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Molion descarta La Niña Clássico, mas confirma resfriamento do Pacífico, e agora?

Publicado em 25/10/2021 16:09 e atualizado em 25/10/2021 18:48
Luiz Carlos Molion - Climatologista
A previsão por similaridade, adotada pelo climatologista, aponta para risco de veranico em janeiro e redução drástica das chuvas em março

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Entrevista com Luiz Carlos Molion - Climatologista sobre o La Niña

Na semana passada, a Administração Oceânica e Atmosférica (NOAA) divulgou 87% de uma nova atuação do La Niña entre dezembro e fevereiro de 2022. Em entrevista ao Notícias Agrícolas, Luiz Carlos Molion descartou a previsão de um La Niña com características clássicas, mas confirmou o resfriamento do Pacífico. + Em atualização divulgada nesta 5ª, NOAA confirma 87% de chance de La Niña entre dezembro e fevereiro

"Esse resfriamento que está aí não é um La Niña clássico. Teríamos que ter um sistema de alta pressão atmosférica ao longo da costa oeste da América do Sul e os ventos estarem mais fortes, porque aí vão tirar água da costa e jogar para o interior do Pacífico e por continuidade a água fria profunda aflora até a superfície fazendo com que as temperaturas próximo da costa fiquem mais frias que o normal. Nesse fenômeno que está ocorrendo agora nós não estamos vendo isso", explica. 

Molion destaca que é importante que o produtor esteja atento com as condições climáticas, sem contar com excesso de chuvas nas regiões Nordeste e Norte do Brasil, lembrando ainda que o Sul e Sudeste do Brasil são as áreas que mais vêm sofrendo com os impactos das condições climáticas dos últimos dez anos.

 

 

Molion explica ainda que as águas estão drias na região do Niño 3.4. "Mas não é um La Niña clássico. O que vai afetar a distribuição dechuvas no Brasil é a circulação global da atmosfera, particularmente as ondas de Rossby provocadas pela instabilidade do jato polar no inverno do Hemisfério Norte, e não a temperatura do Oceano Pacífico tropial", afirma. 

Até dezembro as previsões do climatologista indicam chuvas regulares nas regiões Norte e Nordeste, com possibilidade de redução entre 60mm e 100mm no acumulado do trimestre no leste do Pará e áreas do Tocantins. "Mas de maneira até excesso de chuvas nas regiões Sul e Sudeste, no Sudeste principalmente na região das serras de Minas Gerais, o que é ótimo porque vai contribuir bem para o encher os reservatórios", comenta. 

Segundo Molion, o cenário pode começar a ficar preocupante a partir do ano que vem, principalmente no mês de março - que tem a previsão redução nos volumes de chuva. Goiás, Tocantins, boa parte do sul do Pará e Maranhão, norte e noroeste do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, oeste da Bahia e Minas Gerais podem ter uma redução entre 20% e 80% nos volumes de chuva. 

Confira a previsão completa no vídeo acima

 

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Por:
Notícias Agrícolas
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Mauro Costa Beber Condor - RS

    Eu concordo com a previsão comparativa com anos do passado onde as condições dos oceanos estavam semelhantes com as de agora. A comparação de similaridade com o ano de 2006 me parece não acontecer com 2021. Em 2006 o oceano Pacífico estava com anomalia positiva de temperatura, esse ano ele está com anomalia negativa, portanto totalmente diferente de 2006. O ano mais parecido do passado com este, em outubro, é o ano de 2017, ainda assim no lado do oceano Atlântico as anomalias estão diferentes de 2017 e isso tem que ser acompanhado. Outra observação que faço depois de 5 anos de estudo é que o tempo não segue como comparativo a um ano do passado até o final do verão pois há variações nas temperaturas dos oceanos a cada mês é isso também muda as condições climáticas. Cada mês deve ser comparado a mês do passado. Escrevo isso para colaborar com o entendimento do clima, pois estudo muito este assunto. (Mauro Costa Beber, Condor, RS, 25/20/2021).

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