Redução de chuvas nas cabeceiras do Paraná e S. Francisco tende a ser mais frequentes nos próximos anos, diz Molion
Em entrevista ao Notícias Agrícolas, Luiz Carlos Molion confirma a gravidade da emergência hídrica que atinge boa parte do país. Os dados mostram que na bacia do Rio Paraná, por exemplo, foi registrado uma redução de chuva de 400 mm nos últimos 180 dias. "É bastante significativa nessa região. Choveu bem até janeiro, mas a partir de fevereiro passou a chover menos", comenta.
O especialista explica ainda que a redução nas precipitações aconteceu devido a uma diminuição no transporte de umidade e uma alta pressão que cria uma inversão de temperatura e acaba inibindo a formação de chuvas. "A minha preocupação é que isso não é de agora. Isso já vem acontecendo lentamente nessa região que é chamada divisor de águas", acrescenta.
Confira os gráficos abaixo:
Confira a análise escrita por Luiz Carlos Molion:
Vê-se, claramente, que o leste do Brasil, entre 0°- 25°S de latitude, apresentou reduções de até 30 mm por mês em média [cor verde-abacate], o que daria redução anual da precipitação de 360 mm.Observa-se redução também na vazão do rio São Francisco inserido na região, já que a bacia hidrográfica é um “grande pluviômetro”. Por exemplo, o posto fluviométrico de São Romão [ANA, Código 43200000], que delimita o Alto São Francisco, sofreu uma redução de 664 m3/s[40%] no período 2011-2020, o que significa menos água para geração de energia elétrica e irrigação. A questão é se a precipitação vai diminuir como ocorreu no período 1946-1975?
Com relação a mudanças do clima global, a corrente vigente, alardeada pela mídia, é a histeria do aquecimento global antropogênico e suas consequências, sem que se apresente alguma comprovação científica. Todos as projeções são feitas com modelos de clima global [MCG} e há um caloroso debate na comunidade científica quanto à credibilidade, à confiabilidade e à utilidade das projeções de longo prazo feitas por MCG, uma vez que eles não conseguem reproduzir o clima passado e não conseguem prever a quantidade precipitação do mês seguinte. Na contramão, existe maior probabilidade que ocorra um resfriamento global nas próximas duas décadas. O Sol, a fonte de calor primária para o Planeta Terra, está entrando num mínimo de atividade, mínimo esse que ocorre a cada 100 anos aproximadamente. O físico dinamarquês HenrikSvensmark afirma que a diminuição da atividade solar enfraquece o campo magnético solar e permite entrada de um número maior de partículas de alta energia provenientes do espaço exterior, impropriamente denominadas raios cósmicos galácticos [RCG], em nossa atmosfera.
cOs RCG aumentam a cobertura de nuvens do Planeta que, por sua vez, reduz a entrada da radiação solar, como quando se fecham as cortinas de um recinto envidraçado. Consequentemente, os oceanos se esfriam e, com eles, o clima. Oceanos mais frios evaporam menos água e atmosfera mais fria tem uma capacidade menor de armazenar umidade, logo a precipitação pode diminuir globalmente. Portanto, é possível que essas áreas venham a apresentar uma redução de 10% a 15% em seus totais pluviométricos anuais nesses próximos 10 anos em que o Sol estará num mínimo de atividade. Embora pequenas, tais reduções podem ser críticas em localidades nas quais a precipitação está no limite ou próxima dele.
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