Inmet alerta para volumes significativos de chuvas no Centro do Brasil e no Matopiba
Nas últimas 24 horas, a chuva caiu de forma torrencial entre o norte do Pará e do Maranhão. A intensificação da Zona de Convergência Intertropical e a incidência de ventos moderados a fortes de nordeste/nordeste na costa norte do Brasil favoreceu a formação de nuvens muito carregadas. A imagem de satélite abaixo, da manhã deste domingo (04) mostra essas nuvens em tons vermelhos e laranjas.
No Pará, onde mais choveu cidade foi na cidade de Bragança, que acumulou incríveis 209 milímetros entre 9 h de sábado e 09 h deste domingo (horário de Brasília), de acordo com medições do Cemaden.
A capital Belém acumulou 145 mm de chuva nesse período. Na estação convencional do INMET, a capital acumulou 132,3mm, o maior volume de chuva em 24 horas desde janeiro de 2017, quando a chuva acumulou 94,8mm entre os dias 24 e 25.
No mês de fevereiro, a média de chuva em Belém é de 400mm, aproximadamente. Confira abaixo os maiores volumes acumulados no Pará nas últimas 24 horas.
Caos na estrada
A BR-163 está interrompida a 600 km acima de Sinop, em direção à Miritituba, no trecho conhecido por Laranjinha (entre o municipio de Novo Progresso e Moraes de Almeida). Ali estão parados mais de 1.500 caminhoes carregados com soja. As chuvas deixam o piso da rodovia extremamente liso, e nem mesmo caminhonetes leves conseguem ultrapassar o trecho.
A ligação Sinop-Miritituba faz parte da saída Arco-Norte, num percurso de 900 km, que dá grande economia nos fretes para os sojicultores. Mas muitos trechos ainda não estão asfaltados, em especial no "laranjinha", onde a estrada federal enfrenta um longo trecho de subida. Os caminhões precisam de muita aderencia para vencer o aclive de um morro, e, por falta de cascalho,o Exército interrompeu o trânsito desde quinta-feira passada, pois os caminhões (bi-trens) poderiam transformar a estrada num imenso atoleiro.
Os caminhoneiros estão parados em torno do posto Tigre e próximos às vilas da região. Os motoristas, sem comida e água, invadem os lugarejos, levando o caos nas proximidades de Novo Progresso. Como as previsões indicam chuvas por mais 10 dias, a situação no local é extremamente crítica.
Maranhão
No Maranhão a chuva também castigou a região norte. A cidade mais atingida foi Apicum-Açu, onde a chuva acumulou 176mm entre 09h de sábado e 09h deste domingo (horário de Brasília). Na capital São Luís, o acumulado nesse período chegou a 118mm. Na estação convencional do INMET, a chuva acumulou 125,2mm na capital, o maior volume de chuva em 24 horas desde janeiro de 2017, quando choveu 130,6mm entre os dias 18 e 19. A média de chuva normal de fevereiro é de 380mm, aproximadamente. Confira abaixo os maiores volumes acumulados no Maranhão nas últimas 24 horas.
Previsão de mais chuvas
Morgana Almeida, Chefe do Centro de Análise e Previsão do Tempo do Instituto Nacional de Meterologia (Inmet), destaca que as chuvas continuam na região central do país, se espalhando também para o oeste da Bahia e para o interior da região Nordeste. Essas chuvas são motivadas pela atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul, fenômeno que é o principal causador de precipitações durante o verão.
A semana seguinte também deve ser de tempo instável, com pancadas de chuva principalmente no período da tarde.
O Rio Grande do Sul, por sua vez, não tem boas notícias no horizonte, principalmente a região da fronteira: os modelos não apontam condições favoráveis até o próximo dia 6. No dia 7, há chances de chuvas para a porção norte do estado e para o oeste de Santa Catarina e Paraná. Apenas a partir do dia 12, em função de uma nova frente fria, as chuvas devem chegar para a região.
Na previsão mais estendida, considerando o período de 10 a 18 de fevereiro, as condições se mantêm na região central do País (Centro-Oeste e Matopiba), mas os volumes de chuva tendem a ser menor elevados devido a um espalhamento espacial. Contudo, o extremo sul do Rio Grande do Sul não tem perspectivas positivas.
Como lembra Almeida, os modelos são atualizados constantemente, de forma que as previsões alongadas estão sujeitas à alteração, devendo ser acompanhadas dia após dia.
1 comentário
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Tiago Gomes Goiânia - GO
Tudo bem que as chuvas foram absurdamente intensas ao longo da BR-163 no Pará. No entanto, se vê uma tremenda falta de planejamento das traders que forçam ao meu ver a barra para exportar pelo arco norte. Há também a inoperancia do DNIT que poderia ter alertado antes em relação a capacidade de tráfego no local em caso de chuvas intensas. As previsões alongadas de tempo já indicavam bons volumes de chuva para essa final de janeiro/inicio fevereiro e quem já passou por lá (como eu) sabe muito bem que no trecho sem asfalto atola, mesmo tentando se fazer a manutenção do pavimento. Trafego intenso de bi-trens sem o menor controle iria dar nisso. Poderiam ao menos no inicio da colheita ter direcionado os embarques para Rondonopolis. Tem relatos de caminhoneiros que estão há mais de 15 dias no trecho, sendo que deveriam ter gastos no máximo três dias entre ida e volta.
Tiago nao conheço nada da BR-163, mas me parece importante... Entao rodovia importante com treços de terra e' inadmissivel... em Sao Paulo existe uma firma que produz um composto quimico chamado de BABA DE CUPIM, diluido na agua serve para impermeabilizar a terra... Nao e' asfalto mas ajuda.