Aumento no custo de produção e mudança no perfil do consumo interno exigem adequações por parte das indústrias de carnes
A crise no abastecimento do milho - que puxou também os preços do farelo de soja – e, os problemas econômicos do país interferindo diretamente no padrão de consumo da população brasileira, devem promover mudanças no setor de carne do Brasil.
Na produção e comercialização de todas as proteínas animais, 2016 tem sido um ano marcado por queda no consumo, baixa remuneração e altos custos de produção.
O diretor executivo da Sindicarne (Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados de Santa Catarina), Ricardo Gouvêa, lembra que a queda nas vendas especialmente dos derivados - que tem maior valor agregado - vem sendo responsável pela baixa rentabilidade das indústrias.
Além disso, com a crise no abastecimento do milho Gouvêa diz acreditar em uma postura diferente das agroindústrias. "Vendo todo esse cenário acredito que as empresas devem estar pensando em compras antecipadas e formação de estoques", analisa.
Segundo ele, a entidade está em conversa com o setor produtivo de milho para buscar alternativas que estimulem o comercio interno em detrimento das exportações, como por exemplo, garantia de preço para fomentar a produção nacional.
E o alerta para o setor de carnes continua, já que os preços do milho mesmo em período da colheita voltaram a avançar em todo o país. Além disso, o recuo do dólar também já começou a prejudicar a receita das exportações nacionais de carne "in natura".
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