Estiagem longa, vendas aceleradas e ausência de confinamento apontam para falta de bois em Três Lagoas em poucas semanas
Na região de Três Lagoas/MS, os pecuaristas estão preocupados com a estiagem que já está comprometendo as pastagens. Diante desse cenário, a perspectiva é que a oferta de animais fique escassa nas próximas semanas.
Segundo o pecuarista do município, Marco Garcia de Souza, alguns propriedades estão sem receber chuvas generalizadas a mais de 70 dias. “Nós estamos com uma antecipação da seca, pois as últimas chuvas na primeira semana de abril, em que muitas propriedades tiveram precipitações esparsas e outras que não receberam chuvas”, afirma.
As condições climáticas não indicam precipitações generalizadas para os próximos meses na localidade que não vai melhor à qualidade das pastagens. “Nós não estamos pensando em chuvas antes de setembro, por que se cair é uma chuva isolada que não vai mudar o cenário atual”, diz.
Em relação às escalas de abates, o produtor destaca que tem uma diferença atípica e que muitos pecuaristas resolveram negociar com os frigoríficos do estado de São Paulo. “Não tem um padrão de escala, por isso nós negociamos com frigoríficos de outros estados em que tivemos a opção de escala para a primeira semana de julho”, ressalta.
Neste ano, os pecuaristas não investiram no confinamento de primeiro giro em função da alta nas cotações do milho e a queda nos preços da arroba. “Mesmo com o milho caindo um pouco, ainda continua inviável realizar o confinamento de segundo giro. Por isso, eu acredito que pode haver uma interrupção do fornecimento de gado mais para o final de mês e ter um repique nos preços”, comenta.
Preços
Até o momento, as referências para o boi gordo na localidade estão próximas de R$ 128,00/@ a R$ 130,00/@, a prazo, para descontar o funrural. “A arroba variou muito pouco durante paralisação, em algumas plantas houve redução, mas na maioria teve o retorno dos preços nos patamares anteriores à greve”, aponta.
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