Enquanto agronegócio brasileiro evolui para reduzir emissões, Europa dá passos atrás na produção energética
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Enquanto agronegócio brasileiro evolui para reduzir emissões, Europa dá passos atrás na produção energética
O agronegócio e os setores urbanos estão intrinsecamente conectados, já que as cadeias produtivas de alimentos influenciam diretamente no cotidiano das cidades. Porém, muitos ruídos de comunicação entre as duas pontas geram discussões e desentendimentos que merecem atenção. Nesse contexto, o site Notícias Agrícolas e a consultoria MPrado desenvolveram o projeto Conexão Campo e Cidade, que visa debater diversas questões relacionadas aos negócios que envolvem os ambientes urbanos e rurais.
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Dentro dessa perspectiva, o campo produz os alimentos e matérias-primas, que são consumidos na cidade. Porém, essa produção sofre críticas, por conta dos gases de efeito estudo que ela emite. No agronegócio brasileiro, muita tecnologia tem sido usada para reduzir a quantidade de carbono e metano liberados na atmosfera. Em contrapartida, países que impões regras ambientais ao Brasil, têm voltado a utilizar procedimentos antigos, principalmente na produção energética, que são grandes responsáveis pela poluição do planeta. Para falar sobre isso, o Conexão Campo Cidade desta semana contou com a participação de Daniel Vargas, coordenador do observatório de bieoconomia da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Degradação e recuperação das áreas de pastagens do Brasil
Conforme explicou Daniel Vargas, o desafio ambiental pode ser visto como uma oportunidade econômica. Para isso, são necessários números para acelerar a transição do Brasil para uma economia mais verde, com iniciativas públicas e privadas. Dessa forma, os pastos brasileiros são um campo onde pode acontecer um “boom” dessa economia verde.
Vargas detalhou que a Amazônio tem em torno de 500 milhões de hectares de área, dois quais, em torno de 90 milhões foi desmatado de alguma maneira. Desse segundo número, cerca de 70 milhões de hectares são de áreas de pastagem com baixa produtividade e algum grau de degradação.
Os estudos desenvolvidos pelo observatório de bieconomia avaliam os custos da recuperação dessas áreas para tornam em um ambiente produtivo novamente, de uma forma que seja rentável economicamente.
Assim, o custo de recuperação de 1 hectare na Amazônia gira em torno de R$ 1,2 mil. Se multiplicar por uma área de 15 milhões, que representa o total que o Brasil se comprometeu a recuperar no Plano ABC, o custo seria de um torno de R$ 21 bilhões.
Agora, o que se sabe pelo estudo é que esse investimento pode gerar uma ganho de, pelo menos, esse valor de R$ 21 bilhões, em um cenário pessimista, e, no otimista, um retorno de R$ 36 bilhões uso de um pasto mais produtivo, segundo Vargas.
De acordo com o que ele explicou, essa são áreas onde a biodiversidade se perdeu. Ali poderia abranger um novo modelo de produção, mais sustentável ambientalmente, com integração de pastagens com lavouras e florestas, com uma imensa fonte de riqueza para alimentar aquela região, o Brasil e o mundo.
Redução de gases de efeito estufa ao redor do mundo e o metano dos pastos brasileiros
Daniel Vargas afirmou que o mundo falhou ao tentar reduzir as emissões de gás carbônico. A raiz do problema, conforme ele afirmou, que são os combustíveis fósseis, não está sendo mais atacada como prioridade global. Ao mesmo tempo que o mundo reconhece essa falha, ele migra e ataca o metano.
Ao deslocar o foco do problema, o mundo delineia um novo inimigo, que são os emissores de problema, como o gado bovino. Contudo, existem equívocos nesse pensamento. Um deles é olhar uma unidade de análise isolada: o estômago do boi, sem olhar o contexto de vida do animal.
Portando, é preciso considerar o pasto onde ele é produzido, e os beneficiosos que um pasto bem cuidado pode trazer para o meio ambiente, com um abate mais acelerado e sequestro de carbono da atmosfera.
Vargas ainda explica que o metano emitido nos pastos é diferente do que é liberado na exploração de petróleo. Na indústria petrolífera, sai do chão um metano que estava debaixo da terra por muitos anos e ele é acrescentado na atmosfera.
Diferentemente, o metano do gado bovino, ele já estava na atmosfera, foi absorvido em parte durante o processo de fotossíntese da planta, foi para o estômago do boi e é liberado mais uma vez na atmosfera.
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