Da ideia à realização, Volney Aquino conta como criou do zero processadora de soja, hoje entre as 100 maiores empresas do agronegócio brasileiro
Volney Aquino, entrevista do Líderes do Agro desta semana, nasceu no interior de Goiás, onde seu pai possuía uma chácara, na qual criava algumas cabeças de gado. Foi nessa propriedade em que despertou o interesse por veterinária. Após se formar e começar a desempenhar a profissão, Aquino foi para o no estado do Tocantins, onde desenvolveu um projeto de inseminação artificial. Pouco depois, o goiano montou uma loja produtos agropecuários com o nome de Fazendão.
Quando começou a ocorrer a expansão do agronegócio no Tocantins, Aquino passou a estudar novas possibilidades de atuação. Em 2007, estudou em um programa de biodiesel, área na qual enxergou grande possibilidade crescimento.
Para isso, o empresário disse ter emprestado a quantia de R$ 100 mil e partido para São Paulo adquirir as máquinas, contudo, ao chegar no estado do sudeste, foi orientado a primeiro procurar um químico. Foi com esse profissional que Aquino teve uma surpresa: precisaria gastar ao menos R$ 5 milhões para as máquinas de esmagamento. Com a notícia, o veterinário retornou ao Tocantins apenas com uma pequena extrusora de soja, aumento aos poucos sua produção ao após anos.
“Tenho como princípio três coisas: fé em Deus, persistência no objetivo e trabalho”, disse o empresário. Insistindo em financiamentos, no ano de 2011 conseguiu contratar alguém para a capitação de recursos. A princípio sua reclamação foi de que devia muito dinheiro e precisava de auxílio, porém a resposta foi inesperada: “você ainda não deve nada, vai dever dez vezes mais, vamos crescer, vamos investir”.
Por mais que pareça arriscado trabalhar com dívidas, Aquino afirma que, quando se cresce dentro de um projeto definido e sabe onde quer chegar, não precisar ter medo. Com o tempo, ele vendeu a loja de veterinária e continuou ampliando a indústria de soja, até conseguir montar uma extrusora. Equipamentos que haviam sido cobrados R$ 14 milhões, ele começou a construir do zero e esmagar soja pelo método químico, o que alavancou o negócio. Hoje, o Fazendão, como chama a empresa, tem uma planta que esmaga 1,5 mil toneladas de soja por dia e já faturou R$ 2 bilhões em 2021.
Mudanças na forma de trabalho
Ao ser indagado por Marcelo Prado a respeito do que mais mudou em sua forma de trabalho, Aquino disse que antes era piloto, mecânico e trocador de roda, ou seja, atuava muito em todas as áreas. Agora, vem contratado consultorias e desenvolvendo novos líderes e gestores. Com isso, ele conseguiu mudar um cenário em que antes apenas ele buscava por resultados e muitas vezes desanimava, agora tem uma série de pessoas buscando esses resultados. “Antes era como se eu puxasse tudo sozinho”, se recorda.
Com essa mudança, Marcelo Prado questionou se é difícil lidar com um conselho administrativo e se é algo que ele sempre quis. "Não é questão de querer ou não, é uma exigência para tomar decisões mais assertivas, além que o mercado vê a empresa como uma empresa que se preocupa com a sustentabilidade”, afirmou Aquino. "O meu tino é comercial, eu sei comprar e vender. O resto é muito difícil, administrar, chamar a atenção, dar feedback, preciso da ajuda do conselho para isso. O conselho me ajuda a focar no que dá resultado”, completou.
Durante a entrevista, o presidente do Fazendão falou sobre as ações de sustentabilidade, com foco no carbono zero, como foi se desenvolver no Tocantins, quais os pontos positivos do estado e outros assuntos, que podem ser conferidos no vídeo. Todas as quintas-feiras, o programa Líderes do Agro é transmitido ao vivo, a partir das 17h30, trazendo grandes nomes do agronegócio brasileiros, que detalham as ações que tomaram para alcançar o sucesso.
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