Plantio da nova safra de algodão está prestes a começar com previsões de aumento de 20% na área e 11% na produção
Arlindo Moura, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), conversou com o Notícias Agrícolas sobre a produção de algodão no Brasil, que foi recorde na safra passada e vem com boas perspectivas para 2017/18.
Ele destaca que a safra 2016/17 propiciou a recuperação financeira de produtores da Bahia, Piaiu e Tocantins com uma alta produtividade registrada, por volta dos 1745kg por hectare, embora a área tenha sido 3% menor. A produção foi 17% maior, apoiada em um clima favorável para o desenvolvimento das lavouras.
Para 2017/18, está estimado um crescimento de área em 20%, número que ainda poderá ser revisado na Câmara Setorial do setor nesta quarta-feira (06). A produção deve ter um aumento de apenas 11% devido às condições climáticas deste ano. A produtividade também deve cair para 1650kg por hectare, mas este número já está acima da média brasileira.
Em termos de rentabilidade, Moura lembra que o ano contou com dois momentos de rally de preço para a commodity: um entre março e abril, com preços girando por volta de 76 a 79 cents/lb e outro nos últimos dez dias, entre 72 cents/lb e 75 cents/lb, estes que foram aproveitados por grande parte dos produtores para realizar novas vendas. Com isso, cerca de 50% da nova safra já está vendida, quando a média para o período é de 30%.
Os custos de produção aumentaram para os fertilizantes, que subiram de forma expressiva, bem como para o diesel, que teve um aumento de 15% durante o ano. Contudo, os demais insumos mantiveram seus preços, de forma que a alta total deve ficar por volta dos 2% a 3%.
O mundo demanda o produto brasileiro e já foi recomendado por empresários asiáticos que o Brasil aumentasse sua produção. As perspectivas da Abrapa dão conta de que este crescimento deve ser de 15% ao ano para que, daqui a cinco anos, a área dobre.
Atualmente, o Brasil responde pela segunda maior produtividade do mundo - perdendo apenas para a Austrália, que conta com 100% de sua produção irrigada. O desafio é se tornar cada vez mais competitivo para concorrer diretamente no mercado internacional e melhorar as pesquisas para que não haja perdas em função do excesso na colheita. Além disso, também é estudada uma diminuição do ciclo para fugir da chuva na colheita.
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