quer fazer uma floresta, então um dos três pés do tripé fica faltando", explica Heinen. "Esse é um dos motivos que levam o produtor a desistir do crédito no Programa ABC, mesmo com o aumento no limite de 2 milhões para 3 milhões de reais", completa.
Além disso, há ainda a sazonalidade do mercado para cada cultura e isso também desestimula o produtor rural em determinados casos, como no cultivo de eucalipto, por exemplo, que exige elevados custos de produção e tem momentos de preços que não são remuneradores o suficiente.
"Na prática acontece o seguinte, as pessoas que fizeram financiamentos para plantar eucalipto e outras florestas, agora que chegou a época da colheita não tem mercado, não tem preço e isso desanima", declara Telmo. Dessa forma, o produtor opta por não investir nesta linha de crédito, ao mesmo tempo em que as outras formas de financiamento estão com seus volumes esgotados.
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