Clima no norte do Corn Belt vai dar chance ao produtor brasileiro de melhorar a renda com a soja
Plantio e produção de soja do Brasil devem avançar para recordes em 2021/22, diz Safras
SÃO PAULO (Reuters) - Os produtores brasileiros de soja deverão semear 39,82 milhões de hectares na próxima temporada, que será plantada a partir de setembro, alta de 2,3% ante o ciclo anterior, configurando a maior área da história, estimou nesta sexta-feira a consultoria Safras & Mercado em seu primeiro levantamento de intenções de plantio para 2021/22.
Com uma possível elevação de produtividade, de 3.542 quilos para 3.590 quilos por hectare, a produção nacional deve atingir 142,24 milhões de toneladas, 3,7% maior que o recorde de 137,19 milhões obtido neste ano.
"As fortes rentabilidades registradas ao longo de 2020 e 2021, aliadas à manutenção de preços elevados no segundo semestre deste ano, serão os principais fatores de incentivo para um novo crescimento da área brasileira de soja", disse em nota o analista da consultoria Luiz Fernando Roque.
Ele acredita que a oleaginosa ganhará terreno frente à abertura de novas áreas e recuperação/utilização de pastagens degradadas, mas o avanço no plantio é um pouco menor em relação a ciclos anteriores porque o milho também tem registrado boas margens e deve se expandir na safra de verão.
"O maior aumento percentual de área deverá novamente ficar com a região Norte, onde a fronteira agrícola encontra mais espaço para crescimento. Entre os principais Estados produtores, destaque para o Mato Grosso, que mesmo com a maior área semeada no país, deverá registrar um novo aumento considerável."
Segundo a Safras, o avanço de área estimado para Mato Grosso é de 3,5%, para 10,82 milhões de hectares. Ao todo, o Centro-Oeste deve responder por 18,18 milhões de hectares plantados, alta de 3,2%. Na região Norte o aumento projetado é de 4,1%, para 2,43 milhões de hectares.
MILHO E ALGODÃO
A área de plantio de milho na safra de verão 2021/22 deverá crescer 1,2%, ocupando 4,404 milhões de hectares no centro-sul, estimou a consultoria.
De acordo com o analista da Safras & Mercado Paulo Molinari, deve haver um crescimento na produtividade média do cereal de verão, que passaria de 4.973 quilos por hectare para 5.828 quilos por hectare.
"Com isso, a produção da primeira safra 2021/22 do centro-sul do cereal poderia atingir 25,667 milhões de toneladas. Na safra 2020/21, a colheita de verão ficou em 21,645 milhões de toneladas", disse o levantamento.
Em uma perspectiva preliminar, a consultoria indica uma área a ser plantada na segunda safra 2021/22 inalterada, ocupando 14,4 milhões de hectares.
Após fortes quebras causadas por problemas climáticos na temporada atual, a consultoria vê potencial para recuperação na produtividade, o que faria com a produção da "safrinha" 2021/22 chegasse a 84,85 milhões de toneladas, contra 56,75 milhões de toneladas projetadas para 2020/21.
Já a área total de milho deverá ocupar 21,19 milhões de hectares na próxima temporada, com ligeiro avanço de 0,4%.
"A produção (total) tende a ser recorde, atingindo 122,67 milhões de toneladas na safra 2021/22, frente às 90,4 milhões de toneladas projetadas para a safra 2020/21", disse Molinari.
Ainda de acordo com a consultoria, a área semeada com algodão deverá ser de 1,307 milhão de hectares em 2021/22, recuo 5,5%.
A indicação inicial é de um avanço de 2,48% na produtividade, para 1.778 quilos por hectare. Com isso, a produção poderá atingir 2,325 milhões de toneladas, queda de 3,1%.
Para o analista da Safras Élcio Bento o setor ainda aguarda a definição de alguns fatores para consolidar sua tomada de decisão. "Um deles é a safra atual, com a colheita ainda em fase inicial e com incertezas sobre os números de produtividade".
Além disso, a demanda externa tende a continuar agressiva, enxugando os estoques e gerando um cenário atrativo para preços no próximo ciclo.
"A cultura (algodão) terá que disputar área com outras que atualmente apresentam rentabilidade superior, com um ciclo vegetativo mais curto e com custos de produção entre 3 e 4 vezes menor que o do algodão", acrescentou o analista.
Produtividade do milho 2ª safra do Brasil cai 18% após problemas climáticos, diz Geosys
SÃO PAULO (Reuters) - A produtividade do milho segunda safra 2020/21 deve alcançar 73,05 sacas por hectare no Brasil, o que representa queda de 17,7% ou 15,7 sacas a menos por hectare em relação à temporada anterior, estimou nesta sexta-feira a Geosys Brasil, empresa de sensoriamento remoto por satélite.
A "safrinha" do cereal foi castigada por diversos episódios de seca e, na sequência, geadas em alguns dos principais Estados produtores. O Paraná, por exemplo, marcou perdas de 36,7% na produtividade. No caso mais extremo, Minas Gerais registrou prejuízo de 55%, mostraram os dados.
Com isso, a Geosys passou a estimar a segunda safra de milho em 64,84 milhões de toneladas. Em junho, a previsão indicava 67 milhões. Na mesma linha, a produção total caiu de 93,75 milhões de toneladas para 91,6 milhões.
No Paraná, falta de chuva e geada provocaram a menor produtividade dos últimos 10 anos, assim como em Mato Grosso do Sul.
Segundo o levantamento, o índice de vigor vegetativo (NDVI) ficou no menor patamar durante boa parte do ciclo devido à falta de chuva, que ocasionou baixa umidade do solo nas lavouras paranaenses.
"A queda de produtividade é de 36,7%, ou seja, 30,6 sacas a menos por hectare. A estimativa é que o Paraná colha 52,9 sacas por hectare", disse a Geosys.
Em Mato Grosso do Sul, o NDVI apresentou dinâmica ruim em toda a temporada e ficou no menor patamar dos últimos cinco anos durante os dois primeiros terços do ciclo do milho de segunda safra. A produtividade é estimada em 53,8 sacas por hectare no Estado, queda de 31,3% em relação ao ano anterior (ou 24,5 sacas a menos por hectare).
"Minas Gerais é o Estado que registra um dos piores desempenhos de produtividade na safrinha de milho devido à falta de chuva durante o ciclo, entre março e julho", disse o analista de cultura da Geosys Felippe Reis.
A estimativa para a safrinha mineira é de que a produtividade atinja 47,5 sacas por hectare, o que representa uma queda de 54,9%, com 57,9 sacas a menos por hectare.
Já Mato Grosso, Goiás e São Paulo também sofreram com a seca durante o ciclo do milho safrinha, mas o impacto na produtividade foi menor em comparação às outras áreas produtoras do país, disse a empresa.
A Geosys ainda ressaltou em nota que a área de milho safrinha colhida no Brasil atingiu 20,9% no dia 10 de julho, contra 36,1% na comparação anual --com base em dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O atraso é decorrente do plantio tardio do cereal.
"Nas próximas semanas o ritmo da colheita deve continuar intenso nas regiões produtoras... os mapas do modelo europeu (ECMWF) indicam que a precipitação deve ser baixa nos próximos dez dias, com chuvas acima da média apenas em parte do Paraná. Já o modelo americano (GFS), aponta para previsão de chuvas acima da média para partes do Mato Grosso e de Minas Gerais."
Dólar registra perda semanal ante real com percepção de ambiente doméstico oportuno
(Reuters) - O dólar fechou perto da estabilidade contra o real nesta sexta-feira, mas apresentou baixa no acumulado da semana, com a percepção de um cenário doméstico favorável para a moeda brasileira voltando a compensar temores sobre uma possível redução de estímulos nos Estados Unidos.
O dólar negociado no mercado interbancário fechou com uma oscilação negativa de 0,01%, a 5,1170 reais. Na B3, o principal contrato de dólar futuro tinha variação positiva de 0,02%, a 5,124 reais.
Mais cedo, na mínima do dia, o dólar chegou a cair para 5,0754 reais na venda, antes de recuperar essas perdas em linha com uma piora no sentimento dos investidores internacionais.
A moeda norte-americana encerrou a semana em queda de 2,6% frente ao real.
Vários investidores têm apontado para a alta recente nos preços das commodities, bem como sinais de retomada da economia doméstica e a perspectiva de uma taxa Selic mais alta, como fator de impulso para o real frente ao dólar.
Marcos Weigt, head de tesouraria do Travelex Bank, explicou à Reuters que "os fundamentos continuam bons para a moeda brasileira: temos termos de troca positivos, o que gera fluxos de entrada no mercado local".
Enquanto isso, disse ele, o Congresso Nacional está iniciando um período de recesso, após a aprovação do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2022, e só retorna no início de agosto.
"A gente pode ter período mais calmo na política com o recesso parlamentar", disse ele.
Ainda assim, a notícia de que a LDO quase triplicou a previsão de recursos para financiamento eleitoral em 2022, de 2 bilhões de reais para 5,7 bilhões, gerou alguns ruídos nos mercados.
"Por se tratar de uma despesa primária sujeita ao teto, o fundo de financiamento de campanhas reduz a quantia de recursos disponíveis para outras políticas públicas –com certeza, de maior relevância", escreveram analistas da Levante Investimentos. "O mercado deve continuar com tom negativo sobre o tema."
Enquanto isso, no exterior, o índice do dólar contra uma cesta de pares fortes tinha leves ganhos nesta tarde, à medida que os investidores monitoravam as perspectivas para a política monetária dos EUA.
Embora o chair do Federal Reserve, Jerome Powell, tenha prometido "apoio poderoso" para ajudar na recuperação econômica dos EUA repetidas vezes, definindo as pressões inflacionárias como transitórias, dados recentes apontam para preços cada vez mais altos na maior economia do mundo.
"Em circunstâncias normais, indicações das autoridades monetárias e econômicas de que a inflação está alta ou que alguma variável está fora de esquadro deveriam provocar uma retração nos fluxos de dinheiro para os ativos de risco, só que as circunstâncias não estão nem são normais", comentaram os analistas da Levante.
"Há um excesso de dinheiro em circulação na economia global, e nada indica que o fluxo que encheu esse reservatório ao ponto de transbordar vai diminuir."
Caso o banco central norte-americano decida adotar uma postura mais dura para conter a inflação, reduzindo seu estímulo e elevando os juros mais cedo do que o esperado, os mercados financeiros de países emergentes podem sofrer com o redirecionamento de recursos para os Estados Unidos.
Ibovespa fecha em queda, mas acumula alta na semana com reforma tributária e Powell
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda nesta sexta-feira, em sessão volátil marcada pelo vencimento de opções sobre ações, mas ainda acumulou performance positiva na semana, em meio a mudanças na proposta de reforma tributária e declarações do chair do Federal Reserve de que não deve reduzir estímulos no curto prazo.
Na terça-feira, o deputado Celso Sabino (PSDB-PA) apresentou parecer sobre a proposta da nova fase da reforma tributária, incluindo eliminação da tributação dos rendimentos dos Fundos de Investimento Imobiliário (FII) e obrigatoriedade da opção pelo lucro real a algumas empresas.
Também acentuou o corte do IRPJ das empresas, embora tenha mantido a taxação sobre lucros e dividendos em 20% e o fim da dedutibilidade de juros sobre capital próprio.
As alterações repercutiram positivamente no mercado, também por sinalizarem avanço nas negociações sobre o texto, que recebeu várias críticas na sua versão apresentada pelo Executivo no final do mês passado.
No exterior, o chair do Fed, Jerome Powell, alimentou na quarta-feira esperanças de que o banco central dos Estados Unidos manterá sua política monetária expansionista, fazendo com que o Ibovespa voltasse a se aproximar dos 130 mil pontos. Naquele dia, bateu 129.619,81 pontos na máxima intradia.
Qualquer movimento para retirar apoio à economia, reduzindo as compras mensais 120 bilhões de dólares de títulos, "ainda está longe", disse Powell em audiência no Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Deputados dos EUA.
Para a área de economia do Bradesco, ele reforçou a visão de que a alta da inflação nos EUA está dentro do arcabouço de política monetária, já que reflete principalmente fatores transitórios. De todo modo, Powell afirmou que haverá nova rodada de discussões sobre o início da redução de estímulos.
Na visão da BlueLine Asset Management, os mercados globais seguem oscilando sem tendência definida enquanto digerem os principais fatores de riscos que incluem, principalmente, o timing na mudança da política monetária nos EUA, os impactos da variante delta da Covid e a desaceleração econômica na China.
"Nossa visão permanece construtiva", afirmaram em relatório a clientes, assumindo que o eventual aperto monetário nos EUA vai ser conduzido de maneira gradual, como sinalizou Powell nessa semana e que a variante Delta pode atrasar, mas não vai abortar a recuperação econômica.
Também destacou que a China começa a dar sinais de reversão no aperto da política monetária o que, junto com a aceleração na vacinação, deve dar suporte ao crescimento no segundo semestre.
A semana na B3 também foi marcada por estreias fortes, com as ações da SmartFit fechando seu primeiro pregão na quarta-feira com salto de quase 35%, enquanto os papéis da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) avançaram mais de 6% em seu debute na quinta-feira.
A temporada de balanços de companhias brasileiras que fazem parte do Ibovespa começa a entrar no radar, com Hypera Pharma apresentando seus números no dia 23, embora as divulgações dos resultados do segundo trimestre devam ganhar ritmo apenas na última semana do mês.
Nesta sexta-feira, o Ibovespa caiu 1,18%, a 125.960,26 pontos, mas acumulou alta de 0,4% na semana. No mês, cai 0,66%. No ano, avança 5,83%.
Wall Street fecha em queda por temores com variante Delta
(Reuters) - Os índices de Wall Street recuaram nesta sexta-feira, pressionados por quedas nas ações de Amazon, Apple e outros pesos-pesados da tecnologia, enquanto investidores demonstraram preocupação com o aumento no número de casos de coronavírus, relacionado à altamente contagiosa variante Delta.
De acordo com dados preliminares, o Dow Jones fechou em queda de 0,86%, a 34.686,08 pontos, enquanto o S&P 500 caiu 0,75%, a 4.327,19 pontos, e o Nasdaq recuou 0,78%, a 14.429,43 pontos.
Preços do petróleo recuam na semana com preocupações de oferta e aumento de casos de Covid
NOVA YORK (Reuters) - Os preços do petróleo tiveram pouca mudança nesta sexta-feira e fecharam a semana em queda, prejudicados no comércio volátil pelas expectativas de aumento da oferta, justamente quando um avanço nos casos de coronavírus poderia levar a restrições de lockdown e redução de demanda.
Os contratos futuros do Brent avançaram 0,12 dólar, ou 0,2%, para fechar em 73,59 dólares o barril, enquanto o petróleo dos EUA (WTI) subiu 0,16 dólar, ou 0,2%, para fechar em 71,81 dólares. Anteriormente, na volátil sessão, ambas as marcas de referências estavam em queda de mais de 1 dólar por barril.
Apesar dos pequenos ganhos, o Brent recuou quase 3% durante a semana, marcando um recuo pela terceira semana consecutiva pela primeira vez desde abril de 2020. O WTI recuou 4% esta semana, o que poderia ser a maior percentagem de redução desde março.
As vendas no varejo dos EUA aumentaram inesperadamente em junho, com a demanda para mercadorias permanecendo fortes, mesmo com os gastos voltando ao setor de serviços, impulsionando expectativas de que o crescimento econômico acelerou no segundo trimestre.
A produção do petróleo dos EUA avançou em 300 mil barris por dia (bpd) durante as últimas duas semanas, aumentando para 11,4 milhões bpd na semana encerrada em 9 de julho, a máxima desde maio de 2020, de acordo com dados federais.
A Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos chegaram a um acordo sobre a política de oferta de petróleo da Opep+ no início desta semana, que abriu caminho para produtores da Opep+ finalizarem acordo de aumento de produção.
"Quanto mais demorar para a Opep+ anunciar uma reunião extraordinárias para votar os barris extras, mais isso implica que outros membros da Opep+ também podem querer aumentos em suas cotas-base", afirmou Bob Yawger, diretor de futuros de energia da Mizuho em Nova York, mencionando relatos de que o Iraque estaria tentando elevar o patamar-base de seus cortes.
Preço médio da gasolina nos postos do Brasil rompe marca de R$6 por litro, diz ValeCard
SÃO PAULO (Reuters) - O preço médio da gasolina nos postos de combustíveis do Brasil registrou na primeira quinzena de julho alta de 1,45% em comparação com o patamar visto ao final do mês passado, rompendo a barreira dos 6 reais por litro, indicou levantamento publicado nesta sexta-feira pela ValeCard.
Segundo a empresa de meios de pagamentos eletrônicos, que atua no segmento de soluções para gestão de frotas, a cotação média do combustível nas bombas do país atingiu 6,01 reais por litro no período.
A pesquisa tem como base transações realizadas entre os dias 1º e 14 de julho com o cartão de abastecimento da ValeCard em cerca de 25 mil estabelecimentos credenciados, disse a companhia.
As maiores altas no período, de acordo com a ValeCard, foram registradas nos Estados do Amazonas (+5,57%), Amapá (+4,99%) e Rio Grande do Norte (+4,46%), enquanto Mato Grosso do Sul (+0,56%) e Pará (+0,71%) tiveram as menores variações.
Apesar disso, a empresa destacou em nota que o abastecimento com o etanol em substituição à gasolina é vantajoso apenas em Mato Grosso. O preço médio do litro do biocombustível no país foi de 4,344 reais na primeira quinzena do mês.
"O método utilizado nesta análise, descontando fatores como autonomias individuais de cada veículo, é de que, para compensar completar o tanque com etanol, o valor do litro deve ser inferior a 70% do preço da gasolina", disse a ValeCard, indicando que em Mato Grosso essa relação é de 68%.
Apesar de também depender de impostos, margens de distribuição e revenda e mistura de etanol, a alta da gasolina ocorre pouco depois de a Petrobras ter elevado o valor do combustível em suas refinarias em 6,3%, em reajuste anunciado no último dia 5.
Além da gasolina, o diesel também tem registrado ganhos nos postos brasileiros. Uma pesquisa divulgada na véspera pela Ticket Log, marca de gestão de frotas da Edenred Brasil, mostrou que o preço médio do diesel comum subiu 0,96% na primeira quinzena de julho, atingindo o mais alto patamar do ano até o momento.
Bolsonaro despacha com ministros pelo celular e diz que estará de volta em breve
SÃO PAULO (Reuters) -O presidente Jair Bolsonaro publicou nesta sexta-feira fotos nas redes sociais em que aparece conversando com ministros pelo celular e caminhando em um corredor do hospital em que está internado em São Paulo, junto com um texto em que o presidente afirma que logo retomará as atividades normais.
"Em breve, de volta a campo, se Deus quiser! Muito fizemos, mas ainda temos muito a fazer pelo nosso Brasil! Obrigado pelo apoio e orações. Um forte abraço a todos!", escreveu Bolsonaro no Twitter junto com a publicação da foto em que aparece caminhando no hospital e arrastando um suporte hospitalar de bolsas ligadas a acessos no pescoço do presidente.
Em outra publicação, acompanhada de duas fotos do presidente sentado, conversando em chamadas de vídeo pelo celular, Bolsonaro afirma: "Via internet, seguimos fazendo o possível para manter os compromissos. Despachando com ministros". Um dos ministros é o da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes.
Segundo boletim médico divulgado pelo hospital Vila Nova Star, Bolsonaro permanece evoluindo bem, mas segue sem previsão de receber alta.
"O senhor presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, passa bem e permanece evoluindo satisfatoriamente, com a conduta médica inalterada. O presidente segue sem previsão de alta hospitalar", afirma o boletim médico do hospital, localizado na zona sul da capital paulista.
Bolsonaro passou a segunda noite no hospital, onde chegou transferido na tarde de quarta-feira depois de dar entrada na madrugada do mesmo dia no Hospital das Forças Armadas (HFA), em Brasília, por causa de fortes dores abdominais causadas por um quadro de obstrução intestinal.
Na quinta-feira, o presidente teve retirada uma sonda nasogástrica que estava usando e os médicos informaram que esperavam iniciar a alimentação de Bolsonaro nesta sexta.
Também na quinta, Bolsonaro disse em entrevista à RedeTV que uma cirurgia para desobstruir o intestino está afastada e que poderia ter alta hospitalar nesta sexta.
Nesta sexta, o quarto filho do presidente, Jair Renan, publicou uma foto em sua conta no Instagram ao lado da cama do pai, que está deitado no leito hospitalar.
Também nesta sexta, o ministro-chefe da Casa Civil, general Luiz Eduardo Ramos, publicou uma foto no Twitter em que aparece conversando com o presidente por chamada de vídeo no celular e diz ter despachado com Bolsonaro.
AGENDA CANCELADA
Devido à internação, Bolsonaro cancelou reunião que teria na quarta-feira com os chefes dos demais Poderes que visaria acalmar os ânimos, após o presidente fazer declarações recentes com ameaças à realização da eleição do ano que vem, quando ele deve tentar a reeleição.
Bolsonaro também cancelou sua ida a Manaus nesta sexta e a participação em um passeio de motocicleta na capital amazonense no sábado. Ele tem participado deste tipo de evento, batizados de motociatas, e geralmente sobe o tom de ataques contra adversários ao discursar a apoiadores nesses passeios.
Desde que tomou uma facada durante a campanha eleitoral para Presidência, em setembro de 2018, o presidente fez quatro cirurgias como consequência do atentado, incluindo uma realizada logo após o ataque e uma emergencial uma semana depois para corrigir aderências das paredes do intestino.
Em 2019, foram mais duas. Em janeiro, para retirada da bolsa de colostomia, e outra em setembro, para correção de uma hérnia na incisão da cirurgia. Recentemente, o próprio presidente afirmou que teria que fazer mais uma, para correção de uma nova hérnia, mas não chegou a marcar uma data.
Ministros afirmaram que a obstrução intestinal sofrida por Bolsonaro também tem relação com o atentado que sofreu.
Bolsonaro passou por mais duas cirurgias sem relação com a facada. Uma delas, para retirar pedras nos rins. A outra, uma vasectomia.
Comissão da Câmara encerra reunião sem votar voto impresso e decisão fica para depois do recesso
BRASÍLIA (Reuters) - A comissão especial da Câmara que discute o voto impresso na urna eletrônica abriu reunião nesta sexta-feira, último dia de funcionamento do Congresso Nacional antes do recesso parlamentar, na tentativa de votar proposta sobre o tema, mas encerrou seus trabalhos sem analisar a matéria.
Deputados chegaram a analisar requerimentos de retirada de pauta e de alteração na ordem dos trabalhos, mas o clima ficou tenso na comissão, quando parlamentares contrários à medida identificaram desrespeito às regras regimentais no andamento da discussão.
O presidente do colegiado, deputado Paulo Eduardo Martins (PSC-PR), decidiu encerrar a reunião, sob o argumento de conceder prazo ao relator, deputado Filipe Barros (PSL-PR), para fazer alterações no texto até a próxima reunião, que só deve ocorrer em agosto.
O tema tem suscitado bastante polêmica dentro e fora do Congresso Nacional, tendo se tornado uma das principais bandeiras do presidente Jair Bolsonaro recentemente.
Bolsonaro chegou a aventar, sem provas, a possibilidade de fraude nas últimas e nas próximas eleições. A corda esticou a tal ponto que Bolsonaro e aliados chegaram a sugerir que não irão ocorrer eleições em 2022 caso o voto impresso não seja adotado.
Na Câmara, a matéria enfrenta resistência de boa parte dos deputados, com exceção dos mais alinhados com o governo, que tentam ganhar na tempo na intenção de reverter o atual cenário desfavorável para aprovação.
Dirigentes de 11 partidos políticos já se posicionaram oficialmente contra a adoção do instrumento.
O Judiciário também entrou na discussão e tem se posicionado enfaticamente contrário à proposta, sob o argumento de que o atual sistema é confiável e seguro.
Variante Delta do coronavírus é linhagem predominante no mundo, dizem EUA
(Reuters) - A variante Delta da Covid-19 é agora a linhagem predominante em todo o mundo, disseram nesta sexta-feira autoridades dos Estados Unidos, país que registra uma disparada de casos e mortes pela doença entre pessoas não vacinadas.
Os casos de Covid-19 dos EUA aumentaram 70% em relação à semana anterior e as mortes subiram 26%. Os surtos ocorrem em partes dos EUA com índices de vacinação baixos, disse Rochelle Walensky, diretora do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), durante uma entrevista coletiva.
A média de sete dias de casos diários agora está em mais de 26 mil, mais do que o dobro da mínima de cerca de 11 mil casos em junho, de acordo com dados do CDC.
"Isto está se tornando uma pandemia dos não vacinados", disse Walensky, acrescentando que 97% das pessoas hospitalizadas no país com Covid-19 pertencem a esta categoria.
Segundo ela, um número crescente de condados agora exibe um risco alto de transmissão de Covid-19, revertendo declínios consideráveis do risco de transmissão dos últimos meses.
Cerca de um de cinco casos novos ocorrem na Flórida, disse Jeff Zients, coordenador de reação à Covid-19 da Casa Branca.
A variante Delta, que é consideravelmente mais contagiosa do que a variante original da Covid-19, já foi detectada em cerca de 100 países e agora é a linhagem predominante em todo o mundo, disse o doutor Anthony Fauci, o principal especialista em doenças infecciosas dos EUA.
"Estamos lidando com uma variante formidável" da Covid-19, disse Fauci durante a entrevista coletiva.
Walensky pediu que os norte-americanos não imunizados recebam vacinas contra a Covid-19, e disse que os imunizantes da Pfizer e da Moderna se mostram especialmente eficazes contra a variante Delta.
Ela disse que as pessoas deveriam receber a segunda dose da vacina mesmo se tiverem ultrapassado o prazo de tempo recomendado para fazê-lo.
Cerca de 5 milhões de pessoas foram vacinadas nos EUA nos últimos 10 dias, disse Zients, inclusive muitas em Estados que até agora têm índices de vacinação mais baixos.
Ele acrescentou que o país tem vacinas suficientes à disposição para administrar doses de reforço, mas que ainda está trabalhando para determinar se elas serão necessárias.
OMS propõe nova missão à China e auditorias de laboratórios para investigar Covid-19
GENEBRA (Reuters) - A Organização Mundial da Saúde (OMS) propôs uma segunda fase de estudos sobre a origem do coronavírus na China, incluindo auditorias de laboratórios em Wuhan, mas ainda não há sinal de que o governo chinês aceitaria um inquérito internacional adicional, disseram diplomatas.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, apresentou o plano a países-membros em uma reunião a portas fechadas nesta sexta-feira, um dia depois de dizer que investigações estão sendo dificultadas pela falta de dados brutos sobre os primeiros dias de disseminação do novo coronavírus na China.
Uma equipe liderada pela OMS passou quatro semanas dentro e nos arredores da cidade de Wuhan com pesquisadores chineses, e disse em um relatório conjunto divulgado em março que o vírus provavelmente foi transmitido de morcegos a humanos através de outro animal.
Mas países que incluem os Estados Unidos e alguns cientistas exigem mais investigação, particularmente do Instituto de Virologia de Wuhan, que estava realizando pesquisas com morcegos.
O plano da OMS pede estudos adicionais na China --mas não em outros países-- e especificamente auditorias de laboratórios no entorno de Wuhan, disseram diplomatas.
A missão chinesa na Organização das Nações Unidas (ONU) em Genebra não respondeu a um pedido de comentário.
A China qualifica a teoria de que o vírus pode ter escapado de um laboratório de Wuhan como "absurda" e disse várias vezes que "politizar" o tema atrapalharia as investigações.
Brasil registra 1.456 novas mortes por Covid-19 com 17.951.699 pessoas recuperadas
(Reuters) - O Brasil registrou nesta sexta-feira 1.456 novos óbitos em decorrência da Covid-19, o que eleva o total de vítimas fatais da doença no país a 540.398, informou o Ministério da Saúde.
Também foram contabilizados 45.591 novos casos de coronavírus, com o total de infecções no país avançando para 19.308.109, acrescentou a pasta.
O Brasil é o segundo país com maior número de óbitos pela doença, atrás somente dos Estados Unidos, e o terceiro em contagem de casos, abaixo de EUA e Índia.
Estado brasileiro mais afetado pela Covid-19 em termos absolutos, São Paulo atingiu nesta quinta as marcas de 3.919.754 casos e 134.320 mortes.
O governo federal ainda reporta 17.951.699 pessoas recuperadas da Covid-19 e 816.012 pacientes em acompanhamento.
Covid-19: mortes caem 14% e casos, 8%, diz Ministério da Saúde
Agencia Brasil
As mortes causadas pela pandemia de covid-19 caíram 14% na Semana Epidemiológica 27, de 4 a 10 de julho, em comparação com a semana anterior. As informações estão no mais recente Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde sobre a covid-19.
Na Semana Epidemiológica 27 (SE 27), autoridades de saúde registraram 9.306 pessoas que não resistiram à covid-19, enquanto o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde na semana anterior trouxe 10.852 óbitos.
O resultado representa maior reversão no movimento de retomada do crescimento da curva de óbitos, após uma estabilização em semanas anteriores. Mas o patamar do início de julho ainda está acima do registrado no fim de fevereiro deste ano. A média móvel de mortes na SE 27 ficou em 1.329.
Distribuição dos novos registros de óbitos (A) por covid-19 por semana epidemiológica de notificação. Brasil, 2020-21 - Divulgação/Ministério da Saúde
Os novos casos de covid-19 tiveram queda de 8% na semana do levantamento. Nesse período, foram registrados 326.978 novos diagnósticos confirmados, contra 355.131 na semana anterior. A média móvel de casos (total no período divido por sete dias) ficou em 46.711.
O resultado da SE 27 marca a continuidade da trajetória de queda da curva de casos. A redução dos novos diagnósticos positivos de covid-19 foi iniciada em março, com um revés na SE 13.
Distribuição dos novos registros de casos por covid-19 por semana epidemiológica de notificação. Brasil, 2020-21 - Divulgação/Ministério da Saúde
Estados
Na semana de 27 de junho a 3 de julho, sete estados tiveram incremento de casos, dez ficaram estáveis e nove mais o DF experimentaram redução. Os crescimentos mais fortes ocorreram no Acre (19%) e em Goiás (16%). As quedas mais efetivas se deram no Rio Grande do Norte (-43%) e Pará e Paraíba (-29%).
No caso dos novos óbitos, o número de estados com aumento desse índice foi de quatro, enquanto outros quatro ficaram estáveis e dezoito mais o DF tiveram menos mortes em relação ao balanço da semana anterior. Os maiores incrementos aconteceram no Acre (100%) e Rondônia (56%). As reduções mais efetivas foram registradas no Piauí (-61%) e Amazonas (-41%)
Mundo
O Brasil continua como o país com maior número de novas mortes confirmadas por semana. Em seguida vêm Índia (6.035), Indonésia (5.430), Rússia (4.909) e Colômbia (3.417). Quando considerados números absolutos, o Brasil segue na 2ª posição, atrás dos Estados Unidos (607.132). Quando consideradas as mortes por 1 milhão de habitantes, o Brasil fica na 7ª colocação.
Evolução do número de novos óbitos confirmados de covid-19 por semana epidemiológica, segundo países com maior número de óbitos - Divulgação/Ministério da Saúde
O Brasil também foi a nação com mais novos casos nesta semana, seguido por Índia (291.789), Indonésia (234.155), Reino Unido (211.508) e Rússia (169.291). Na comparação em números absolutos, desde o início da pandemia, o Brasil fica na 3ª posição, atrás dos EUA (33,8 milhões) e Índia (30,8 milhões). Na comparação proporcional, por 1 milhão de habitantes, o Brasil ocupa a 14ª posição.
Evolução do número de novos casos confirmados de covid-19 por semana epidemiológica, segundo países com maior número de casos - Divulgação/Ministério da Saúde
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