Consumo per capita de carne recua para 27 kg em 2016, contra uma média histórica de 37/kg. Um retrocesso de 20 anos
A queda por dois anos seguidos no Produto Interno Bruto (PIB) trouxe consequências graves ao consumo de carne bovina no país. Estimativas apontam que em 2016 o consumo per capita está na casa de 27 quilos, enquanto que a média histórica é de 37/kg e no ano passado fechou em 30/kg.
"Nunca tínhamos visto uma queda dão expressiva, retrocedemos 20 anos no tempo", destaca Alexandre Mendonça, analista da MB Agro.
Apesar do cenário preocupante a recente troca de governo e a perspectiva de continuidade com a política econômica, já começa a trazer esperança para o setor.
Mendonça projeta para 2017 um crescimento de 2,5% no PIB. Assim, o analista diz acreditar "que 2017 será um ano de recuperação no mercado interno".
Os pecuaristas e as indústrias, no entanto, devem seguir atentos em 2016, já que as perspectivas não são animadoras. Embora o consumo esteja fraco, a escassez de oferta continua impulsionando os preços da arroba e pressionando as margens de comercialização das indústrias frigorificas.
O fator que ameniza o quadro são as exportações firmes ao longo deste ano. Com a abertura de mercado para a China o país vem exportando bons volumes que colaboram para o escoamento da produção.
Do lado da oferta, conforme ressalta Mendonça "o milho e a soja estão inviabilizando colocar peso na carcaça", por isso não são esperados incrementos significativos na oferta de confinamento para 2016.
O setor de ração também já projeta uma queda na demanda para o segundo semestre. O Sindirações (Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal) está revendo sua expectativa inicial de crescimento de cerca de 3% na produção de ração e sal mineral em 2016.
Em entrevista a agência de notícias Reuters, o presidente do Sindicato, Ariovaldo Zani, afirmou que se a demanda "finalizar o ano estável, já será motivo de celebração". No ano passado, o Brasil produziu 68,7 milhões de toneladas de ração e sal mineral.
Para o boi gordo a tendência de manutenção na oferta restrita ao longo deste ano pode trazer novo fôlego para as cotações. "Poderemos ter uma arroba subindo, a depender do quadro de oferta que será constituído", concluí.
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