IBGE confirma retração nos abates bovinos no 3º trimestre, consequência de uma redução na participação de fêmeas nas escalas, diz consultor
Os dados de abate divulgados nesta terça-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostraram uma queda de 10,8% nos abates de bovinos do 3º trimestre de 2015 em comparação com o mesmo período do ano passado. No total foram abatidas 7,56 milhões de cabeças de bovinos o que representa, também, um recuo de 0,9% em relação ao 2º semestre deste ano.
As principais quedas ocorreram em: São Paulo (-191,21 mil cabeças), Mato Grosso (-160,58 mil cabeças), Minas Gerais (-131,11 mil cabeças), Mato Grosso do Sul (-116,65 mil cabeças), Paraná (-76,84 mil cabeças), Bahia (-66,52 mil cabeças), Goiás (-60,49 mil cabeças) e Rondônia (-48,98 mil cabeças).
Segundo o analista da Informa Economics FNP, José Vicente Ferraz, esses números são reflexo de um período de retenção de fêmeas em função dos preços elevados dos bezerros nos últimos três anos. "Esse é um fenômeno essencialmente de oferta que vem sendo corrigido pelo mercado com essa retenção de fêmeas, mas há uma discussão se esse processo ainda se esgota neste ano de 2015", destaca Ferraz.
Para Ferraz essa tendência de menor volume de abate deve continuar nos primeiro meses de 2016, mas com uma intensidade menor na retenção das fêmeas.
Outro dado abordado no levantamento do IBGE foi o peso acumulado de carcaças (1,87 milhões de toneladas), que ficou 1,4% superior ao trimestre anterior e, 8,3% menor que a registrada no 3º trimestre de 2014. "Isso tem a ver bastante com tendência de procurar acumular mais gordura nos animais que aumente a qualidade e, também está ligado a algumas questões mercadológicas como, por exemplo, o bezerro (reposição) muito caro", explica o analista.
Mercado
Com o consumo abaixo do esperado em dezembro, os preços da arroba têm sido pressionados nas últimas semanas. Em São Paulo os negócios acontecem entre R$ 147,00 a R$ 148,00/@.
"A tendência para os últimos dias desse ano, e os primeiros do ano que vem é de estabilidade. Mas em meados de janeiro podemos ver os preços caírem um pouco, não com grandes quedas, pois a oferta e a demanda externa devem ajudar a sustentar as cotações", considera Ferraz.
No entanto, o movimento da demanda interna deve ser acompanhado pelos pecuaristas, haja vista que o consumo será o grande balizador dos preços em 2016.
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