Centro do Corn Belt ainda sofre com chuvas insuficientes e grãos sobem forte nesta 2ª em Chicago

Publicado em 26/06/2023 11:17 e atualizado em 26/06/2023 12:17
Matheus Pereira - Sócio-Diretor da Pátria Agronegócios
Mercado espera nova deterioração das lavouras americanas pelo USDA no boletim do fim do dia. No Brasil, demanda intensa pela soja brasileira é fator importante de sustentação às cotações, apesar de mais de 40 milhões de toneladas ainda a serem comercializadas.

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O mercado da soja retomou seus negócios na Bolsa de Chicago operando em campo positivo e vai intensificando seus ganhos entre os contratos mais negociados. Os futuros da soja, por volta de 11h20 (horário de Brasília), as cotações subiam entre 20 e 28,25 pontos, com o agosto sendo cotado a US$ 14,28 e o novembro - referência importante para a safra americana - a US$ 13,30 por bushel. O foco permanece sendo o clima nos Estados Unidos. 

"Até o atual momento temos as principais regiões produtoras norte-americanas sofrendo com a falta de chuvas. Nos últimos três a quatro dias foram observadas precipitações, principalmente, nas Dakotas, Kansas, Nebraska, norte do Iowa, partes de Minnesota, Wisconsin. Mas quando vamos para o miolo do cinturão - coração de Illinois, leste de Iowa, Missouri - são regiões onde ainda faltam chuvas, que enfrentam estiagens e na atualização desta tarde (pelo USDA) devemos ver ainda uma degradação", explica o diretor da Pátria Agronegócios, Matheus Pereira. 

Assim, ele divide os cenários entre o que passou - a expansão da seca - e o que vem pela frente - que são chuvas que podem se mostrar mais regulares para regiões importantes de produção no país nos próximos dias. Assim, nas próximas semanas será ainda mais importante o monitoramento sobre a confirmação destas previsões para entender o real tamanho da nova safra dos Estados Unidos.

Pereira lembra ainda que as perspectivas da Pátria não são de uma quebra muito agressiva da safra 2023/24, mesmo já sinalizando que nem soja e nem milho alcançarão níveis recordes de produção em função das perdas que já foram ocasionadas pelo clima. 

"O que eu orientaria para quem está nos assistindo é navegar  a euforia diante da expansão da seca e não esperar quebras catastróficas", diz. 

RELATÓRIOS DO USDA

Na sexta-feira, dia 30 de junho, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz dois novos boletins que podem também mexer com o mercado. Um deles é o que atualiza os dados de área no país e o outro, os estoques trimestrais na posição de 1º de junho. 

"A gente espera uma correção na área de soja. No último relatório, o USDA inflou a área total de soja e vimos muitos produtores nesta reta final de plantio fazer a transição para o milho, já que o mercado estava mais remunerador".

MERCADO BRASILEIRO

No Brasil, o que dá certo suporte aos preços da soja disponível - apesar de ainda haver um considerável volume de grão a ser comercializado, sendo pouco mais de 40 milhões de toneladas - é a alta demanda pelo produto brasileiro. "Nunca tivemos uma demanda tão agressiva por exportação como estamos tendo no atual momento (...) Chegamos a bater recorde de lineup na sexta-feira que chegaram a ultrapassar 13 milhões de toneladas para este período do ano", afirma o diretor da Pátria. 

E isso se dá pela maior competitividade da soja brasileira, que se mostra ainda bem mais barata em relação aos seus concoorrentes, em especial os EUA, neste momento, mantendo os compradores garantindo por aqui os seus negócios. 

"O grande fator que impediu altas significativas nos nossos preços foi a queda dos prêmios. Os prêmios continuam sob pressão", explica Pereira, relatando o cenário dos últimos dias, quando os prêmios foram na direção oposta dos futuros em Chicago, equilibrando as cotações no Brasil. 

"Tivemos uma campanha muito agressiva de vendas nestes últimos 20 a 25 dias, quando foram vendidas cerca de 15 a 18 milhões de toneladas de soja que ainda estavam na mão do produtor rural e voltamos a equilibrar também o excesso de soja. Agora já estamos em níveis (de produto disponível) sobre os quais não podemos mais falar em excesso, mas em volume equivalente para comportar uma demanda forte e recorde que temos visto por agora (...) com prêmios com capacidade de recuperação", detalha o executivo. 

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistacarlamendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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