Fertilizantes: KCl já caiu mais do que a soja, relação de troca ainda é favorável ao produtor e deve ser aproveitada, evitando stress futuro

Publicado em 18/05/2023 11:40 e atualizado em 18/05/2023 12:25
Jeferson Souza - Analista de Fertilizantes da Agrinvest
No milho, contas já não fecham com as relações acima da média em função das baixas agressivas nos preços do grão. Produtividade poderá ser a chave que irá ao menos mitigar a pressão sobre as cotações e, cruzando os custos, garantir margens de resultados um pouco mais saudáveis.

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Fertilizantes: KCl já caiu mais do que a soja, relação de troca ainda é favorável ao produtor e deve ser aproveitada, evitando stress futuro

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Apesar das baixas intensas registradas para os preços da soja nos últimos meses, as relações de troca da oleaginosa com os fertilizantes seguem ainda favoráveis ao produtor brasileira e precisam ser aproveitadas, como explica o analista do mercado de fertilizantes, Jeferson Souza, da Agrinvest Commodities. As relações estão abaixo da média e são oportunidades que podem garantir que o sojicultor consiga mitigar, mesmo que em partes, as margens mais apertadas de rentabilidade. 

"A relação de troca hoje está abaixo da média, em um cenário totalmente diferente do que tínhamos no ano passado, quando tínhamos uma relação de troca astronômica", diz Souza. O gráfico a seguir mostra, inclusive, que os preços do KCL cederam mais do que os da soja. 

Soja 23-24 x KCl
Gráfico: Jeferson Souza/Agrinvest Commodities

Esse movimento, porém, pode não durar por muito mais tempo e o produtor tem de estar atento, com a possibilidade de a soja cair mais do que o fertilizante e as relações de troca voltarem a subir. "Em resumo, o maior risco, na minha opinião, não está no fertilizante, mas na desvalorização da soja e do milho", explica o analista. 

"Se atualizarmos esse gráfico (acima) hoje, que trata de abril até meados de maio, é possível ver um KCl mais baixo e uma soja também, ainda temos queda nos dois novamente. Só que o produtor precisa ficar muito atento daqui em diante. Ontem, o contrato março/24 perdeu os US$ 12,00, e isso é muito importante para o produtor olhar a próxima safra, porque ele não tem quase nada vendido. Então essa é uma oportunidade para ele vender antecipado e comprar o fertilizante", complementa. 

A partir de junho, mais um problema entra no radar que é questão logística, uma vez que os produtores brasileiros estão atrasados em suas compras de fertilizantes, algo como 10% a 15% abaixo da média dos últimos cinco anos. "Com uma relação de troca interessante, deveríamos ver o mercado (as compras pelos produtores) dentro da média ou acima dela, mas não é o que vemos hoje", e isso pode intensifica o risco de que possa haver um risco de atraso nas entregas no Brasil. Além disso, a dinâmica de oferta e demanda muda também os preços e caso essa busca pelos produtos se intensifique, os preços podem subir e também comprometer as relações de troca. 

O analista da Agrinvest destaca ainda as boas campanhas para o barter que recentemente foram oferecidas pelas cooperativas em estados como Paraná e Minas Gerais, por exemplo, dando melhores condições de custos de produção para o sojicultor brasileiro em relação à safra anterior e que também precisam ser avaliadas.

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistacarlamendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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