A importância do mercado automotivo para o campo; entrevista com presidente da Fenabrave
A Fenabrave é responsável por reunir 52 associações de marcas de automóvel, entre comerciais leves, caminhões, ônibus, implementos rodoviários, motocicletas, tratores e máquinas agrícolas, sendo esse setor fundamental para o agronegócio brasileiro. Por isso, Marcelo Prado conversou na última quinta-feira (26) com o presidente Alarico Assumpção Junior, o qual abordou a importância da Fenabrave e o futuro desse mercado no Brasil.
Como afirmou Assumpção, o mercado de automóveis, principalmente em relação às máquinas agrícolas, enfrenta atualmente um obstáculo muito grande com a falta de oferta. A demora para entrega de grande parte de veículos novos está levando pelo menos 120 dias.
Isso ocorre porque países que produzem chips semicondutores estão com dificuldades para fabricação, ainda como efeito da pandemia. Desde quando começou o afrouxamento das políticas de isolamento social, não foi possível retornar a normalidade, o que deve ocorrer apenas no segundo trimestre de 2022, até lá a cadeia de produção está comprometida.
No caso dos caminhões com capacidade de 30 toneladas ou mais, há um desiquilíbrio de dez compradores para cada quatro veículos. Por esse motivo, todas os veículos novos estão comprometidos até abril de 2022, ou seja, apenas a partir de maio os automóveis serão entregues para novos compradores. Essa situação apenas será normalizada quando houver um alinhamento da cadeia produtiva.
Outro assunto em que Marcelo Prado chamou a atenção, relacionado ao futuro dos automóveis, foi o crescimento do uso de carros elétricos e a indústria de biocombustíveis. Assumpção destacou que a substituição do combustível a combustão será um processo longo, ainda não se sabe sequer qual o tipo de bateria elétrica que vai ser utilizada nos carros, se será de lítio, hidrogênio ou outro tipo.
De certo, o presidente da Fenabrave afirma que é uma produção muito cara e, na maior parte dos países, entre eles o Brasil, levarão muitos anos para que seja implementada uma fora complemente elétrica. Serão entre 10 e 15 apenas para que os veículos se tornem mais acessíveis. Enquanto isso, os híbridos farão um papel de transição, semelhante ao que foi o URV antes do Real.
Na sequência, a conversa focou na digitalização dos processos de comercialização. Segundo o presidente, 80% as concessionárias de todo o Brasil já estão completamente preparadas para um processo de venda totalmente digital. Contudo, no país existe uma cultura do cliente ver o veículo antes da compra e até mesmo levar a família e amigos. Esse processo é uma experiência da qual o brasileiro gosta, então nunca será substituído por uma compra pela internet.
Durante a conversa, Prado e Assumpção também conversaram sobre os serviços pós-venda, que podem ser um diferencial na escolha da concessionária onde o cliente adquire o veículo. Nos Estados Unidos, por exemplo, esse tipo de prestação corresponde a 70% do faturamento das lojas. No Brasil, ainda ocorre o inverso, 70% corresponde ao processo de compra e venda, contudo, isso deve mudar com o passar do tempo.
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