Frigoríficos alegam falta de matéria prima e fecham unidades em vários estados do país
Publicado em 05/06/2015 15:32
Frigoríficos alegam falta de matéria prima e fecham unidades em vários estados do país
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1 comentário
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Dalzir Vitoria Uberlândia - MG
Senhores, há poucos anos reestruturei um frigorífico de bovinos em ARAGUARI (MG)... as planilhas de custos, quando subtraidas da receita, sempre foram negativas. Hoje vamos fazer esta conta de novo, de forma generalista, mas o resultado é muito próximo do real... exemplo: preço da arroba boi em pé, R$ 145,00... preço do kg da venda da carcaça: mais ou menos R$ 9,00 -- que vezes 15 kg resulta em R$ 135,00... ou seja, faltam R$ 10,00 nessa conta... temos ainda algumas despesas: frete do boi, despesa da industria, impostos, mão de obra e frete até o varejo... por outro lado, o frigorifico tem receita extra do couro, miúdos, sebo, couro, farinhas... mas, no frigir dos ovos, a conta é negativa.
Coloquei ese alerta diversas vezes aqui e quem conhece o setor deve ter entendido o que coloquei... a industria equilibra-se e faz ter sobras, como no no milagre da soma ou subtração dos pães, ou seja, na entrada ou na saida... Isto tem causado a quebradeira de diversos frigoríficos nos ultimos 10 anos... os que tinham acesso a crédito foram incorporando e agora, quando a água bate na bunda, começa o trabalho de reestruturação e otimização das industrias resistentes e isto leva ao fechamento e compactação de unidades com vistas à sobrevivencia das mais organizadas... é isto que está acontecendo na nossa pecuária.POR FAVOR NÃO MUDEM O TEXTO..SE FOREM MUDAR EXPURGUEM MEUS COMENTÁRIOS..MAS NÃO MUDEM AS MUDANÇAS ACIMA DEIXAM O TEXTO SEM NEXO...
Senhor DALZIR, um abraço de um mineiro de Mirabela-MG, terrinha cuja representação no mapa é um pontinho quase imperceptível. Moro em Ilhéus-BA, há 25 anos e tenho uma parentada aí, quase todos envolvidos em dar aulas nas universidades federais de Uberlândia e de Uberaba.
Sobre o Frigorífico, acho que alguém tem que pagar essa conta e sobrou para os pequenos e médios empresários que resistiram às oportunidades de crescimento, pelo menos à base do "custe o que custar". O que se tem observado, não só no Brasil, mas em todo o mundo globalizado, são as grandes corporações engolindo as pequenas, incorporando-as como consequência da prática de dumpings, cartéis e lobbies. São práticas nefastas que visam a remover pedras de seus caminhos rumo ao domínio do mercado. O alto poder de seus lobbies, dominando agências reguladoras e outros meios de controle governamentais. Dominam até as próprias federações e confederações que foram instituídas para defender os interesses setoriais. Quando o domínio dos grandes está instalado, "que se lasquem os pequenos". O "filé" dos financiamentos, desde a produção ao escoamento final só é acessível aos grandes. Que o digam os frigoríficos brasileiro, que têm um líder mundial que em pouco tempo se agigantou incomensuravelmente, sabe-se lá se foi por simples competência de seus donos ou às custas de benesses governamentais.
Sr. Juventino, tenho insistido aqui em uma idéia contrária a de que o oligopólio de grandes empresas controle o governo. É o contrário, o governo é quem faz uso dos oligopólios para acabar com o combalido liberalismo economico que ainda temos no Brasil. As grandes empresas são "escravas" do governo, pois dependem de um sistema que paga o minimo ao produtor e cobra o máximo do consumidor. Essa é a politica socialista, em evidente oposição ao liberalismo economico. Para citar um caso, aqui em BC compro somente carne descongelada, o dono do estabelecimento onde compro sempre fala da fiscalização rigorosa que agora quer impedir a vende de carne resfriada obrigando os pequenos comerciantes a vender somente carne congelada e embalada, com carimbos do governo e não sei o que! Como os donos das grandes corporações de carne fariam esse controle sem a ajuda do estado? Sem uma politica deliberada para acabar com os pequenos? Os oligopólios são estimulados pelo governo para que esse mesmo governo tenha o controle sobre a economia, quem nos garante que essas empresas não foram obrigadas, através de chantagem e extorção, a financiar campanhas politicas, para poder manter o oligopólio?
Quando Fernando Henrique assumiu a Presidência da República, a carga tributária girava em torno de 25% do PIB e hoje está na casa dos 38%, mais o déficit. Os partidos socialistas controlam a economia por meio de seu controle sobre os grandes grupos econômicos, de um lado, e pela destruição acelerada da pequena burguesia, do outro. É facilmente verificável o que temos hoje: todos os setores econômicos foram oligopolizados e os pequenos comércios e indústrias foram destruídos, seja pela tributação, seja pela regulamentação.