Novas geadas não devem afetar cafezais de MG; é o que mostra a Bolsa de NY, com preços em queda
Governo vai buscar soluções para produtores de café após perdas com geadas, diz ministra
SÃO PAULO (Reuters) - O governo federal vai buscar soluções para auxiliar os produtores de café que tiveram perdas em suas lavouras devido à forte geada ocorrida nesta semana, disse a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, após visita nesta sexta-feira a áreas afetadas em Minas Gerais.
Segundo comunicado do ministério, Tereza Cristina participou de uma reunião de emergência como representante do governo junto a produtores rurais, em Alfenas (MG). Ela disse que recebeu com preocupação os relatos sobre a geada.
"Viemos aqui para ver, ouvir e achar soluções em conjunto, sentarmos à mesa para identificarmos uma solução, que não será única", afirmou a ministra, também em nome do presidente Jair Bolsonaro.
"A geada pegou pontos diferentes e, por isso, vamos trabalhar em uma solução conjunta com o Estado de Minas Gerais, prefeitos e cooperativas", acrescentou, lembrando que grande parte dos produtores é formada pela agricultura familiar.
Foi solicitado que os cafeicultores forneçam dados detalhados sobre as perdas para um levantamento que será realizado pelas equipes técnicas de órgãos estaduais e pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Também de acordo com o comunicado do ministério, a secretária de Agricultura de Minas Gerais, Ana Maria Valentin, disse que o que governo estadual pode fazer neste primeiro momento é um laudo completo do problema.
Acompanharam a ministra na reunião o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Marcos Montes, e o diretor de Comercialização e Abastecimento da pasta, Silvio Farnese. O presidente da Emater, Otávio Maia; o presidente do Sebrae, Carlos Melles, além de prefeitos, vereadores, produtores de café e representantes do setor também participaram do encontro.
O ministério ainda ressaltou que o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) disponibilizou uma Plataforma de Monitoramento de possíveis Geadas no Brasil, que traz um mapa de possíveis ocorrências de frio excessivo baseado em dados registrados pelas Estações Meteorológicas Automática.
Cooabriel paga recorde de R$ 540/saca por café conilon a cooperados
SÃO PAULO (Reuters) - O preço do café conilon pago pela Cooabriel a cooperados atingiu nesta sexta-feira um recorde de 540 reais por saca de 60 kg, superando a marca 530 reais registrada há quase cinco anos, como reflexo da queda de produção da variedade arábica no Brasil, maior produtor global da commodity.
A instituição sediada em São Gabriel da Palha (ES), maior cooperativa de produtores de conilon do Brasil, destacou em nota que importantes áreas de arábica do país, que já haviam sido fortemente afetadas pela estiagem no ano passado, foram castigadas pelas geadas nesta semana.
Como reflexo, a cotação do café conilon acompanhou o mercado do arábica e também saltou. A Cooabriel se disse otimista com a valorização dos preços, mas ponderou que condições climáticas desfavoráveis também podem afetar a safra local de café robusta --outra nomenclatura para o conilon.
"Como o café trata-se de uma commodity, existem muitas variáveis, mas estamos otimistas... Nossa grande preocupação hoje é com o clima, que apresenta frio intenso e falta de chuvas em nossa região, o que poderá comprometer o resultado da próxima safra", afirmou em nota o gerente corporativo de comercialização da Cooabriel, Edimilson Calegari.
Ele disse ainda que o aumento do preço do café nos últimos dias ajuda a amenizar a alta dos insumos.
No mercado internacional, os contratos futuros do café arábica chegaram a atingir o maior patamar em seis anos e meio, acima de 2 dólares por libra-peso, também na esteira das geadas no Brasil. Já o robusta bateu uma máxima de quatro anos, a 1.993 dólares por tonelada.
O recorde anterior nos preços pagos pela Cooabriel a cooperados, apurado em novembro de 2016, havia ocorrido em função da grande seca que atingiu as regiões produtoras do Espírito Santo, causando uma quebra de safra.
Produtividade do milho safrinha deve cair até 30% após geadas, diz Conab
SÃO PAULO (Reuters) - A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) afirmou que as lavouras de milho segunda safra 2020/21 devem ter queda de até 30% na produtividade em função de problemas climáticos, como seca e geadas, de acordo com acompanhamento especial divulgado nesta sexta-feira.
Equipes da companhia estão em campo nos Estados mais atingidos, em propriedades rurais onde há uma provável mudança nas expectativas de produção das culturas de café, cana-de-açúcar e grãos, em especial o milho e o trigo, disse a estatal em análise com data de 20 de julho.
"Há registro de geada em Mato Grosso do Sul, São Paulo e Goiás, atingindo as lavouras de milho 2ª safra em enchimento de grãos e de trigo em floração, mas de forma pontual", informou, acrescentando que o problema também ocorreu no Paraná.
"Para o trigo há expectativa de impacto apenas no oeste (do Paraná)", acrescentou a análise.
Os casos mais extremos de perdas de produtividade de milho safrinha foram vistos em Mato Grosso do Sul, com queda de 30% ante a média histórica para os últimos cinco anos. No Paraná, a expectativa é que o rendimento tenha baixado 22%.
Já para Mato Grosso, onde as lavouras já estão em estágios finais de desenvolvimento e na colheita, a queda projetada pela Conab para a produtividade é de 1%. Em Goiás, este percentual chega a 20%.
O levantamento refere-se aos efeitos de geada ocorrida no fim de junho e, portanto, não considera os impactos mais recentes sobre o café registrados na última terça-feira.
Colheita de milho safrinha em Mato Grosso vai a 72,8% da área, mas mantém atraso, diz Imea
SÃO PAULO (Reuters) - A colheita de milho segunda safra em Mato Grosso atingiu nesta sexta-feira 72,79% da área cultivada, avanço de 20,85 pontos percentuais em relação à semana anterior, informou o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Ainda assim, os trabalhos mantêm atraso tanto na comparação com mesmo período da safra anterior, cujos 86,68% haviam sido colhidos, quanto frente à média histórica de cinco anos para este momento, de 80,70%.
A colheita de algodão no Estado, por sua vez, avançou 5,04 pontos ao longo da última semana, atingindo 17,13% da área, de acordo com o Imea.
Também há atraso na comparação tanto com igual período de 2020 (26,6%) quanto com a média histórica (20,41%).
Mato Grosso é o maior produtor de grãos e oleaginosas do Brasil.
Com inflação em alta, mercado puxa dólar para cima à espera de Fed e Copom
SÃO PAULO (Reuters) - Um firme movimento de compra tirou o dólar da queda de 1% de mais cedo, levando a moeda a fechar esta sexta-feira em torno da estabilidade, ao fim de uma semana em que acumulou alta.
O dólar à vista teve variação negativa de 0,02% nesta sexta, a 5,2101 reais na venda. Pela manhã, a cotação tocou 5,1591 reais, mas na parte da tarde ganhou tração e chegou a mostrar alta de 0,44%, a 5,234 reais.
Na semana, a divisa ganhou 1,82%, elevando os ganhos de julho para 4,70%. Em 2021, o dólar sobe 0,36%.
O mercado de câmbio piorou o sinal na parte da tarde conforme os negócios com juros futuros na B3 eram dominados por uma forte pressão compradora de taxa. O DI outubro de 2021 --o mais líquido para expressar posições para as reuniões do Copom de agosto e setembro-- saltava 11 pontos-base no fim da tarde, variação incomum para um contrato de curto prazo. O DI janeiro 2023, visto também como um termômetro de risco, disparava quase 30 pontos-base.
O mau humor geral foi alimentado pelas incertezas sobre quão agressivo o Banco Central está disposto a ser para debelar as pressões inflacionárias, depois de o IPCA-15 de julho, divulgado mais cedo, ter vindo acima do esperado, 0,72%, a maior taxa para o mês desde 2004 e com leituras de núcleo muito além do previsto. O Credit Suisse passou a ver IPCA de 7,2% em 2021 (de 6,9% da previsão anterior) e de 4,7% em 2022 (4,5% antes).
O desconforto dos agentes financeiros ocorre enquanto a inflação no Brasil se mostra mais persistente do que o esperado e, no mundo, o debate sobre os riscos de aumentos de preços se soma às preocupações com o ressurgimento da Covid-19.
"A Rússia subiu os juros em 100 pontos-base hoje. Não tem por que o Banco Central aqui ser mais suave", disse Marcos Weigt, chefe de tesouraria do Travelex Bank. "A inflação está realmente pegando nos serviços, e o BC precisa dar uma resposta", completou.
A Rússia promoveu o maior aperto monetário desde 2014, levando sua taxa básica a 6,5%, o que deixou o rublo ainda mais atrativo que o real para operações de "carry trade" (retorno com taxas de juros). Por aqui, a Selic está em 4,25%.
A divergência desfavorável ao real fica ainda mais explícita quando se ajusta o retorno de ambas as moedas pelo risco respectivo: a volatilidade implícita atribuída ao rublo é de 11,1% ao ano, enquanto a do real é de 16,2% --a mais alta dentre as moedas emergentes comparáveis.
A taxa de câmbio mostrou intensa oscilação nesta semana, trocando de sinal várias vezes ao longo dos pregões, mais uma evidência de um grau de incerteza permanentemente alto em relação ao real.
Depois de cair 16,8% entre a máxima perto de 5,90 reais de março e a mínima abaixo de 4,90 reais de junho, o dólar voltou a subir e já acumula apreciação de 6% desde então.
De acordo com estrategistas do Citi, isso está relacionado a um recente movimento de desmonte de posições compradas em real por parte de fundos locais. Citando um indicador proprietário, os profissionais avaliam que o real está vulnerável a amplas oscilações nos ativos globais --e que isso explica parte do vaivém dos preços nos últimos dias.
Dito isso, eles veem a decisão de juros do BC de 4 de agosto como elemento a fazer preço no mercado, pelo que avaliam como estreita correlação entre a taxa de câmbio e a política monetária, especialmente num momento em que investidores locais parecem divididos entre elevação dos juros de 75 pontos-base ou de 100 pontos-base.
"Um resultado 'hawkish' (aperto monetário mais forte) provavelmente manteria o real demandado, enquanto um 'dovish' (menor alta de juros) levaria os locais a ampliar 'duration' (uma medida de risco) e a provavelmente fazer uma rotação para algumas posições compradas em dólar", disseram os estrategistas do Citi em nota a clientes.
Antes da reunião do Copom, porém, o dólar terá ainda pela frente a decisão de política monetária do banco central norte-americano, que atrai todos os olhares por expectativas de início de debate sobre redução de estímulos. Ainda na semana que vem, os EUA divulgam dados preliminares do PIB do segundo trimestre, bem como aguardados números de inflação.
Ibovespa descola do exterior e acumula perda na semana
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda nesta sexta-feira, com Vale e Magazine Luiza entre as maiores pressões de baixa, em movimento descolado de bolsas no exterior e determinante para a performance negativa na semana.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa até tentou se recuperar nos últimos pregões, após um começo de semana bastante negativo por preocupações com a disseminação da variante Delta da Covid.
Wall Street colaborou, em meio a uma temporada de balanços que tem repercutido de modo geral positivamente. O S&P 500, que também sofreu na segunda-feira, engatou quatro altas seguidas e assegurou uma alta de quase 2% na semana.
Na bolsa paulista, porém, as três altas acumuladas até a véspera não tiveram continuidade, em meio a preocupações persistentes com o quadro político em Brasília, dados de preços acima do esperado, queda do minério de ferro, entre outros componentes.
A prévia da inflação oficial brasileira, divulgada nesta sexta-feira, desacelerou em julho, mas ainda assim registrou a maior alta para o mês desde 2004 e superou previsões, afetando os DIs e contaminando a bolsa paulista.
Em 12 meses, o avanço do índice chegou a 8,59%, contra alta acumulada de 8,13% em junho e bem acima do teto da meta do governo para este ano --3,75%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
"Com a curva de juros em alta, o apetite pela renda variável perde força, com o volume muito abaixo da média nos últimos dias, o que comprova esse menor apetite pela compra", afirmou o analista da Clear Corretora, Rafael Ribeiro.
Vale ON também pesou nesta sexta-feira, fechando em baixa de 0,51%, a 11,12 reais, após três altas consecutivas, afetada por novo declínio dos preços do minério de ferro da China, que contabilizaram a maior queda semanal em 17 meses.
Outro peso negativo relevante foi Magazine Luiza ON, que recuou 2,80%, a 22,60reais, também em meio a ajustes após precificar na véspera oferta de ações com desconto de cerca de 2% frente ao preço de fechamento de quinta-feira.
Na contramão, Hypera Pharma ON subiu 3,52%, a 36,26 reais, tendo no radar balanço do segundo trimestre, que será conhecido após o fechamento desta sexta-feira, abrindo o calendário de resultados das empresas listadas no Ibovespa.
Na próxima semana, então previstos os números de TIM, GPA, Carrefour Brasil, Santander Brasil, Vale, Ambev e Usiminas, entre muitas outras.
"Preços de commodities favoráveis, uma base de comparação fraca em relação ao ano anterior e uma reabertura da economia devem levar a resultados operacionais sólidos para a maioria das empresas", espera a equipe do Santander Brasil.
Em termos consolidados, eles estimam alta de 180% no lucro líquido, de 91% no Ebitda e de 52% na receita líquida, afirma o relatório assinado pelo estrategista Ricardo Peretti.
"Os cíclicos globais - produtores de commodities, especialmente a Vale - mais uma vez devem contribuir mais para este crescimento anual robusto, em nossa visão." Excluindo-os, o Ebitda deve crescer 12% em relação ao ano anterior.
Nesta sexta-feira, o Ibovespa caiu 0,87%, a 125.052,78 pontos, acumulando perda de 0,72% na semana e mostrando declínio de 1,38% no mês. No ano, ainda sobe 5,07%.
O índice Small Caps recuou 0,99%, a 3.083,62 pontos, com recuo de 0,76% na semana e 1,94% no mês. A alta em 2021 agora é de 9,26%.
O volume negociado no pregão nesta sexta-feira somou 20,5 bilhões de reais, contra média diária de 28,46 bilhões de reais em junho e 34,63 bilhões de reais no ano.
DESTAQUES DO IBOVESPA DO ACUMULADO DO MÊS:
- CIA HERING ON sobe 13,86% tendo no radar a sua incorporação pelo Grupo Soma, aprovada sem restrições pela Superintendência do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) no começo do mês. O Grupo Soma precificou na última terça-feira uma oferta primária de ações a 19,20 reais por papel, levantando 883,4 milhões de reais, recursos que serão usados para a aquisição da Cia Hering.
- COSAN ON valoriza-se 12,69%, embalada pelo anúncio de IPO da Raízen, joint venture da companhia com a Shell que atua na área de distribuição de combustíveis e produção de açúcar e etanol. A operação será precificada na primeira semana de agosto.
- RUMO ON avança 11,49%, em meio a dados mostrando crescimento nos volumes transportados em junho, além de anúncio do governo do Mato Grosso de edital para construção de ferrovia no Estado, projeto para o qual a companhia já manifestou interesse.
- AMERICANAS ON recua 15,52%, em meio a ajustes após a conclusão da combinação dos negócios entre a empresa de comércio eletrônico B2W e sua controladora Lojas Americanas. Na fusão, o caixa e ativos operacionais da Lojas Americanas foram incorporados pela B2W, que por sua vez foi renomeada para Americanas, passando a ser negociada sob o código AMER3. LOJAS AMERICANAS PN perde 12,55%.
- CVC BRASIL ON cai 12,55%, após quatro meses consecutivos de valorização, com receios sobre os reflexos da disseminação da variante Delta da Covid corroborando movimento de realização de lucros no papéis. No ano, as ações ainda contabilizam uma elevação de 22,52%.
BOLSA EUA - Wall St fecha em máximas recordes com balanços e recuperação econômica
NOVA YORK (Reuters) - Wall Street ganhou terreno pela quarta sessão consecutiva nesta sexta-feira, ampliando um rali que levou os três principais índices acionários dos Estados Unidos a máximas recordes de fechamento, à medida que balanços positivos e sinais de uma recuperação da economia alimentam o apetite de investidores por risco.
O Dow fechou acima dos 35 mil pontos pela primeira vez na história.
"Enxergamos uma continuação dos últimos dias. É uma montanha-russa ao contrário. Primeiro caímos e desde então estamos avançando de volta ao topo", disse Chris Zaccarelli, diretor de investimentos da Independent Advisor Alliance em Charlotte, Carolina do Norte.
As ações de crescimento e valor estiveram em uma gangorra durante boa parte da semana, com participantes do mercado avaliando o salto no número de casos da variante Delta da Covid-19, por um lado, e fortes resultados corporativos e sinais de recuperação econômica, por outro.
"Há um vaivém, claramente existe um conflito no mercado", disse Zaccarelli. "Há uma grande diferença de opinião sobre se o futuro é de céu azul ou se há nuvens no horizonte."
Agora, os participantes do mercado aguardam pela reunião de política monetária do Federal Reserve na semana que vem, além de uma série de resultados de grandes empresas.
O comunicado do Fed será vasculhado em busca de pistas sobre o momento em que o banco central dos EUA deve endurecer suas políticas acomodatícias, embora o chairman Jerome Powell tenha afirmado repetidas vezes que a economia ainda precisa do suporte total do Fed.
O índice Dow Jones subiu 0,68%, a 35.062 pontos, enquanto o S&P 500 ganhou 1,014544%, a 4.412 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq avançou 1,04%, a 14.837 pontos.
Preços do petróleo avançam em recuperação semanal com previsão de oferta apertada
NOVA YORK (Reuters) - Os preços do petróleo avançaram nesta sexta-feira e na semana após uma forte recuperação da queda brusca da segunda-feira, sustentados pela expectativa de que as ofertas irão permanecer apertadas durante o ano.
O preço do petróleo e outros ativos de risco despencaram no início da semana com preocupações sobre o impacto da economia e a demanda de petróleo diante do aumento de casos da variante Delta da Covid-19 nos Estados Unidos, Reino Unido, Japão e outros lugares.
O Brent encerrou a sessão em alta de 0,31 dólar, ou 0,4%, em 74,10 dólares o barril após saltar 2,2% nesta quinta-feira. O petróleo dos EUA (WTI) fechou em alta de 0,16 dólar, ou 0,2%, em 72,07 dólares, após ganhar 2,3% na quinta-feira.
Na semana, o Brent avançou 0,7% após recuar por três semanas consecutivas, enquanto o WTI subiu 0,4% após cair por duas semanas.
Ambas as marcas de referência despencaram cerca de 7% na segunda-feira mas reduziram essas perdas, com investidores esperando que a demanda permaneça forte e o mercado receba apoio da queda nos estoques de petróleo e aumento das taxas de vacinação.
"As preocupações com a demanda provaram ser exageradas, razão pela qual os preços do petróleo se recuperaram. Apesar da expansão da oferta, o mercado de petróleo permanecerá ligeiramente com falta de oferta até o final do ano", disse o Commerzbank em nota.
O aumento da demanda deve superar a oferta após o acordo de domingo entre Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados, conhecidos coletivamente como Opep+, para acrescentar de volta 400 mil barris por dia (bpd) a cada mês a partir de agosto.
Bolsonaro diz que pode se filiar ao PP para concorrer à reeleição
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira que o PP passou a ser uma alternativa de filiação para que ele se candidate à reeleição no ano que vem.
Em entrevista a uma rádio do Mato Grosso do Sul, Bolsonaro afirmou que ainda está em busca de um partido que "possa chamar de seu" e no qual ele tenha o domínio para disputar a reeleição. Ele disse, no entanto, que essa busca está difícil.
"Tentei e estou tentando um partido que eu possa chamar de meu e possa, realmente, se for disputar a Presidência, ter o domínio do partido. Está difícil, quase impossível. Então, o PP passa a ser uma possibilidade de filiação nossa", disse.
Bolsonaro tentou criar um novo partido, o Aliança pelo Brasil, mas desistiu diante das dificuldades de colher as assinaturas necessárias para o registro. Recentemente, ensaiou uma aproximação com o Patriota -- seu filho Flávio, senador, chegou a se filiar a sigla -- mas a negociação não foi adiante justamente porque Bolsonaro pretendia controlar o partido, mas esbarrou na resistência de parte da direção.
A intenção declarada de Bolsonaro é passar a controlar a estrutura da sigla a qual se filiar, o que tem dificultado negociações. O presidente chegou a cogitar voltar ao PSL e também conversou com o PRTB, partido de seu vice, Hamilton Mourão, mas nenhuma delas avançou.
A indicação do senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente do partido, fortalece a negociação para essa filiação, de acordo com declaração de Flávio Bolsonaro ao jornal O Globo.
Bolsonaro já havia sido convidado a voltar ao partido, ao qual já pertenceu, e também a se filiar ao PTB, partidos com maiores bancadas e maiores estruturas, mas resistia porque ainda se mantinha na ideia de ser capaz de controlar o partido. Aliados, no entanto, defendem que ele se filie a um partido de maior estrutura para enfrentar uma eleição que promete ser complicada em 2022.
Expoente principal do chamado centrão, o PP é o partido com maior número de parlamentares denunciados na operação Lava Jato e era um dos alvos principais de críticas do então candidato Jair Bolsonaro. Ao ser questionado sobre essa relação, o presidente defendeu a nomeação de Ciro como uma necessidade para governabilidade.
"Minha aproximação com partidos de centro é pela governabilidade, eu sou obrigado a isso", defendeu.
Apesar das negociações para filiação, Bolsonaro voltou a dizer que não está pensando em reeleição e que ainda não teria definido se será candidato, apesar de falar constantemente nas eleições e criticar possíveis adversários.
Pouco depois da entrevista, em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro afirmou que não tomaria decisão agora sobre partido e que não falava que era candidato porque isso seria "crime eleitoral" --na verdade, o crime seria fazer campanha antecipada, não se declarar candidato.
"Eu não posso falar que sou candidato agora porque é crime eleitoral. E outra, só vou falar em eleição no ano que vem. Março, como último mês de filiações, daí eu decido o futuro aí", disse.
Bolsonaro ainda reclamou dos ataques que recebe de seus próprios apoiadores, o que costuma fazer quando toma decisões --como a indicação de Ciro Nogueira-- que ferem a imagem, vendida na campanha, de que faria uma "nova política".
"Qualquer coisa que acontece, tem um pessoal nosso que dá pancada em mim. Querem dar pancada? Tá bom. Quem é teu candidato para 2022? Não tem? Então cala a boca, pô. Para mim não é meio de vida disputar Presidência ou ganhar a Presidência. Isso aí é uma missão, né?", reclamou.
Governistas conseguiram adiar a votação na comissão Especial da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que trata do tema para depois do recesso parlamentar e tentam negociar para reverter votos contrários mas, até o momento, a tendência ainda é de derrota.
A seus apoiadores, Bolsonaro disse que "não vai deixar acontecer o que ocorreu em outros países" e que quer "eleições limpas".
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