"Não há mais prazo para esperar as chuvas e situação é muito preocupante", alerta Associação dos Cafeicultores do Sul de MG
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Entrevista com Juliana Paulino da Costa Mello sobre o Acompanhamento de Safra do Café
DownloadHá mais de 100 dias sem chuvas expressivas, a falta de chuva no sul de Minas Gerais continua preocupando produtores de café em toda a região. Juliana Paulino da Costa Mello, presidente da Associação dos Cafeicultores do Sul de Minas Gerais, alerta em entrevista ao Notícias Agrícolas que a situação é muito preocupante para a próxima produção e que precisa chover para alívio imediato das lavouras. As previsões mais recentes indicam possibilidades de chuvas apenas para domingo, dia 21.
"Nosso acompanhamento mostra que nós estamos sem precipitação significativa há 150 dias. Esses também são números da Cooxupé e a temperatura está acima do normal, estamos vivendo um Verão absurdo sem ao menos ter terminado o Inverno. É realmente preocupante e a gente não sabe como isso vai se comportar se a chuva não vier de maneira significativa", comenta Juliana. O ideal, segundo Juliana, é que chova o mais rápido possível para que a lavoura, após uma grande produção, tenha tempo de recuperação e garantir uma planta saudável para o pegamento da próxima florada.
Falando na safra em reta final da colheita, Juliana destaca que as preocupações continuam sondando o setor de café especial, que com a pandemia teve um impacto direto nas vendas, que estão mais lentas este ano. "O pessoal tem falado em ter uma compra normalizada só a partir de dezembro. Mesmo no mercado interno, a demanda oscilou muito por conta da pandemia, isso é preocupante sim, nós estamos com as vendas atrasadas", afirma.
Em relação ao café negociado na Bolsa, Juliana destaca que as exportações continuam acontecendo, apesar de uma redução na velocidade dos embarques. Reforça ainda que há sim certa dificuldade para o armazenamento do café, mas não por se tratar de uma safra acima do esperado, mas sim pela saída dos embarquesn que está mais lenta neste ano.
As informações da Associação vão de encontro com os dados dos estoques certificados da ICE - o mais baixo dos últimos 20 anos e também dos estoques de café verde da Green Coffee Association (GCA) que teve queda de 309 mil sacas de 60 kg no mês de agosto. Os principais exportadores do café brasileiro consumiram os estoques, consequência do começo da pandemia no Brasil, quando ainda havia incertezas sobre os embarques no país. A tendência, segundo Juliana, é que a situação se normalize nos próximos 30 dias.
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