Soja: Mercado está lateralizado. Momento pode trazer oportunidades para o produtor brasileiro?
O mercado da soja está sob transição, caminhando de forma lateral e o movimento é típico para o atual momento, como explica o diretor da Pátria Agronegócios, Matheus Pereira. "Falta insumo especualtivo", diz, durante sua entrevista ao Bom Dia Agronegócio, do Notícias Agrícolas, nesta quinta-feira (19). Apesar de certa "estabilidade", porém, algumas oportunidades poderiam surgir para o produtor brasileiro, que tem que estar em alerta e entender se é ou não momento de agir.
"Neste momento do ano, os prêmios, tradicionalmente, tenderiam a sofrer reajustes positivos, subindo um pouquinho por conta da demanda, que vê um mercado em construção aqui no Brasil e entraria se preparando para a aquisição. Nosso prêmio futuro, para 2024, continua próximo dos -100 pontos, tradicionalmente muito longe da média. Um prêmio março típico, sazonal, para esta época do ano, seria de mais 50 pontos, e hoje estamos em menos 100. E para cada 10 pontos de prêmio, quando o dólar está próximo de R$ 5,00, é equivalente a R$ 1,20 por saca. Então, se estamos 150 pontos abaixo do que tradicionalmente estaríamos, estamos falando de pelo menos uns R$ 18,00 a menos por saca devido aos prêmios depreciados" detalha o diretor da Pátria.
Desta forma,com o "mercado mais parado", os prêmios seriam o principalmente componente para melhorar os preços para o produtor brasileiro. Todavia, os compradores sabem que a oferta está sendo construída no Brasil - maior produtor mundial da oleaginosa - apesar de problemas que vão se acumulando. E estes problemas têm se agravado e se tornando desafios cada vez mais graves, a cada novo dia de clima adverso, para garantir o potencial produtivo da safra 2023/24. Produtores de Mato Grosso já relatam a necessidade de replantio e preocupam ainda mais. Há sojicultores no estado falando sobre a necessidade de replantio em 20% de sua área até este momento.
O Centro-Norte do Brasil continua sofrendo com a falta de chuvas, ou com precipitações de baixíssimos volumes e má distribuição, enquanto o excesso de umidade preocupa no sul do país. Uma mudança considerável, expressiva e consistente nas condições climáticas para as principais regiões produtoras, o mercado pode inverter o sinal para os preços. E isso se dá porque, além do acompanhamento da safra brasileira, os traders também permanecem atentos ao avanço da colheita americana e, consequentemente, da chegada da nova ofetra dos EUA ao mercado.
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