Boi: diante da maior pressão nas cotações da arroba, pecuaristas recuam e escalas de abate param de evoluir
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Entrevista com Douglas Coelho - Sócio da Radar Investimentos sobre o Mercado do Boi Gordo
As programações de abate pararam de alongar diante dos pecuaristas mais cautelosos em negociar após quedas consecutivas nas últimas semanas. As indústrias frigoríficas não conseguiram comprar animais terminados a ponto de preencher as escalas de abate com valores abaixo dos R$ 330,00/@, à vista no estado de São Paulo.
Segundo o Sócio da Radar Investimentos, Douglas Coelho, as indústrias paulistas conseguiram avançar com as escalas de abate na semana anterior com valores de R$ 335,00/@. “Isso dá mais tranquilidade para as praças paulistas, mas em outras localidades os frigoríficos precisam pagar até R$ 5,00/@ a mais para conseguir abater os animais”, comentou.
As programações de abates atendem uma média de 5,7 dias úteis, mas no dia quatro de abril as escalas chegaram no pico de 7,1 dias úteis. “Nós tivemos um pico no início de abril, mas já estamos acompanhando uma queda nesta média das escalas e isso também pode se agravar com os feriados das próximas semanas”, destacou.
Ainda de acordo com o consultor, é possível afirmar que os preços da arroba encontraram um ponto de sustentação no curto prazo. “Nós observamos uma pressão muito forte nos preços e tivemos uma queda significativa no mercado futuro, mas que já teve uma reação no pregão desta terça-feira”, relatou.
Outra questão que está impactando o mercado é com o comportamento da demanda chinesa, na qual os compradores chineses suspenderam plantas frigoríficas e o País segue em lockdown com o surto de coronavírus. “O Brasil é muito dependente da China e qualquer movimento acaba afetando o mercado pecuário”, informou.
Do lado da demanda interna, as referências da carne bovina no atacado não registraram tanta oscilação como foi observado no mercado do boi gordo. “Começamos o mês com preços em torno de R$ 19,89/kg e estamos com os valores ao redor de R$ 19,70/kg. Então, o recuo dos preços do boi gordo foram mais acentuados do que da carne bovina”, disse ao Notícias Agrícolas.
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