Obesidade e fome: paralelos do mundo atual que podem ser combatidos com uma “educação agrícola”
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Conexão Campo Cidade - 16/08/2021
O agronegócio e os setores urbanos estão intrinsecamente conectados, já que as cadeias produtivas de alimentos influenciam diretamente no cotidiano das cidades. Porém, muitos ruídos de comunicação entre as duas pontas geram discussões e desentendimentos que merecem atenção. Nesse contexto, o site Notícias Agrícolas e a consultoria MPrado desenvolveram o projeto Conexão Campo e Cidade, que visa debater diversas questões relacionadas aos negócios que envolvem os ambientes urbanos e rurais.
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No Conexão Campo Cidade da última segunda-feira (16), foram abordados diversos temas, entre os quais se destacaram a distribuição de alimentos e a educação das pessoas, como meio de reduzir a fome e obesidade. Em uma conversa em que cada ponto foi interligado em sequência, destacando importantes detalhes e apresentando argumentos, os especialistas do programa ressaltaram a necessidade de haver um conhecimento geral da população sobre o que ocorre no meio agrícola para melhorar a vida urbana.
Produção de alimentos, fome mundial e desperdício de comida
Roberto Rodrigues, engenheiro agrônomo e ex-ministro da Agricultura, destacou que atualmente no mundo inteiro se produz cerca de 5,5 bilhões de toneladas de alimentos por ano. Porém, existe um problema muito grande na distribuição. Conforme apontou, estudos indicam que em 2025 haverá cerca de 700 milhões de pessoas obesas no planeta, sendo que em contrapartida, hoje, 810 milhões de pessoas estão subnutridas.
O desperdício de comida – que atualmente é 17% de tudo o que se produz – foi um dos principais fatores apontados como causa desse problema. Como informou o jornalista José Luiz Tejon, nos países mais ricos, o mau aproveitamento na cadeia de distribuição acontece “do supermercado para frente”. Por outro lado, nas nações mais pobres ocorre o oposto, onde produção e transporte são as grandes vilãs para que ocorram as perdas de alimento.
A má distribuição de comida interfere na saúde da população
Alexandre de Barros, por sua vez, frisou que a má alimentação é outro motivo que leva tanto à obesidade quanto à subnutrição, pois em alguns lugares como os Estados Unidos, se come muito, porém se come mal. Ou seja, há uma combinação de pessoas que são mal nutridas e que desperdiçam alimentos.
Essa situação continua piorando a cada ano. Rodrigues reforçou que o Brasil tem seguido a mesma direção. Atualmente, são 20 milhões de pessoas com excesso de peso, o que é quase 10% da população. Esse número é 67% maior do que o de 15 anos atrás. Esses fatores são aliados à atual forma de vida da população, que cada vez mais opta por comidas de fácil preparo. Uma das soluções seria então haver uma educação alimentar maior desde a infância.
Educação alimentar como alternativa de reduzir desperdícios
A educação alimentar esteve como base das alternativas citadas no Conexão Campo Cidade para diminuir o desperdício de comida. A princípio, Alexandre de Barros comentou que as pessoas precisam ter um conhecimento maior do que é certo se comer e qual quantidade ideal, assim, haveria tanto redução do desperdício quanto da má alimentação.
Além disso, por geralmente ter uma rotina acelerada, a população de países mais ricos come mais alimentos industrializados, por não ter o hábito de preparar de forma mais rápida comida natural. A educação alimentar deveria então abranger até mesmo o preparo de alimentos, incentivando uma melhor alimentação no meio urbano.
Essa educação alimentar se estende ainda por diversos pontos. Até mesmo a escolha de frutas e verduras no supermercado precisa ser melhor orientada, pois é uma das causas do desperdício, pois muito do que é comprado pelo consumidor, acaba estragando dentro de casa e vai para o lixo. Desde a idade escolar então, é necessário que crianças e adolescentes, com conteúdo apropriado para cada idade, sejam ensinados a respeito do que se deve comer, quais as formas de preparo dos alimentos e como escolher frutas na prateleira do supermercado.
Antecipação de compra para fugir dos preços mais altos
Outro lado em que o conhecimento a respeito do que ocorre no campo pode ajudar o público urbano é a antecipação de compra de produtos que em breve estarão mais caros. No meio agrícola, isso já é comum em relação à aquisição de insumos, porém pouco praticado na cidade. Um dos produtos citados que em breve deve ficar mais caro é a ração de animais, devido à alta dos ingredientes como milho e carnes. O consumidor mais atento pode economizar.
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