Previsão de veranico para janeiro já está presente em diferentes regiões de soja do país. Intensidade e risco ainda variam
Em entrevista ao Notícias Agrícolas, Cristina Queiroz da Rural Tecnologia explica que há risco de veranico para janeiro, mas diz que ainda não é possível afirmar qual será a intensidade do fenômeno e como as chuvas irão se distribuir.
Falando especificamente de soja, a especialista utilizou o Cropview, ferramenta de monitoramento da lavoura, para fazer simulações relacionando data de plantio, ciclo da cultivar, tipo do solo e coordenadas geográficas da região.
Pelo modelo, foi possível ver que em Figueirópolis, no Tocantins, uma lavoura plantada em 5 de novembro de uma cultivar de 120 dias, com solo com teor entre 16 e 35% de argila, as chuvas ocorridas no momento do plantio foram poucas, mas na quantidade exata para a necessidade da planta. No entanto, tem previsão de escassez de chuvas para janeiro, quando o balanço hídrico da lavoura, neste exemplo, mostra um recuo das chuvas mais acentuado do que na média de 10 anos.
"Nós já estamos ouvindo falar de veranico, mas o quanto isso reflete na produção, ainda é cedo para falar. Estamos passando por um momento de bastante chuva, mas no final de dezembro, começo de janeiro, os volumes começam a diminuir, o que é preocupante, porque, neste ensaio, é justamente no período de floração da lavoura, momento em que a planta mais exige água", disse.
Alterando a data da simulação para o plantio em 25 de novembro como data de plantio, mostra que também não tem penanização, mas há previsão de chuva na colheita. Entretanto, com o plantio tardio, o florescimento será com mais chuva.
Outro exepmplo simulado pela Cristina na ferramenta foi de Campo Novo do Parecis, no Mato Grosso, para o qual ela mostrou que as chuvas demoraram a chegar e vieram de forma irregular. Em um plantio feito em 20 de outubro e ciclo de 130 dias, não tinha chuva suficiente, e novembro sofrido, com déficit e penalização. Se colocoar um ciclo de 120 dias, tem outro cenário. "Nesta condição, não tinha chuva quando plantou, então o produtor precisava confiar que a chuva se estabeleceria depois".
Dezembro tem uma sinalização grande de chuva, e janeiro tem um consumo de água normal. Não chega a dar excedente, mas tem menos chuva que o normal para essa época do consumo da planta. Em janeiro o volume de chuva a tendência é diminuir de 100mm para 90mm, sem penalização, segundo o modelo.
Para Cascavel, no Paraná, plantio dia 30 de setembro, ciclo 120 dias, a lavoura teve boa condição. Saiu com dificuldade, pouca chuva, e por enquanto, pouca penalização. "Quando olhamos o balanço hídrico, vemos que não só a chuva atrasou, mas que entre a data de plantio e o momento atual o volume está bastante abaixo da média. Mas quando a gente vê a penalização, foi de 2% nesta situação. A chuva pega o embalo na hora da colheita", explicou.
A FERRAMENTA
O Cropview é uma ferramenta para auxiliar o produtor rural a checar as condições climáticas, aliadas à região de plantio, tipo de solo, cultivar e ciclo. Desta maneira, é possível ver em quais datas o plantio e a colheita são mais propícios, além de quando fazer as pulverizações.
Inserindo os volumes de chuva coletados nas áreas plantadas no sistema, também é possível enriquecer a base de dados e ter informações mais assertivas para melhorar a produtividade e reduzir custos e perdas.
O Notícias Agrícolas e o CropView têm parceria para que o produtor que acompanha o site possa experimentar a ferramenta de forma gratuita por um mês. Para se cadastrar basta acessar o site www.cropview.com.br ou a página Realidades da Safra no Notícias Agrícolas, onde há um botão de link direto para o CropView.
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