Viés de baixa para a arroba do boi com demanda fraca por carnes
Com comportamento totalmente diferente para o final do ano, o mercado do boi gordo segue com viés de baixa. A lentidão no escoamento da produção no varejo, mesmo com o incremento na renda da população, reduz a intenção de compra das indústrias frigoríficas.
Por outro lado, a pouca oferta de boiadas terminadas dificulta o alongamento das escalas, limita a pressão baixista, e deixa o mercado andando de lado.
Conforme explica o consultor da Scot Consultoria, Alex Santos Lopes, "embora os ajustes não sejam frequentes, temos visto o viés de baixa em praças importantes como Mato Grosso, Pará, Rondônia e no próprio estado de São Paulo com tentativas de compra até R$ 2 abaixo da referência", diz.
Nem mesmo a melhora recente nas margens de comercialização dos frigoríficos impulsiona as compra, já que no acumulado do ano, o resultado segue negativo.
De acordo com levantamento da Scot, considerando a inflação, as indústrias estão recebendo quase 9,0% menos pelos cortes sem osso, frente ao que recebiam na mesma semana, em 2015. Somente no acumulado da última semana, o mercado chegou ao ponto de precificar a carne, em média, 1,2% abaixo do registrado há um ano.
Para Lopes, "só haveria melhora de preço com auxilio da demanda, mas é difícil imaginar uma recuperação no consumo já que estamos entrando na última semana de novembro", lembra.
Assim, o analista diz acreditar que o mercado de continuar andando de lado nas próximas semanas, sem grandes alterações de oferta ou demanda.
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