Estabilidade de preços dos grãos é fundamental para o setor de proteína animal do Brasil
O Conexão Campo Cidade desta semana teve como tema principal o setor de proteína animal do Brasil, sobretudo a produção de aves e suínos, com a participação especial de Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
No início da edição, Marcelo Prado destacou que os últimos anos foi marcado por preços altos das commodities agrícolas. Apesar dessa alta ter sido boa para a agricultura, pressionou a cadeia da pecuária. Agora, os grãos voltaram a níveis dentro da normalidade histórica. Por esse motivo, Prado questionou como isso muda a competitividade da proteína animal e abra oportunidade para exportação dos produtos brasileiros.
Segundo Santin, há realmente uma recuperação desse setor, que atravessou problemas no últimos anos, mas contou com força do produtor rural brasileiro, que tem uma vocação para produzir alimento. “Tivemos anos sofridos. Especialmente que houve pico da saca da milho a R$ 100,00, a avicultura e a suinocultura sofreram muito. Foram resilientes em manter a produção. Isso me dá muita competitividade e permite que eu não tenha que aumentar muito o produto. Tendo essa estabilidade, eu consigo gerar melhores negócios e melhor agregação de valor lá fora”, afirmou o presidente da ABPA.
Diferencial da avicultura brasileira
Outra ponto destacado durante a edição foi o crescimento da avicultura brasileiro desde a década de 90, conforme apontou Roberto Rodrigues. Para Santin, o Brasil tem uma tecnologia que não fica abaixo de nenhum outro país do mundo, além de ter um diferencial nas questões de sanidade, alimentação e nutrição animal.
“O Brasil é o único dos grandes produtores mundiais que nunca teve influência aviária em produção comercial. Só teve em ave silvestre e fundo de quintal. Esse caso de Newcastle que teve agora também é um caso isolado. Então, são esses vários fatores. Mas eu costumo dizer, tecnologia da melhor qualidade, proximidade dos grãos e abundância dos grãos, água, sol e temperaturas favoráveis”, completou Santin.
Exportação de proteína animal e seu valor agregado
Santin também ressaltou que as exportações de bovinos, aves e suínos, juntos, nos últimos 20 anos, geraram R$ 1 trilhão e 500 bilhões de receita cambial para o Brasil. “O que fez dar certo foi que a gente cuidou muito da sanidade, e isso é o grande pulo que a gente teve, porque a influenza pegou, a peste suína pegou, e nós estamos livres disso, em produção comercial. Isso foi o que fez o Brasil crescer bastante e funcionar. E essa agregação que trouxe esse valor, além disso, tem uma agregação”, declarou.
“O Tejon brincou que tem que vir os grãos, e eles têm que vir mesmo, porque são parceiros de uma cadeia. Mas hoje, o frango e o suíno fazem, em média, 12,5 bilhões de dólares de receita cambial anualmente. Se tivesse vendido em grãos aquilo que eles comeram para se transformar em carne, faria 3,5. Ou seja, adiciona 9 bilhões de dólares por ano em uma cadeia que é distribuída desde o motorista, desde o apanhador, desde o cara de fábrica, mostrando o Brasil, como falei, quase 40% do market share global, que é uma coisa fantástica”, acrescentou Santin.
2 comentários
T&D - Íntegra do programa de 25/12/2024
T&D - Íntegra do programa de 24/12/2024
Do Marco Temporal à Lei dos Bioinsumos, 2024 foi ano de grandes batalhas para o agronegócio em Brasília
Cenário futuro do milho é promissor, mas infraestrutura precisa acompanhar
Suzano vai elevar preços de celulose em todos os mercados a partir de janeiro
A grande volatilidade do mercado do café foi o maior desafio para a indústria cafeeira em 2024
Mario Afonso Klein Passo Fundo - RS
Meu Caro Santin !!! O que nós temos hoje do MILHO são preços que não se sustentam por muito tempo. A área de plantio de MILHO aqui no RS. vai ter uma redução drástica. As razões são bastantes óbvias. Frustrações na últimas safras, clima e doenças, custos elevados, preços baixos do grão e risco climático, La Nina.
Mario Afonso Klein Passo Fundo - RS
Meu Caro Santin !!! O que nós temos hoje são preços de que não se sustentam por muito tempo. A área de plantio de aqui no RS. vai ter uma redução drástica. As razões são bastantes óbvias. Frustrações na últimas safras, clima e doenças, custos elevados, preços baixos do grão e risco climático, La Nina.