Arroba do boi continua firme com pecuaristas reduzindo participação nas vendas e exportações de carne dando fôlego aos frigoríficos

Publicado em 21/01/2016 11:13
Mercado futuro já aponta preços de R$160,00/@ em outubro mas ainda não estimula pecuarista que viu o custo de produção disparar nesse início de ano

Tradicionalmente o primeiro trimestre do ano para o setor de proteína animal é um período de pressão nos preços, já que o consumo interno se enfraquece e a demanda das exportações também é menor no inicio do ano. No entanto, o que se tem observado para o mercado do boi gordo no primeiro mês de 2016 é mercado firme, com ligeiras altas nas praças paulistas.

O atraso na oferta de animais a pasto tem sido um dos fatores fundamentais para essa sustentação nas cotações. Além disso, segundo o analista da MB Agro, César de Castro Alves, os pecuaristas reduziram a participação nas vendas neste período, colaborando para a restrição da oferta.

"O fator psicológico, com a curva de preços futuros chegando a R$ 160,00 para o contrato outubro e o produtor com o animal chegando no peso,  ele tende a ficar ainda mais retraído por ver os preços subindo", acrescenta o analista.

De acordo com ele, os abates neste mês de janeiro estão em média 10% abaixo do volume registrado em 2015, que já estava em queda na comparação com o ano igualmente anterior. Diante desse cenário, as escalas de abate das indústrias também voltaram a recuar, a programação dos frigoríficos paulistas, por exemplo, atendem em torno de quatro dias, já no Mato Grosso esse volume é de seis dias úteis.

Segundo ele, o mercado pode continuar com movimento de alta até abril, a exemplo do que ocorreu no ano passado quando efetivamente a oferta retornou com mais força. No entanto é importante ressaltar que o enfraquecimento na demanda interna, deverá ser um limitador para as valorizações no preço da arroba.

Custo

Apesar dos bons níveis praticados no mercado do boi gordo, é preciso considerar que a pecuária de corte também tem sofrido com altos custos de produção. O aumento mais recente foi no preço do milho, componente essencial para a ração, por volta de 20% neste inicio do ano.

"O confinamento que já foi muito difícil no ano passado, por conta da explosão no preço da ração no segundo semestre de 2015, entrou em uma situação ainda mais difícil. Então essa curva de preço futuro a R$ 160,00/@ é pouco atrativa como milho acima de R$ 20,00/sc no Mato Grosso, por exemplo", ressalta Alves.

Segundo ele, dependendo da região a relação de custo e preço para o confinamento chegam a ficar no negativo.

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Tags:
Por:
Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte:
Notícias Agrícolas

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