Queda da arroba no mercado físico do boi está próxima do piso, com oferta e demanda se ajustando, alerta Agrifatto
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Entrevista com Yago Travagini Ferreira - Analista de Mercado da Agrifatto sobre o Mercado do Boi Gordo
A estimativa da consultoria Agrifatto é que as referências da arroba bovina no mercado interno estão próximas de um piso diante do ajuste entre a oferta e a demanda. Já no mercado futuro, a volatilidade deve prevalecer na formação de preços até definição da China sobre compra de carne bovina brasileira.
De acordo com o analista de mercado da Agrifatto consultoria, Yago Travagini, o mercado físico já está precificando a ausência chinesa das compras. “Por esse fato, estamos vendo preços nos patamares de R$ 265,00/@ a R$ 275,00/@ no estado de São Paulo. Em outros estados, a tendência é que o diferencial de base deve aumentar nas próximas semanas”, disse ao Notícias Agrícolas.
O analista aponta que as cargas de carne bovina começaram a chegar no porto da China por volta do dia 04 de outubro, sendo que tem aproximadamente 95 mil toneladas que foram embarcadas após o dia 04 de setembro após o Ministério da Agricultura suspender as exportações devido a confirmação de dois casos atípicos da doença da vaca louca.
“A carga chegou na China e foi desembarcada, mas a alfândega chinesa verificou que esse lote não poderia estar ali já que foi embarcada após o dia 04 de setembro. No entanto, a carga tem um período que pode permanecer no porto e quando encerra esse prazo começa a ser cobrado uma taxa de até US$ 350 por dia”, informou.
Algumas indústrias frigoríficas já estão estudando um redirecionamento da carga para outro país, como é dos países do sudeste asiatico. “Existe a possibilidade da carga retornar ao Brasil e ser escoada no mercado interno, mas isso impactaria os preços da carne no atacado”, reportou.
Outro fator que pode comprometer a rentabilidade das indústrias habilitadas a exportar carne para a China é que tenham que devolver 40% do valor pago adiantado pelo os chineses por esses lotes embarcados após dia 04 de setembro. “Se a carne voltar para o Brasil, as indústrias vão ter que devolver esse dinheiro para os chineses”, comentou.
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