Agronegócio brasileiro conseguiu avançar principalmente nas áreas em que desenvolveu a pesquisa científica
Agronegócio brasileiro conseguiu avançar nos setores em que desenvolveu a pesquisa científica
Em debate no programa Conexão Campo Cidade, o economista Christian Lohbauer fez um alerta sobre um dos maiores desafios que o Brasil enfrenta: a falta de investimentos consistentes em pesquisa e desenvolvimento tecnológico. Segundo Lohbauer, o país tem avançado apenas nas áreas onde houve esforços significativos em ciência e tecnologia, como na produção de alimentos e na geração de energia sustentável. Contudo, a carência de investimentos continuados, tanto públicos quanto privados, impede o Brasil de se posicionar entre as economias mais inovadoras do mundo.
“Nos últimos cinquenta anos, o Brasil se destacou na produção de alimentos e energia renovável, mas esses avanços estão diretamente relacionados ao investimento em pesquisa, seja público, seja privado”, afirmou Lohbauer. Ele explicou que a agricultura e a produção de energia, especialmente as fontes renováveis como biomassa, grãos e outras características tropicais, demandam estudos feitos dentro do próprio Brasil, devido às particularidades do ambiente nacional. No entanto, o economista ressaltou que, apesar desses avanços, o investimento em ciência e tecnologia no país ainda é insuficiente. “Os índices de investimento no Brasil são muito baixos em comparação com a média da OCDE, o que nos impede de desenvolver uma economia mais inovadora”, observou.
Lohbauer também refletiu sobre as oportunidades perdidas ao longo das últimas décadas, como o setor de tecnologia da informação, que, nos anos 1970 e 1980, poderia ter se tornado um pilar importante do desenvolvimento brasileiro. Contudo, a opção por proteger o mercado interno e a falta de competitividade fizeram com que o Brasil perdesse essa chance de se tornar um protagonista global nessa área.
O papel do setor público e privado
Durante o debate, Roberto Rodrigues compartilhou sua visão sobre a importância dos investimentos em ciência e tecnologia, ressaltando o papel tanto do setor público quanto do privado para o avanço do Brasil. “Sem ciência e tecnologia, um país não avança, fica para trás”, afirmou Rodrigues, reforçando que o futuro do país depende de um investimento estratégico nessas áreas.
Um exemplo positivo citado por Rodrigues foi o desenvolvimento da agricultura brasileira após a criação da Embrapa nos anos 1970. A empresa pública foi responsável por um aumento significativo da produtividade no campo e consolidou o Brasil como um dos maiores produtores e exportadores agrícolas do mundo. No entanto, ele destacou que, apesar desse sucesso, ainda existem desafios, como a defasagem salarial dos pesquisadores, especialmente em São Paulo, o que dificulta a retenção de talentos. Rodrigues mencionou que o governo paulista está tomando medidas para resolver essa questão, o que seria um avanço importante para o fortalecimento da pesquisa no estado.
0 comentário

Congresso Nacional aprova proposta de Orçamento de 2025

Arroba do boi em tendência de alta com encurtamento das escalas; rumores sobre importação de milho para o Nordeste pressionam B3

Água reciclada na agricultura vem crescendo, mas ainda precisa de olhar mais apurado das esferas governamentais

Produtores goianos com registro no SIE agora podem comercializar leite, mel e ovos para outros estados

Minerva promete cortar dívida após pagar por aquisição de ativos da Marfrig

Taxas portuárias propostas pelos EUA para navios construídos pela China começam a sufocar as exportações de carvão e agricultura