Soja no vai-e-vem; relatório do USDA joga cotações pra cima, mas mercado não entrou na especulação
Bolsonaro volta a se referir às Forças Armadas como poder moderador
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro voltou a se referir nesta quinta-feira às Forças Armadas como um poder moderador, tese já rebatida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e afirmou ainda ter o apoio militar total às suas decisões.
"O momento é de satisfação e alegria para todo o Brasil. Nas mãos das Forças Armadas, o poder moderador, nas mãos das Forças Armadas, a certeza da garantia da nossa liberdade, da nossa democracia, e o apoio total às decisões do presidente para o bem da sua nação", disse o presidente em cerimônia de cumprimentos aos oficiais-generais promovidos, no Palácio do Planalto.
O presidente Jair Bolsonaro afirmou que os valores, a união e os princípios dos militares confortam o governo e os brasileiros em "momentos difíceis" e que o país logo terá de volta "paz, tranquilidade e progresso".
Mercado reduz projeções para o déficit primário em 2021 e 2022, mostra Prisma Fiscal
BRASÍLIA (Reuters) - O mercado reduziu a estimativa para o déficit primário do governo central neste ano e no próximo após elevar a projeção para as receitas públicas no período, mostrou o relatório Prisma Fiscal de agosto divulgado nesta quinta-feira pela Secretaria de Política Econômica.
A mediana das projeções para o resultado primário deste ano feitas por economistas e instituições de pesquisa consultados na pesquisa aponta para um déficit de 163,6 bilhões de reais, ante um rombo de 184,3 bilhões de reais estimados no mês passado. Para 2022, a projeção recuou para um saldo negativo de 100,6 bilhões de reais, de 116 bilhões de reais estimados antes.
Nos dois anos, a redução do rombo resultou de uma melhora na projeção de arrecadação --para 1,776 trilhão de reais em 2021 (1,755 trilhão de reais antes) e 1,889 trilhão de reais em 2022 (1,867 trilhão de reais).
Com a perspectiva de um déficit primário menor, a projeção para a dívida bruta recuou ligeiramente, para 82% do Produto Interno Bruto em 2021 (82,77% antes) e 83,20% em 2022 (83,24% antes).
XP eleva projeção de inflação para 7,3% em 2021 e 3,7% em 2022
SÃO PAULO (Reuters) - A XP revisou para cima suas perspectivas de inflação para este ano e o próximo, com efeitos das geadas e secas, pressão dos combustíveis e aumento da demanda decorrente da reabertura da economia compondo um cenário "desafiador" para a dinâmica de preços.
A XP estima agora o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em alta de 7,3% em 2021, ante projeção anterior de 6,7%. Para 2022, a expectativa é de que o índice suba 3,7%, contra 3,6% anteriormente.
"Reaceleração da inflação de alimentos, choque nos preços de bens administrados, especialmente combustíveis e energia elétrica, persistência na alta de bens industrializados e (...)aceleração ainda mais forte nos preços de serviços" estão entre os fatores levados em consideração, disse em relatório Tatiana Nogueira, economista da XP.
"Dessa forma, inflação do ano deve superar 7%, elevando também as medidas de núcleos e gerando preocupação para a inflação do ano que vem."
Entre os componentes do IPCA, a XP espera alta mais intensa nos preços dos alimentos, projetando salto de 8,3% em 2021 devido ao "efeito das geadas e perspectivas climáticas um pouco piores para o segundo semestre". A estimativa anterior era de alta de 7,3% neste ano.
A inflação dos bens industrializados deve ficar em 7,8% em 2021, segundo o relatório, em meio a custos elevados e resiliência da demanda.
Já os preços dos bens administrados devem subir 11% no ano, projetou a XP, levando em consideração o reajuste recente no preço da gasolina, com hipótese de reajuste adicional da taxa cobrada na bandeira vermelha nas contas de energia.
No setor de serviços, a XP elevou sua projeção para a inflação a 3,9% em 2021, ante estimativa anterior de 3,6%, apontando demanda aquecida em meio à reabertura da economia.
Sobre o ano de 2022, a XP disse que "a inflação mais alta este ano gera inércia para o ano seguinte, especialmente nos serviços inerciais e bens administrados". Ainda assim, "a alta mais intensa dos juros e a esperada desaceleração da atividade – em meio a um desemprego ainda elevado – devem evitar parcialmente que choques pontuais se propaguem pelos demais preços da economia".
Dados divulgados nesta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram que a inflação medida pelo IPCA acelerou com força em julho e atingiu o nível mais alto para o mês em quase 20 anos, com o índice saltando 0,96%.
Se há tendência para taxa de juros neutra é de que seja mais alta, diz Campos Neto
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira que se há alguma tendência para a taxa neutra de juros --que mantém a inflação estável em torno da meta-- é de que seja mais alta.
Ao participar de webinar realizado pelo UBS BB, ele disse que o BC não tinha um número imediato para a taxa, mas ponderou que a autoridade segue atenta às variáveis descritas em seu balanço de riscos para a inflação.
Atualmente, a mensagem do BC é de que há assimetria altista no balanço em função do quadro fiscal brasileiro em meio à incerteza do mercado sobre a sustentabilidade das contas públicas conforme o ano eleitoral se aproxima e os desejos do governo federal de gastar mais vão sendo explicitados.
"Temos dito que olhamos para o balanço de riscos e tudo que tem impactado o balanço de riscos", disse Campos Neto em inglês, ao ser questionado sobre a taxa neutra.
"Óbvio, quando você leva em consideração os novos dados econômicos, você começa a pensar que, se há algo, a tendência é que seja mais alta e não mais baixa, embora eu não tenha um número e não comuniquemos um número neste momento", disse.
Em algumas ocasiões, o BC mencionou trabalhar com uma taxa neutra nominal de cerca de 6,5%, com a taxa real em torno de 3%.
Campos Neto ressaltou que, em pesquisa do BC junto aos agentes de mercado, a maioria dos economistas manteve a taxa neutra por volta de 3%, embora alguns tenham modificado o número para algo entre 3% e 3,5%.
Mais cedo nesta quinta-feira, Campos Neto já tinha reafirmado o compromisso do BC em levar a inflação para as metas, mensagem que repetiu no webinar desta tarde.
"Mensagem principal é que vamos fazer o que for preciso para atingir as metas de inflação, para ancorar as expectativas", disse.
Diante das pressões inflacionárias, o BC aumentou na semana passada a dose de aperto monetário a 1 ponto percentual, levando a Selic a 5,25% ao ano, e também indicou que deve adotar outra elevação de igual magnitude na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em setembro.
Desde o comunicado, o BC tem reiterado que vê a necessidade de uma Selic acima do patamar neutro para que a inflação seja domada. No mercado, agentes já passaram a ver a Selic fechando o ano em 7,25%, conforme boletim Focus mais recente.
USDA faz novo corte em projeção para safra de milho 20/21 do Brasil
(Reuters) - A estimativa de produção de milho 2020/21 do Brasil foi reduzida novamente pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, na sigla em inglês) para 87 milhões de toneladas, ante 93 milhões projetados no mês anterior, conforme relatório divulgado nesta quinta-feira.
No último levantamento, a estimativa do órgão norte-americano já havia sido cortada em 5,5 milhões de toneladas, em meio a uma queda na segunda safra do cereal, que está em plena colheita.
O USDA, por outro lado, manteve sua projeção para a safra de soja brasileira 2020/21 em 137 milhões de toneladas.
Para a temporada 2021/22, que será plantada a partir de setembro, o USDA também manteve as projeções para produção de soja e milho do Brasil em 144 milhões e 118 milhões de toneladas, respectivamente.
BOLSA EUA - S&P 500 renova recorde de fechamento com apoio de ações de tecnologia
NOVA YORK (Reuters) - Os índices Dow Jones e S&P 500 renovaram máximas recordes de fechamento pelo terceiro dia consecutivo nesta quinta-feira, com as ações de megacaps de tecnologia dando impulso ao mercado após dados sobre empregos apontarem uma firme recuperação econômica nos Estados Unidos.
De acordo com dados preliminares, o Dow Jones fechou em alta de 0,04%, a 35.499,71 pontos, enquanto o S&P 500 subiu 0,29%, a 4.460,82 pontos, e o Nasdaq avançou 0,35%, a 14.816,26 pontos.
Ibovespa recua para mínima em três meses em dia cheio de balanços
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda nesta quinta-feira, no menor patamar em três meses, com as ações da Ultrapar afundando mais de 12% após o resultado trimestral decepcionar, em uma sessão marcada por uma batelada de balanços corporativos.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,11%, a 120.700,98 pontos, mínima de fechamento desde 12 de maio. O volume financeiro superou 33 bilhões de reais.
Na visão do sócio da Veronezi Investimentos Fabio Galdino, a bolsa está com múltiplo atrativo, mas o desempenho segue prejudicado pela questão fiscal, além de piora na percepção para inflação e, por consequência, revisão nas projeções de Selic.
"Como o cenário não está claro nesses aspectos, o Ibovespa deve ficar nesse rame-rame", afirmou.
Apesar da recepção menos amistosa a alguns balanços nesta sessão, a avaliação no mercado é de que as empresas têm apresentado bons resultados.
A equipe da XP Investimentos avalia os resultados do segundo trimestre como sólidos até agora, com 69% das empresas reportando lucro operacional (Ebitda) em linha ou acima das suas expectativas.
"A revisão (nas projeções) de lucros segue forte após temporada do segundo trimestre", afirmou a equipe comandada por Fernando Ferreira em comentário a clientes.
Após o fechamento, uma nova enxurrada de balanços está agendada, incluindo os números de BRF, Magazine Luiza, Lojas Renner, Natura&Co, Sabesp e CCR.
DESTAQUES
- ULTRAPAR ON despencou 12,33% após balanço do segundo trimestre com resultado aquém das expectativas de analistas, principalmente frustração com as margens da principal unidade do grupo, a Ipiranga. Nem a manutenção das previsões para o ano, nem a expectativa da empresa de maior demanda por combustíveis no terceiro trimestre aliviaram a queda. O Bradesco BBI cortou a recomendação dos papéis para 'neutra' após o balanço.
- MINERVA ON afundou 11,27% após a companhia afirmar que não pretende fechar o seu capital, em resposta a ruídos sobre o assunto que fizeram os papéis disparar 14,6% no final da quarta-feira. No setor, JBS ON caiu 5,85%, mesmo após reportar o melhor trimestre da história no período de abril e junho, enquanto sinalizou que aquisições recentes não aumentarão alavancagem.
- B3 desabou 7,71%, para mínimas desde maio de 2020, após balanço do segundo trimestre, no qual mudou para possível o prognóstico para uma perda de processos cíveis da ordem de 31,5 bilhões de reais. Apesar de a mudança não exigir provisões e a B3 reiterar que permanece construtiva em resultado positivo, o Credit Suisse destacou que o tamanho potencial da perda no caso de decisão desfavorável pode ser relevante, o que torna justificável o reação das ações.
- VIA VAREJO ON caiu 7,3%, mesmo após dobrar o lucro no segundo trimestre, enquanto o resultado operacional medido pelo Ebitda ajustado caiu 12,6%, a 485 milhões de reais, abaixo das previsões de analistas, com a margem encolhendo 4,4 pontos percentuais, para 6,2%.
- HAPVIDA ON valorizou-se 6,38%, apesar da queda do lucro no segundo trimestre, ainda afetado pela dinâmica da pandemia de Covid-19. Analistas destacaram positivamente melhor resultado financeiro e custos médicos mais controlados do que pares, entre outros elementos, e que o pior pode ter ficado para trás. Na esteira, NOTRE DAME INTERMÉDICA ON avançou 6,91%. A fusão entre as companhias segue sob análise do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
- FLEURY ON fechou em alta de 4,01%, em sessão de recuperação, após recuar 3% na véspera. Mais cedo, os papéis chegaram a ser negociados a 22,45 reais, menor cotação intradia desde 1 de junho de 2020.
- AMERICANAS ON subiu 2,47% após acordo para comprar a rede de hortifruti Natural da Terra por 2,1 bilhões de reais. A companhia também divulga balanço do segundo trimestre após o fechamento. A média das projeções compiladas pela Refinitiv aponta Ebitda de 219,35 milhões de reais.
Dólar fecha em alta de 0,66%, a R$ 5,2542
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar voltou a fechar em alta e superou a casa de 5,25 reais nesta quinta-feira, na máxima em cinco semanas, com o mercado repercutindo os ganhos da moeda no exterior após dados mais fortes de inflação nos EUA e novas incertezas fiscais depois do adiamento da votação de reforma do IR para a próxima semana.
O dólar à vista subiu 0,66%, a 5,2542 reais, maior nível desde 8 de julho (5,2549 reais). A cotação variou de 5,2097 reais (-0,20%) a 5,2584 reais (+0,74%).
No exterior, o índice da divisa norte-americana contra uma cesta de rivais ganhava 0,1%, mantendo-se perto de máximas em mais de quatro meses.
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