Governo venceu caminhoneiros pelo cansaço e ainda não há nenhum acordo efetivo com as lideranças
A greve dos caminhoneiros começa a perder força no país, e lideranças do setor continuam em Brasília negociando soluções para as reivindicações dos caminhoneiros. De acordo com deputado federal, Jerônimo Goergen (PP-RS), o governo apostou no 'cansaço' do movimento e não se articulou previamente para buscar soluções. No entanto, nas reuniões realizadas ontem (03) em Brasília, ficou acordado um prazo para a próxima terça-feira (10), quando se tentará uma nova negociação com o governo.
Segundo ele, a bancada agropecuária defende a suspensão da cobraça dos PIS/Cofins - que voltou a ser cobrado no mês de fevereiro deste ano - onerando diretamente R$ 0,22 no preço do combustível. Sendo assim, para haver retomada de rentabilidade no setor - além da aprovação da Lei dos Caminhoneiros e a prorrogação das dívidas - é preciso retirar por um período, ou integralmente, a cobrança desses tributos que afetam diretamente no preço do óleo diesel.
"O governo tem sido incisivo na questão do PIS/Cofins, então nós poderemos chegar novamente a um impasse no dia 10, no entanto a pressão terá que ser redobrada, no aspecto legislativo/parlamentar. E eu espero que o governo entenda que não deve excluir os políticos dessas negociações", declarou.
O movimento que nasceu de forma espontânea, sem organização dos sindicatos, foi subestimado pelo governo federal, afirmou o deputado, "é um governo sem estratégia e humildade, acham que o poder é para atropelar - foi assim que instigaram a força nacional a atuar em cima dos caminhoneiros - então ao governo falta humildade”.
Além disso, a crise econômica que o país tem enfrentado nos últimos meses, gerou a necessidade da implantação de diversos pacotes e medidas para estabilizar a economia. No entanto, como declarou Goergen, esses pacotes solucionam alguns problemas, mas causam outros. No setor agropecuário, por exemplo, as exportações de soja, no inicio deste ano, ficaram abaixo do esperado.
Aumento da energia elétrica
Para o deputado, ao elevar os custos da energia, o produtor rural é afetado diretamente, contudo a população em geral também fica prejudicada com as contas de luz mais caras. "Faltaram investimentos para a energia, está o exemplo de Belo Monte, onde pagaram propina para uma obra que não andava. A implantação de tantas estruturas e infraestruturas, que a corrupção impediu", declarou. Dessa forma, é fundamental que a população também perceba que essas mudanças vão afetar todo o país.
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