Seca no Brasil, câmbio e problemas na Colômbia: Preços do café explodem e sobem mais de 900 pontos em Nova York
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Entrevista com Haroldo Bonfá - Analista de Mercado e Diretor da Pharos Consultoria sobre o Mercado do Café
DownloadAs cotações futuras do mercado de café voltaram a explodir em Nova York e na Bolsa de Londres nesta quarta-feira (5). Os principais contratos registraram ganhos acima de 900 pontos para o arábica e altas acima de US$ 60 por tonelada para o café tipo arábica.
Segundo Haroldo Bonfá, as previsões climáticas mais recentes seguem preocupando o mercado cafeeiro. As chuvas retornaram nas principais áreas produtoras do país no final de novembro, mas desde então as precipitações ficam abaixo do ideal, acentuando o déficit hídrico e levantando preocupações não só para a safra a ser colhida, mas também na produção de 2022.
Em Nova York, o café arábica com vencimento em julho/21 teve alta de 950 pontos, negociado por 149,85 cents/lbp, setembro/21 teve alta de 945 pontos, valendo 151,75 cents/lbp, dezembro/21 teve alta de 940 pontos, valendo 154,15 cents/lbp e março/22 teve alta de 940 pontos, valendo 156,20 cents/lbp.
Na Bolsa de Londres, o café conilon registrou ganhos acima de US$ 60 por tonelada nas principais referências. Julho/21 encerrou valendo US$ 1538, setembro/21 por US$ 1559, novembro/21 negociado por US$ 1576 e janeiro/22 teve alta de US$ 63 por tonelada, valendo US$ 1591.
De acordo com Haroldo Bonfá, analista da Pharos Consultoria, uma série de fatores ajudaram na valorização expressiva deste pregão. Além das questões climáticas, a expectativa de uma demanda mais aquecida no segundo semestre, com o avanço da vacinação seguem impulsionando o mercado.
"Já estava previsto que poderia faltar um pouco de chuva, você também tem outro fator que o real valorizou hoje e isso também impacta em preço de Nova York, tem também um aumento de consumo mundial, um aumento de vacinação. Lembrando que o Hemisfério Norte como um todo está entrando na Primavera, ou seja, o pessoal vai para rua, vai voltar o consumo e isso é um impacto muito positivo", comenta.
Os preços são atrativos, mas o analista avalia que o produtor precisa agir com cautela antes de fazer as travas. Destaca mais de uma vez que as condições climáticas devem impactar também a safra de 22, o que faz com que o produtor precise analisar todas as condições antes de fechar negócio.
O mercado cafeeiro não acompanha apenas as condições das lavouras brasileiras, mas também da Colômbia - segundo maior produtor de café arábica do mundo. Nesta quarta-feira (5), operadores acompanham de perto problemas enfrentados pelo produtor de café da Colômbia. Notícias internacionais afirmam que exportações de café da Colômbia interrompidas por protestos, de acordo com a Federação Colombiana de Cafeicultores.
Haroldo relembra, no entanrto, que a Colômbia enfrenta severos problemas com ferrugem no parque cafeeiro, o que preocupa ainda mais quando assunto é oferta global de café. Na semana passada, a FNC alertou que novos seis tipos de ferrugem foram identificadas no país, aumentando a preocupação do controle da doença no parque cafeeiro.
Bloqueios de estradas por protesto interrompem exportações de café da Colômbia
BOGOTÁ (Reuters) - Bloqueios de estradas relacionados a protestos antigoverno na Colômbia, que chegaram nesta quarta-feira a seu oitavo dia, causaram a interrupção dos embarques de café, principal exportação agrícola local, disse o chefe da federação de cafeicultores do país.
Os protestos, convocados originalmente em oposição a um plano de reforma tributária, agora cancelado, exigem que o governo tome atitudes para enfrentar a pobreza, violência policial e desigualdades na saúde e nos sistemas de educação.
Vinte e quatro pessoas, a maioria manifestantes, morreram.
"Estamos completamente parados, as exportações paradas, não há nenhum movimento de café para os portos ou internamente", afirmou Roberto Velez, chefe da federação, em uma entrevista por telefone.
Os bloqueios das estradas, alguns organizados por caminhoneiros em apoio à greve nacional e outros por manifestantes, se espalharam pelo país.
O maior bloqueio está impossibilitando mercadorias de chegar ou partir da cidade importante cidade portuária de Buenaventura, no Pacífico.
As barricadas estão especificamente afetando os produtores nas cidades de Huila, Valle del Cauca, Cauca e Narino, que estão no meio de suas principais colheitas, segundo Velez.
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