Café: Safra 2021 de arábica do Brasil deve diminuir 17%, enquanto conilon terá 9% a mais
O Rabobank divulgou durante esta semana as estimativas da safra 2021 de café do Brasil. De acordo com o analista de mercado, Guilherme Morya, levando em consideração o ano de bienalidade e a intensa seca e altas temperaturas nas lavouras brasileiras, o banco estima uma quebra de 17% para a produção de arábica no ano que vem.
"A próxima safra brasileira ainda segue com muitas incertezas. O ciclo seria naturalmente menor devido a bienalidade produtiva, porém, existe uma preocupação adicional uma vez que as chuvas retornaram apenas em novembro nas áreas de café arábica", destacou o relatório divulgado.
O Rabobank destaca ainda que apesar do retorno das chuvas nas últimas semanas, é importante que as precipitações sejam mantidas daqui em diante para não aumentar a quebra para o Brasil. "Neste contexto, o Rabobank projeta a safra 2021/22 em 60,7 milhões de sacas, sendo 40,5 milhões do tipo arábica. O que representa uma queda de 17,3% para o tipo arábica em relação a 2020/21", afirma.
Já para o mercado de conilon, o cenário é mais otimista para o próximo ano. De acordo com o relatório, a expectativa é de um crescimento de 9% na produção do café tipo conilon. "A situação segue favorável, com as lavouras apresentando ótimo desenvolvimento", comenta.
Guilherme destacou ainda que a pandemia impactou diversos setores e com o café não foi diferente. Nos últimos 5 anos, o consumo global cresceu em média 3,6 milhões de sacas (60 quilos) e para o ciclo 2019/20 era previsto um aumento de 2,4% em relação à última temporada.
As medidas adotadas para conter o vírus nas regiões consumidoras causaram um declínio muito forte no consumo fora do lar (hotéis, cafeterias e outros foodservices), que foi parcialmente compensada pelo aumento dentro dos lares. Atualmente, o Rabobank projeta uma queda de 1,5% na demanda global de café em 2019/20 comparado à 2018/19, em 162,3 milhões de sacas. Para o próximo ciclo é esperado uma recuperação de 1,4%.
Veja entrevista completa no vídeo acima.
FUNCAFÉ
Linha de crédito para recuperação de cafezais aumenta para R$ 160 milhões
Novas medidas de apoio aos cafeicultores foram aprovadas pelo Conselho Monetário Nacional (MAPA)
Foi ampliada dos atuais R$ 10 milhões para R$ 160 milhões a linha de crédito para financiar a recuperação dos cafezais com recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé). A medida foi aprovada nesta quinta-feira (26) em reunião virtual do Conselho Monetário Nacional (CMN).
Segundo o Ministério da Economia, a medida foi justificada pelos efeitos negativos de eventos climáticos adversos, basicamente falta de chuva e altas temperaturas, que atingiram os cafezais entre os meses de março e outubro de 2020 nas principais regiões produtoras do país, o que comprometeu a produtividade da safra a ser colhida em 2021, com possibilidade de afetar também a safra 2022. A suplementação foi realizada mediante remanejamento de parte dos recursos destinados a linhas de operações de comercialização, financiamento para aquisição de café e capital de giro.
“Como essa linha de crédito tem por finalidade financiar a recuperação de lavouras de café danificadas por chuvas de granizo, geadas, vendavais ou outros fenômenos climáticos, a ampliação desse recurso é bastante oportuna em virtude das intempéries climáticas ocorridas nos cafezais brasileiros, sobretudo déficit hídrico”, destaca o diretor do Departamento de Comercialização e Abastecimento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Silvio Farnese.
Para dar andamento à disponibilidade do crédito para os produtores o mais rapidamente possível, o Ministério da Agricultura receberá, até 4 de dezembro deste ano, demandas das instituições financeiras interessadas em operacionalizar os recursos, por meio do endereço eletrônico [email protected]
“É uma forma de atender a atual situação das lavouras que sofreram adversidades por causa da redução das chuvas e altas temperaturas entre os meses de março e outubro deste ano, nas regiões produtoras de café, como Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo, além do Paraná”, explica Farnese. O diretor alerta que os efeitos climáticos podem comprometer a produtividade da safra 2021, e até mesmo impactar na de 2022.
Com a suplementação de recursos, será possível atender até 50 mil hectares de café atingidos pela seca, mitigando parte das dificuldades financeiras dos produtores.
As propostas acatadas pelo CMN foram aprovadas pelo Comitê Técnico do Conselho Deliberativo da Política do Café, em reunião no dia 27 de outubro.
Mais recurso para pesquisa
O Mapa está reforçando o orçamento do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café, coordenado pela Embrapa, em R$ 2,8 milhões, com recursos do Funcafé. Com esse aporte, o volume total destinado à pesquisa para a cultura do café, em 2020, atinge R$ 7,4 milhões.
O consórcio é integrado pelas principais universidades e institutos de pesquisas que atuam no setor cafeeiro. As atividades garantem um padrão tecnológico na cultura do café possibilitando crescimento da produtividade das lavouras, fazendo com que o Brasil se destaque como o país com maior produção cafeeira.
O trabalho da pesquisa está focado em tecnologias para o melhoramento genético das plantas, combate de pragas e doenças, aproveitamento de resíduos, garantindo o equilíbrio com o meio ambiente e melhorias nas fases de colheita e pós colheita, importantes etapas para garantir a boa qualidade da bebida nacional.
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