Cepea avalia potencial de novas altas após recordes nominais nos indicadores do boi e da carne na semana passada
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Entrevista com Thiago Bernardino de Carvalho - Pesquisador do Cepea sobre o Mercado do Boi Gordo
DownloadA expectativa é que o volume de animais de safra comece a parecer de forma mais consistente no mercado nas próximas semanas. Com os pastos se degradando por conta da temperatura alta e redução das chuvas, os pecuaristas devem ficar mais estimulados a negociar neste período.
De acordo com o Pesquisador do Cepea, Thiago Bernardino de Carvalho, os preços elevados da arroba são reflexos da falta de animais para o abate. “A expectativa era ter um aumento de oferta neste período, mas o baixo volume de precipitações atrasou a engorda dos animais de pasto. Outro fator que impactou foi o valor dos animais de reposição que também estão elevados , pesando nos custos de produção e diminuindo oferta de fêmeas”, informou.
O volume de vacas abatidas no último trimestre de 2020 foi o menor dos últimos quinze anos. “Isso é um indício de uma redução da oferta de carne no mercado, já que as vacas estão sendo represadas para produzir os bezerros. Com isso, os produtores precisam ficar atentos aos custos de produção já que a reposição e a alimentação estão com valores elevados”, destacou em entrevista ao Notícias Agrícolas.
Com relação à demanda externa, o pesquisador aponta que o dólar e o apetite Chinês por proteína animal devem impulsionar as exportações de carne bovina brasileira. “A China precisa da nossa carne e segue comprando volumes interessantes e vai continuar até o próximo ano. Por conta do câmbio, o produto está competitivo no cenário internacional e se o dólar se mantiver valorizado frente ao real vamos seguir com boas negociações”, comenta.
Já no mercado interno, o cenário ainda é de cautela diante do avanço das restrições de isolamento social que já impactam na economia. “Quando a economia de um País não está ajustada, o consumidor acaba sentindo e tem que fazer escolhas para ter um orçamento mais enxuto. É isso que estamos observando com a migração do consumo por proteínas mais baratas como o frango e ovos”, destaca.
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