China administra as compras de soja, à espera de confirmação da safra americana. Um jogo enervante..
Grupos bolsonaristas programam ato em 7 de setembro para pedir destituição do STF
BRASÍLIA (Reuters) - A convocação do presidente Jair Bolsonaro para um ato de "último aviso" ao Judiciário e ao Congresso deu resultado e grupos bolsonaristas se organizam nas redes sociais para transformar o 7 de setembro em um grande ato de apoio ao presidente, com uma pauta que inclui a defesa do voto impresso, a destituição dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com uma fonte próxima ao presidente ouvida pela Reuters, Bolsonaro irá participar de atos em Brasília, pela manhã, e em São Paulo, à tarde.
No início do mês, o próprio presidente convocou um ato para a Avenida Paulista, em São Paulo, em uma "sugestão" para seus apoiadores na guerra que abriu contra o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso.
"Se o ministro Barroso continuar sendo insensível, se o povo assim o desejar, uma concentração na Paulista para dar o último recado, para que entendam o que está acontecendo e passem a ouvir o povo, eu estarei lá", disse.
No último final de semana, Bolsonaro reafirmou sua convocação ao movimento em uma mensagem repassada a listas de transmissão em que tem ministros, amigos e apoiadores, o que foi revelado pelo colunista do site Metrópoles, Guilherme Amado e confirmado a Reuters por uma fonte próxima do presidente.
O texto, que fala de Bolsonaro em terceira pessoa, diz que o movimento é para "manter o poder", acusa a esquerda de tentar dar um golpe de Estado e diz que pode ser necessário um "contragolpe". A manifestação do 7 de setembro seria para mostrar a força do presidente.
"Foi por estes motivos que o presidente Bolsonaro, no início de agosto, em vídeo gravado, pediu para que o povo brasileiro fosse mais uma vez às ruas, na Avenida Paulista, no dia 7 de setembro, dar o último aviso, mas, desta vez, ele reforçou que o 'contingente' deveria ser absurdamente gigante", afirma o texto repassado pelo presidente.
"Ou seja, o tamanho desta manifestação deverá ser o maior já visto na História do país, a ponto de comprovar e apoiar, inclusive internacionalmente, para que dê a ele e às FFAA (Forças Armadas), para que, em caso de um bastante provável e necessário contragolpe que terão que implementar em breve, diante do grave avanço do golpe já em curso há tempos e que agora avança de forma muito mais agressiva, perpetrado pelo Poder Judiciário, esquerda e todo um aparato, inclusive internacional, de interesses escusos", acrescenta o texto.
PROMESSA DESCUMPRIDA
A sugestão da manifestação feita por Bolsonaro foi acatada rapidamente pelo bolsonarismo e ampliou a pauta. Com o último ataque do presidente ao Supremo Tribunal Federal, afirmando que irá pedir o impeachment de Barroso e do ministro Alexandre de Moraes, os grupos bolsonaristas subiram o tom. Querem a destituição de toda a Suprema Corte, além do voto impresso.
Um grupo que se denomina Movimento 7 de Setembro arrecada dinheiro para montar cozinhas comunitárias para um acampamento em Brasília. A intenção, diz um de seus boletins, é ocupar Brasília e fazer uma paralisação de caminhoneiros para obrigar o Congresso a cumprir as exigências.
A ameaça viralizou no final de semana na voz do cantor sertanejo Sérgio Reis, com um vídeo em que, durante uma reunião em que diz estar com lideranças do agronegócio, afirma que serão dadas 72 horas ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), para destituir o STF e, se isso não acontecer, o país será paralisado pelos caminhoneiros.
No final de semana, depois da prisão do presidente do PTB, Roberto Jefferson, por envolvimento em supostas ameaças às instituições, Bolsonaro subiu novamente o tom contra Alexandre de Moraes, relator do inquérito, e anunciou o pedido de impeachment, o que foi estendido por seus apoiadores a todos o STF.
Mourão considera difícil Senado acatar impeachment contra ministros do STF
BRASÍLIA (Reuters) - O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, avaliou como pequenas as chances de o Senado acatar os pedidos de impeachment anunciados pelo presidente Jair Bolsonaro contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.
Para Mourão, a decisão de Bolsonaro obedece à percepção do presidente de que a atuação desses dois integrantes da Suprema Corte estariam ultrapassando as prerrogativas do cargo.
"Não é questão de arrefecer ou colocar lenha na fogueira. O presidente tem a visão dele, ele considera que esses ministros estão passando dos limites aí em algumas decisões que têm sido tomadas. E uma das saídas, dentro da nossa Constituição, que prescreve ali no Artigo 52, seria o impeachment que compete ao Senado fazer", disse o vice-presidente a jornalistas nesta segunda-feira.
"Então ele vai pedir para o Senado. Vamos ver o que vai acontecer. Acho difícil o Senado aceitar", completou.
Ainda não está definido como ocorrerá a apresentação do pedido de impeachment dos ministros do STF anunciada por Bolsonaro no sábado, se pelo próprio presidente ou se por algum senador aliado.
O presidente tem protagonizado fogo aberto com esses dois ministros. Direcionou ataques pessoais a Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), como parte de sua cruzada em defesa do voto impresso e contra as urnas eletrônicas.
No caso de Alexandre do Moraes, ministro que o levou à condição de investigado por divulgar dados sigilosos de apuração sobre ataque cibernético ao TSE em 2018, a bronca mais recente diz respeito à prisão de um aliado, o ex-deputado Roberto Jefferson, por determinação do integrante do Supremo na última sexta-feira.
Mourão também comentou a prisão de Jefferson, por decisão de Moraes.
"Todo mundo discute essa prisão do ex-deputado Roberto Jefferson. Eu acho que o ministro Alexandre do Moraes poderia ter tomado outra decisão. Também, vamos dizer assim, tão importante, e tão coercitiva, sem necessitar mandar prender por algo que é uma opinião que o outro vem externando", disse o vice-presidente.
Moraes determinou na sexta-feira a prisão preventiva do ex-deputado a partir de um pedido da Polícia Federal, que o investiga no inquérito aberto em julho para apurar a suposta existência de milícias digitais que estariam fomentando ataques à democracia e promovendo a distribuição de notícias supostamente falsas.
"Não considero que o Roberto Jefferson seja uma ameaça à democracia tão latente assim", disse.
"A partir do momento em que ele, por exemplo, montar uma milícia, aí, com 5 mil homens, vier e cercar o Congresso, aí ele vira uma ameaça. Mas enquanto ele esta expressando aí as palavras, não vejo... opinião é opinião."
BOLSA EUA - S&P e Dow renovam máximas recordes com impulso de ações defensivas
(Reuters) - Os índices S&P 500 e Dow Jones atingiram nesta segunda-feira novas máximas recordes, à medida que investidores se movimentaram para setores defensivos e ações recuperaram perdas do início da sessão, superando o impacto de dados econômicos mais fracos da China.
Grupos economicamente sensíveis, como energia, materiais básicos e finanças, perderam força após dados indicarem que o crescimento da produção industrial e das vendas no varejo da China desacelerou com força e ficou abaixo das expectativas em julho, com novos surtos de Covid-19 e enchentes prejudicando as operações das empresas no país.
Mas o setor de saúde avançou 1,1%, registrando a melhor performance do S&P 500. Os segmentos de utilities e consumo básico, que também costumam ser vistos como defensivos (menos sensíveis aos ciclos econômicos), também deram impulso aos ganhos do mercado.
Tanto o S&P 500 quanto o Dow engataram a quinta sessão consecutiva com máximas recordes de fechamento, mesmo após terem iniciado o dia em território negativo.
"Há simplesmente volumes enormes de liquidez, volumes massivos de dinheiro por aí, tanto nos balanços das empresas quanto nos bolsos dos investidores privados, e por causa disso, a cada pequena queda as pessoas procuram pechinchas, compram e mantêm o impulso ao mercado", disse Randy Frederick, vice-presidente de trading e derivativos do Charles Schwab em Austin, Texas.
O índice Dow Jones subiu 0,31%, a 35.625 pontos, enquanto o S&P 500 ganhou 0,262086%, a 4.480 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq recuou 0,2%, a 14.794 pontos.
Preços do petróleo fecham em queda com dados fracos da economia da China
NOVA YORK (Reuters) - Os preços do petróleo fecharam em queda nesta segunda-feira com dados fracos da economia chinesa, mas perdas foram reduzidas após fontes afirmarem à Reuters que a Opep e seus aliados acreditam que o mercado não precisa de mais petróleo do que o já planejado para liberar nos próximos meses.
O Brent fechou em queda de 1,08 dólar, ou 1,5%, a 69,51 dólares o barril, após queda anterior para 68,14 dólares. O petróleo dos EUA recuou 1,15 dólar, ou 1,7%, para 67,29 dólares, após atingir mínima de 65,73 dólares.
O mercado recuou mais de 3% mais cedo na sessão, após informações mostrarem que a produção industrial chinesa e o crescimento das vendas no varejo desaceleraram drasticamente em julho, com enchentes e novos surtos de Covid-19 interrompendo atividades econômicas.
O processamento de petróleo na China, maior importador do mundo, no mês passado, também recuou para a uma mínima em base diária desde maio de 2020, com refinarias independentes cortando produções diante de cotas mais apertadas, estoques elevados e lucros em queda.
Entretanto, os preços se recuperaram levemente após fontes da Opep+, que compreende a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, afirmarem que não há necessidade de liberar mais petróleo, apesar da pressão dos EUA de acrescentar oferta para conter aumento de preços do petróleo.
Em julho, a Opep+ concordou em impulsionar a produção mensal em 400 mil barris por dia (bpd), a partir de agosto, até que as atuais reduções de produção de petróleo, de 5,8 milhões de bpd, sejam completamente eliminadas.
Na semana passada, a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) disse que o aumento da demanda por petróleo reverteu o curso em julho e deve crescer a uma taxa mais lenta pelo restante de 2021, devido ao aumento de infecções da variante Delta da Covid-19.
Produção de gás do Brasil é recorde em julho; de petróleo é a maior em 1 ano
RIO DE JANEIRO (Reuters) -A produção de gás natural do Brasil bateu recorde em julho e a de petróleo atingiu o maior patamar em um ano, apontaram dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) nesta segunda-feira.
A produção de gás atingiu 139,133 milhões de metros cúbicos por dia (m³/d) em julho, alta de 6,75% ante o mesmo período do ano passado e um avanço de 2,5% ante junho, apontaram os dados.
Já a produção de petróleo registrou em julho 3,04 milhões de barris por dia (bpd), queda de 1% na comparação anual e avanço de 4,9% na mensal. O volume é o maior desde agosto de 2020, quando o país produziu 3,08 milhões de bpd.
Somando a produção de petróleo e gás, o Brasil produziu 3,92 milhões de barris de óleo equivalente por dia, avanço de 0,6% em relação a um ano antes e alta de 4,3% versus junho.
A agência não informou imediatamente os motivos para o avanço da produção, após pedido de comentários.
A Petrobras, maior produtora do país, respondeu por 100,34 milhões de m³/d de gás em julho, alta de 0,4% ante um ano antes, enquanto a produção de petróleo somou 2,23 milhões de bpd, queda de 2,85% na mesma comparação.
A produção de gás da anglo-holandesa Shell , segunda maior produtora do Brasil e importante sócia da Petrobras no pré-sal, foi de 15,75 milhões de m³/d, alta de 4,8% ante um ano antes, enquanto a de petróleo somou 373,6 mil bpd, avanço de 0,2% na mesma comparação.
Exportação de milho do Brasil melhora em agosto, mas ainda cai 30% ante 2020
SÃO PAULO (Reuters) - A média diária de exportações de milho do Brasil alcançou 213,32 mil toneladas até a segunda semana de agosto, queda de 28,25% ante o ritmo de embarques visto no mesmo mês completo de 2020, mostraram dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) nesta segunda-feira.
Por outro lado, os embarques melhoraram em relação ao total de 143,65 mil toneladas enviado ao exterior por dia até a primeira semana de agosto.
Segundo a consultoria AgRural, a colheita da segunda safra de milho está chegando na reta final em Mato Grosso e atingiu em torno de 70% no centro-sul do país, ampliando a disponibilidade de grãos para exportação --embora o avanço dos trabalhos também mostre problemas na qualidade da produção.
A colheita brasileira está atrasada quando comparada a anos anteriores, após um plantio tardio e problemas climáticos nos principais Estados produtores.
Ainda de acordo com a Secex, a exportação de soja do Brasil até a segunda semana de agosto teve média diária de 358,9 mil toneladas, superando os 278 mil vistos no mesmo mês do ano passado.
Boa Safra vê alta de 30% na produção de sementes de soja, tem vendas antecipadas
SÃO PAULO (Reuters) - A Boa Safra projetou nesta segunda-feira um crescimento de cerca de 30% na produção de sementes de soja a ser ofertada para a próxima temporada de plantio no Brasil (2021/22), indicando também um aumento importante nas vendas, com agricultores investindo para melhorar as produtividades em um cenário favorável de preços.
O diretor-presidente da Boa Safra, Marino Colpo, evitou detalhar as projeções de vendas, mas afirmou que os negócios da companhia normalmente seguem o total produzido.
A companhia produziu cerca de 100 mil "bags" (sacas) em 2020 e projeta elevar a produção para 130 mil sacas em 2021, passando para 170 mil sacas no ano que vem.
"Essa é a capacidade máxima produzida. Tecnicamente, temos histórico de vender algo entre 90-95% (da produção)... 92% da capacidade é o volume vendido...", declarou ele.
"De fato, as vendas estão indo muito bem, estamos com antecipação de vendas frente aos anos anteriores, estamos bem vendidos... estamos muito animados", acrescentou.
Os pedidos em carteira reportados somaram 546,4 milhões de reais no segundo trimestre deste ano, mais que o dobro ante os 189,5 milhões registrados um ano antes.
Ele comentou também que a empresa tem baixo nível de cancelamento de vendas, sendo no máximo 5%, historicamente.
Segundo o executivo, o ano passado "foi de grande preocupação" devido à pandemia de Covid-19, mas os cancelamentos de negócios vieram em linha com o histórico.
Questionado sobre um aumento de custos dos produtores, e se isso poderia dificultar vendas de sementes, o executivo disse que a "lavoura não é tão barata quanto foi no ano passado" e há inflação de custos para o sojicultor, mas o preço da soja ainda está alto, garantindo boas margens.
"Está todo mundo satisfeito e animado para o ano que vem, se os preços se manterem nesta linha."
O CEO da companhia, que lançou ações na B3 recentemente, disse ainda que a empresa buscará "continuar crescendo e consolidar o setor", ainda bastante pulverizado.
Dólar supera R$ 5,28 e bate máxima desde maio com incerteza doméstica e tensão externa
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou acima de 5,28 reais nesta segunda-feira, no maior patamar desde maio, pressionado pela força da moeda norte-americana no exterior e pelo recorrente clima de instabilidade político-fiscal no plano doméstico.
O dólar à vista subiu 0,67%, a 5,2812 reais, maior nível desde 26 de maio (5,3127 reais).
A cotação bateu a máxima do dia (5,298 reais, alta de 0,99%) ainda no começo do pregão, mas passou gradualmente a perder força até pouco antes das 12h ir à mínima intradiária (5,2292 reais, queda de 0,32%). Posteriormente, recuperou em ritmo modesto algum terreno, mas duas arrancadas entre 15h20 e 17h recolocaram a moeda perto dos níveis mais altos do dia.
A expectativa pela votação do texto que muda as regras do Imposto de Renda, tensões entre Poderes e renovadas pressões sobre valores para o Bolsa Família seguiram pesando sobre o sentimento doméstico. Em todas essas frentes o mercado teme que haja prejuízo aos cofres públicos e/ou travamento da agenda reformista, com riscos de ações do governo mais enviesadas para o populismo.
Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a defender mudanças nas regras para pagamento de precatórios, o que parte do mercado vê como uma pedalada fiscal.
Mas o ambiente externo também pesou nesta segunda.
Lá fora, o índice do dólar frente a uma cesta de moedas fortes tinha ligeira alta de 0,09%, mas mostrava ganhos mais expressivos contra divisas correlacionadas a matérias-primas, caso do real.
Peso chileno (-1,5%), rand sul-africano (-0,7%) e dólar australiano (-0,5%) estavam entre os piores desempenhos globais. Todas essas divisas vendem insumos cujo principal importador é a China, que voltou a assustar os mercados após dados mais fracos que o esperado divulgados entre o domingo e esta segunda-feira.
As commodities caíam 0,5% no fim da tarde. O declínio das matérias-primas pressiona uma medida chamada termos de troca (relação entre preços de exportações e importações). Os termos de troca vinham em forte alta no Brasil com o rali desses produtos no mercado internacional, o que contribuiu para avaliações melhores para a moeda brasileira.
Algum conservadorismo antes da divulgação na quarta-feira da ata da última reunião de política monetária do banco central dos EUA e por receios de que a crise no Afeganistão gere ondas de choques na geopolítica também ditou demanda por ativos seguros, caso do dólar.
A combinação de todos os fatores mencionados acima levou o Morgan Stanley a passar ao lado pessimista sobre o real, depois de meses com recomendação otimista ou neutra.
"Grande parte da deterioração parece advir da percepção de que uma derrapada fiscal permanece como um grande risco", disseram estrategistas do banco em relatório.
Junto ao real os profissionais listaram o rand sul-africano, citando que a moeda tem uma das maiores correlações com os preços das commodities.
Pessimismo com China e quadro fiscal doméstico levam Ibovespa à mínima desde maio
SÃO PAULO (Reuters) - Dados decepcionantes sobre atividade econômica na China e a piora de perspectivas para inflação e juros no Brasil colocaram investidores na ponta vendedora de ações domésticas, levando o Ibovespa nesta segunda-feira à mínima desde o começo de maio.
Pressionado pelo efeito da queda de commodities e da alta do dólar sobre ações domésticas, o principal índice acionário do país caiu 1,66%, fechando a sessão em 119.180,03 pontos, menor nível de fechamento desde 4 de maio. O giro financeiro da sessão somou 34,2 bilhões de reais.
A China teve crescimento de produção industrial e de vendas no varejo em julho, mas abaixo das expectativas, o que foi suficiente para levar ladeira abaixo as cotações de produtos como petróleo e metais.
Além de puxar consigo os índices das principais bolsas globais, por aqui esse quadro ampliou o pessimismo com o Brasil, diante de receios com o quadro fiscal e tensão política. Esse cenário mais negativo foi temperado com a piora das projeções de inflação e juros para 2021, segundo o boletim semanal Focus, do Banco Central.
"A desaceleração da economia chinesa e mais um pregão de alta para curva de juros justificam a forte queda do Ibovespa e o retorno para a faixa de 119 mil pontos", afirmou o analista da Clear Corretora Rafael Ribeiro.
Mas a sessão também foi marcada por uma bateria de anúncios corporativos de fusões, aquisições envolvendo Rede D'Or, Alliar, Ultrapar, Bemobi, Viveo, enquanto Comerc e Entalpia anunciaram planos de listagem em bolsa.
DESTAQUES
-PETROBRAS perdeu 2,42%, na sombra das cotações globais do barril do petróleo, após dados econômicos da China.
- USIMINAS puxou a fila das siderúrgicas, cedendo 5,3%, também após dados chineses. CSN encolheu 2,72%, enquanto Gerdau teve baixa de 3,1%. VALE foi uma exceção, com ganho de 0,46%.
- ITAÚ UNIBANCO recuou 1,15%, ilustrando a sessão também negativa para os grandes bancos brasileiros, após o mercado elevar as projeções para alta da Selic em 2021. BRADESCO retrocedeu 0,82% e SANTANDER BRASIL foi depreciado em 0,29%.
- COSAN caiu 2,2%, após divulgar lucro líquido de 942,4 milhões de reais no segundo trimestre, ante 101,9 milhões do mesmo período de 202. A empresa, porém, anunciou redução da expectativa de investimentos para a unidade de gás Compass.
- ALLIAR disparou 19,9%, após anúncio de que a Rede D'Or ofereceu comprar a empresa de diagnósticos médicos com um prêmio de 21,8% em relação à cotação de fechamento das ações na sexta-feira, numa operação de até 1,36 bilhão de reais. REDE D'OR fechou estável.
- ULTRAPAR avançou 1,09%, após ter anunciado acordo para vender 100% de sua unidade de químicos especiais Oxiteno para o grupo tailandês Indorama por 1,3 bilhão de dólares.
- CVC perdeu 8,56%. A companhia de viagens anunciou nesta manhã que elevou a participação na VHC Hospitality, de 69% para 100%. Na sexta à noite, havia divulgado que teve prejuízo de 175,6 milhões de reais, acusando os efeitos da segunda onda da Covid-19. Executivos da companhia chegaram a mencionar que esperam forte alta de resultados no segundo semestre, diante de demanda reprimida por viagens no Brasil.
- VIVEO teve valorização de 0,17% após revelar que acertou a compra da Profarma Specialty, empresa de distribuição e farmácia de especialidades e da Cirúrgica Mafra, por um valor total de cerca de 900 milhões de reais.
- BEMOBI teve declínio de 2,16%. A companhia anunciou também nesta manhã a comprou o grupo chileno Tiaxa por até 38 milhões de dólares.
BOLSA EUROPA - Índice encerra série de 10 dias de ganhos sob peso de dados da China
(Reuters) - As ações europeias interromperam nesta segunda-feira uma série de dez altas diárias, após uma surpreendente desaceleração em indicadores econômicos da China, com papéis vinculados a commodities em queda mais expressiva.
O índice pan-europeu STOXX 600 caiu 0,5%, para 473,45 pontos, afastando-se de um nível recorde registrado na semana passada.
As ações de petróleo e de mineração caíram cerca de 1,5% cada, com os preços das commodities em baixa depois que dados chineses levantaram preocupações sobre uma vacilante demanda no maior consumidor mundial de metais e petróleo.
O crescimento da produção industrial e das vendas no varejo da China desacelerou drasticamente e ficou abaixo das expectativas para julho, com novos surtos de Covid-19 e inundações interrompendo as operações das empresas.
LVMH, Kering (dona da Gucci) e Richemont (fabricante da Cartier) --empresas de bens de luxo com exposição à China-- caíram entre 2,1% e 4,6%.
"Os mercados europeus prestarão atenção às preocupações com o crescimento dos EUA e da China... especialmente porque o calendário de divulgação de indicadores econômicos da Europa está quase vazio hoje", escreveu Jeffrey Halley, analista de mercado sênior da OANDA, em uma nota.
Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,90%, a 7.153 pontos.
Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 0,32%, a 15.925 pontos.
Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,83%, a 6.838 pontos.
Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 0,76%, a 26.448 pontos.
Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,81%, a 8.926 pontos.
Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,02%, a 5.220 pontos.
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