Soja: Preços no Brasil tem pressão dos prêmios, do dólar e forte movimento recente de venda pelos produtores
Os preços da soja no mercado brasileiro estão em suas mínimas em dois meses, depois de uma forte explosão nos indicativos nas últimas duas semanas. O movimento de se dá mesmo com uma demanda intensa pela oleaginosa brasileira e as exportações registrando níveis recordes.
"Existe um movimento normal entre o final de abril e começo de maio em que o produtor precisa pagar contas e, neste período, há uma oferta maior de soja. Dá para ver que negociamos muita soja em abril e isso faz a oferta ficar até maior do que a necessidade da demanda forte. E tivemos pressão sobre os prêmios em abril, tivemos queda do dólar e mesmo com Chicago melhor do que no mês passado, as cotações ao produtor realmente caíram", explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting, em entrevista ao Bom Dia Agronegócio desta terça-feira (29).
Os atuais níveis são, segundo ele, provavelmente os menores em dois meses, porém, com sinais de indicativos já melhores no segundo semestre. Atualmente, os atuais níveis praticados nos portos, para o curto prazo, variam de R$ 135,00 a R$ 137,00 por saca, quase R$ 10,00 a menos do que há um mês, porém, a partir de julho a agosto, os níveis mudam para algo entre R$ 140,00 e R$ 142,00 por saca.
"Estamos indo para a reta final de colheita e é normal a necessidade de venda. É um momento com mais vendedores do que compradores, mesmo que a China precise comprar mais do Brasil por conta da guerra comercial com os Estados Unidos. Mas, o nosso gargalo continua sendo a logística. Se tivessemos capacidade para embarcar 25 milhões de toneladas de soja por mês, certamente, estaríamos com um fluxo maior, mais navios chegandos e prêmios perto de 70, 80, 90 ou até 100 pontos acima de Chicago e não como vamos fechando abril, com prêmios entre 35 e 40 pontos", detalha Brandalizze.
Cálculos da Brandalizze Consulting apontam que pouco mais de 60% da safra 2024/25 de soja do Brasil já foi comercializada - aproximadamente 102,5 milhões de toneladas - sendo este o maior volume histórico negociado. "E estamos em um ritmo acelerado. Em volume, comparado às demais, é o maior volume da história e o produtor aproveitou, na maior parte, em momentos em que o mercado estava melhor, os momentos de 'cavalinho encilhado', foi vendendo mais rápido este ano".
Por outro lado, o produtor ainda tem bastante soja na mão, em que pode ser comercializada no restante do ano, principalmente, no segundo semestre e na virada do ano ano. "Os portos para os embarques maio, junho, estão lotados para os embarques curtos. Por isso, o comprador prefere as posições de julho, agosto, setembro, e nessas posições ele paga mais. Esse é um ponto importante", explica o consultor.
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