Mercado do boi tem apenas 30 dias para emplacar reação de preços e expectativas para alta ficam mais distantes

Publicado em 10/11/2016 11:27
Confira a entrevista de Cesar de Castro Alves - Analista de Mercado da MBAgro
Com recomposição da oferta e sem uma reação da demanda, 2017 pode ser um ano complicado para o mercado do boi

Contrariando as expectativas do mercado, a arroba do boi gordo não evolui como esperado neste final de ano. A dificuldade no escoamento da produção limita a margem dos frigoríficos e pagamentos maiores pelas boiadas.

Segundo o analista de Mercado da MBAgro, César de Castro Alves, "teoricamente ainda teríamos alguns dias onde o varejo busca se abastece, podendo ocorrer altas". No entanto, as projeções são pouco otimistas.

Em São Paulo os frigoríficos conseguiram alongar as escalas de abate com boiadas a termo ou próprias, fator que deve dificuldade um movimento mais agressivo de compra nas próximas semanas.

"Além do mais, nos últimos dois meses as exportações também caíram, talvez por conta do dólar ou de uma ressaca nos principais compradores, devendo chegar o ano com balanço zero" e, prejudicando a receita das indústrias e a disponibilidade interna de oferta.

Assim, a tendência para as próximas semanas é de mercado andando de lado, com possível correções positivas a depender do comportamento da demanda.

2017

Nos últimos dois anos o mercado do boi gordo conseguiu manter o nível de preço no inicio de ano. A baixa oferta de animais e boas perspectivas de exportações colaboravam para este cenário.

Já em 2017 a projeção do analista é de maior pressão sobre a arroba no período. A recomposição dos rebanhos deve elevar o volume de animais em janeiro, "as chuvas sendo boas o boi de pasto deve chegar", lembra Castro. Além disso, a situação das famílias indica menor consumo no início do próximo ano.

A depender da definição da conjuntura dos Estados Unidos, um dólar mais baixo também poderá influir negativamente no volume e receita exportados em 2017.

E mesmo com a possibilidade de dólar valorizando, os contratos ficam travados, visto que "as pessoas não querem se posicionar no meio da incerteza", diz o analista.

Ao longo do ano a expectativa é de maior volume de animais e a necessidade de demanda mais firme para sustentar o mercado. Castro lembra, porém, que "preços mais baixos não indicam necessariamente menos rentabilidade".

O recuo do mercado de reposição [em consequência do ciclo pecuário], e nos preços do milho, pode favorecer a relação de troca dos pecuaristas.

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Por:
Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte:
Notícias Agrícolas

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