Mercado da soja tem movimentação gigantesca em Chicago, com óleo chegando ao limite de alta
Porto de Santos tem movimentação mensal recorde em março com impulso da soja
SÃO PAULO (Reuters) - O Porto de Santos (SP) movimentou em março 15,2 milhões de toneladas em cargas, o que representa um novo recorde mensal para a instalação, impulsionado especialmente pelos fortes embarques de soja, informou a autoridade portuária local nesta terça-feira.
Segundo a Santos Port Authority (SPA), a cifra do mês passado eclipsa a registrada em agosto de 2020, quando haviam sido movimentados 13,7 milhões de toneladas no local. Em comparação com meses de março, o volume fica 18,5% acima do recorde anterior, obtido também no ano passado.
A marca histórica foi puxada por embarques de 5,4 milhões de toneladas de soja, alta de 28,3% na comparação anual. Nesta temporada, as exportações da oleaginosa da nova safra demoraram mais para ganhar força, após atrasos de plantio e colheita decorrentes de problemas climáticos.
A entidade também destacou as movimentações de açúcar (1,7 milhão de toneladas, crescimento de 12,5%), adubo (312 mil toneladas, alta de 59,2%) e óleo combustível (306,1 mil toneladas, avanço de 56,2%).
A movimentação de cargas conteinerizadas, por sua vez, apurou ganho de 30,3% ante março de 2020, a 439,5 mil TEUs (unidade equivalente a 20 pés), considerando os dois fluxos.
No acumulado do primeiro trimestre, a SPA também reportou movimentação recorde em Santos, com um total de 35,3 milhões de toneladas, cifra que supera o nível dos três primeiros meses de 2020 em 11,1%, também com impulso de cargas como açúcar, soja e conteinerizados.
Cargill aumenta lucro no Brasil em mais de 5 vezes em 2020 e vê cenário favorável
SÃO PAULO (Reuters) - O lucro da Cargill no Brasil atingiu cerca de 2,1 bilhões de reais em 2020, alta de mais de cinco vezes ante o resultado líquido de 2019, com aumento nos preços das commodities agrícolas, câmbio favorável e forte demanda externa por alimentos em meio à pandemia, fatores que seguem agindo no mercado em 2021, disse o presidente da unidade brasileira.
Também colaboraram para a marca, em um ano em que a receita operacional líquida subiu 38%, para 68,6 bilhões de reais, os investimentos de 3,7 bilhões de reais que a companhia com sede nos Estados Unidos fez no Brasil nos últimos cinco anos, ampliando capacidade portuária e de infraestrutura para escoamento, destacou Paulo Sousa, em entrevista à Reuters para comentar os resultados.
Ele destacou que a exportação de soja do Brasil pela Cargill aumentou 9% em volumes em 2020, enquanto os embarques de farelo de soja da empresa no país subiram 13% ante 2019, ajudando nos resultados da companhia, que tem 75% de suas vendas direcionadas para o mercado externo.
"De maneira geral, quando o produtor rural está contente em vender porque os preços estão bons, e quando os compradores estão contentes e querem comprar independentemente de o preço estar historicamente alto, isso tende a ser bom para nós, porque o mercado está valorizando o nosso serviço", afirmou Sousa, que está à frente da empresa que lidera a exportação de soja e milho do Brasil.
Questionado sobre projeções para 2021, o presidente da empresa --que está entre os três maiores processadores de soja e é a segunda no ranking na exportação de algodão do Brasil-- comentou que o cenário "tende" a ser positivo novamente, e ressaltou que a Cargill busca continuar crescendo junto com a agricultura brasileira.
A situação do mercado em 2021 guarda alguma semelhança com 2020, mas os preços internacionais estão ainda mais elevados neste ano, com a soja e o milho em máximas de oito anos na bolsa de Chicago, diante de preocupações com a oferta, como é o caso colheita de milho de inverno no Brasil, cujo potencial produtivo está menor em função do tempo seco.
"Agora, com a safrinha de milho tem um desafio climático grande, em Mato Grosso do Sul, Paraná, parte de São Paulo, Minas Gerais e Goiás", comentou ele, ao responder questão sobre se a empresa tem preocupação com o cumprimento de contratos, considerando que parte dos produtores realizou fortes vendas antecipadas.
Ele também não acredita que isso possa trazer problemas para a entrega da segunda safra de milho, apesar da preocupação climática. Ele lembrou que o produtor brasileiro tem visão de longo prazo e sabe que, se não cumprir obrigações, pode ter problemas para negociar com as tradings nos próximos anos.
Sousa citou também o fato de que grande parte do investimento do produtor está centrado na primeira safra, como a de soja. E ainda minimizou descumprimentos de contratos da entrega da oleaginosa junto à Cargill ao ser questionado, afirmando que os problemas ficaram "dentro da média história".
"Acreditamos na maturidade do produtor, e esperamos que mude o clima, tem muito chão pela frente (até a colheita da segunda safra de milho)."
Até o momento, de acordo com uma pesquisa recente da Reuters, a colheita total brasileira do cereal ainda está estimada em recorde acima de 107 milhões de toneladas, apesar do menor potencial produtivo da segunda safra.
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As cotações do milho no mercado interno, que estão próximas de 100 reais por saca, impulsionadas também por um período de baixa oferta antes da entrada da segunda safra em junho, podem levar compradores internacionais a mudar sua estratégia, deixando a posição do milho brasileiro caso ele fique acima dos patamares negociados em outros destinos.
Eles poderiam recomprar contratos, citou Sousa, destacando que essa é uma operação normal.
"Isso aconteceu bastante no ano passado, junho e julho do ano passado, quando havia temor grande de que iria faltar milho", afirmou ele, citando operações em que contratos de exportação foram recomprados.
"Isso permite que a gente volte a aumentar a oferta do milho do Brasil, se o mercado doméstico está pagando um prêmio contra exportação, vamos vender no mercado doméstico... o primeiro ponto é fechar a torneirinha da exportação", afirmou o presidente da Cargill, também bastante ativa no mercado doméstico de milho.
Otimismo econômico global está em níveis recordes e "boom" deve continuar, prevê Bank of America (BofA)
SÃO PAULO (Reuters) - O otimismo sobre a economia global está em níveis nunca vistos, em meio a um "boom" econômico patrocinado por abundante liquidez e que deve perdurar, disseram profissionais do Bank of America, minimizando riscos de mudanças bruscas nas políticas monetárias nos Estados Unidos e na zona do euro.
De acordo com relatório do banco, 92% dos indicadores proprietários de crescimento --que refletem análises da equipe de pesquisa global da instituição-- apontam sinais "bullish" (otimistas) ou neutros.
A porcentagem ronda esse nível desde dezembro passado e segue bem distante de uma mínima de 14% registrada em abril de 2020, quando o mundo enfrentava os fortes impactos iniciais da pandemia de Covid-19.
A trajetória ascendente, segundo os analistas do BofA, deve continuar. Nesse ambiente, as recomendações são de compra de ações de valor, cíclicas, commodities e small-caps.
"A história sugere que as chances são a favor de que isso aconteça, visto que as expansões nos EUA tendem a durar mais do que as contrações", afirmaram, lembrando que, em média, os períodos de crescimento econômico nos EUA duram 65 meses, ou cinco anos e meio.
O BofA prevê que a economia global vai crescer 5,8% em 2021 e 4,5% em 2022, "substancialmente" acima da média de 3,5% dos últimos 20 anos. Os EUA devem mostrar forte crescimento de 7,0% e 5,5%, respectivamente.
O banco lembrou que a reversão de ciclos de expansão geralmente ocorre com mudanças na postura de bancos centrais de "dovish" (pró-estímulos) para "hawkish" (reticente a mais estímulos). Mas os estrategistas de juros da instituição não preveem "tapering" (redução de estímulos) até o próximo ano, com alta de juros ainda mais tardia --apenas no segundo semestre de 2023.
Petrobras refuta rota única para biodiesel, quer lançar 'diesel verde', diz diretor
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras refuta a ideia de que há apenas uma forma de se produzir biodiesel, afirmou nesta quarta-feira o diretor-executivo de Relacionamento Institucional e Sustentabilidade da empresa, Roberto Ardenghy, ao defender combustível feito por coprocessamento de diesel e óleos vegetais ou gorduras animais desenvolvido pela empresa.
A afirmação vem em um momento em que produtores de biodiesel têm pleiteado junto ao governo que o mandato do biocombustível no país permaneça considerando apenas a rota tecnológica atual do país, e que o novo combustível desenvolvido pela Petrobras seja estimulado em política própria.
"Essa é apenas uma mera rota, nós refutamos essa ideia de que o biodiesel tenha que ter uma rota... o biodiesel pode ser produzido de várias maneiras, segundo nossos técnicos na Petrobras, existem mais de 40 maneiras de se produzir biodiesel, algumas delas econômicas, outras não", disse Ardenghy, ao participar de seminário da reguladora ANP.
O biodiesel no Brasil é feito majoritariamente a partir de óleo de soja, que responde por mais de 70% da matéria-prima.
"Mas o fato é que estamos trazendo aqui mais uma rota para incorporar ao mercado brasileiro... Os investimentos em coprocessamento tem esse objetivo, trazer mais esse elemento de competição ao mercado brasileiro, com produto de alta qualidade."
A petroleira, que busca reduzir emissões de carbono em suas refinarias, e outros agentes representados pelo Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP) pleiteiam a regulamentação do chamado "diesel verde" e sua inserção nos mandatos de mistura obrigatória.
Para a indústria petroleira, é importante que haja regulamentação que atraia investimentos para a produção de novos combustíveis mais limpos, incluindo a possibilidade de emitir créditos de descarbonização (CBios) referentes aos percentuais de diesel renovável eventualmente produzidos.
O setor de biodiesel defende, contudo, que o diesel coprocessado não pode ser comparado ao biocombustível, que é 100% feito a partir de produtos renováveis.
"Estamos em processo de apresentação desse produto para autoridades regulatórias brasileiras, achamos que esse produto não só cumpre os requisitos da lei do biodiesel, mas também tem por cima dele essa questão agregada de trazer ao mercado combustível de segunda geração muito importante", frisou.
Outro ponto interessante, na visão do executivo, é que o biodiesel a partir do coprocessamento traz uma oportunidade de reduzir o prazo de colocação do produto no mercado, já que ele pode ser produzido em refinarias.
"Olhamos isso como um requisito ético, nossa responsabilidade perante a sociedade, política de segurança, meio ambiente e de responsabilidade social, mas também é uma política de necessidade de negócio para que a gente possa se manter competitivo e rentável em ambiente de transição para economia de baixo carbono", afirmou.
BRF habilita duas novas plantas para exportação de frango e suínos à África do Sul
SÃO PAULO (Reuters) - A BRF recebeu habilitação da África do Sul para duas novas unidades da companhia e poderá exportar carne de frango da planta de Lajeado (RS) e de suínos por Lucas do Rio Verde (MT), informou a empresa à Reuters nesta quarta-feira.
Com as aprovações, a BRF passa a ter 20 unidades habilitadas para exportar ao país africano, que é o quarto maior comprador da proteína de aves do Brasil e 14º de suínos, em ascensão.
A companhia destacou em comunicado que a unidade de Lucas do Rio Verde já era habilitada para embarcar frangos e agora terá mais uma opção de produto para venda.
"Com cerca de 60 milhões de habitantes, a África do Sul apresenta a mais alta renda per capita em seu continente, sendo considerado um dos países de economia emergente", afirmou a BRF sobre o potencial econômico africano.
O gerente executivo de Relações Institucionais Internacionais da BRF, Luiz Tavares, disse em nota que as habilitações vão em linha com os planos da empresa de se fortalecer em mercados estratégicos.
"Consolidar nossa presença em uma das maiores economias do continente (africano) é fundamental para expandirmos e diversificarmos nosso portfólio globalmente", afirmou o executivo.
Dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) mostram que somente no primeiro trimestre de 2021 o país embarcou 78,4 mil toneladas de carne de frango para a África do Sul, avanço de 32% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Com as vendas de aves, a receita acumulada entre janeiro e março somou 42,7 milhões de dólares, avanço de 42%.
No caso de suínos, o Brasil exportou apenas 1,8 mil toneladas ao país africano no trimestre, mas este volume representou um salto de 150% no comparativo anual. A receita subiu 189%, para 5,1 milhões de dólares, de acordo com a ABPA.
Bolsonaro diz que dinheiro repassado pela União contra Covid foi roubado e ataca CPI
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro fez nesta quarta-feira seu ataque mais direto a governadores, a quem acusou, sem provas, de terem roubado recursos federais destinado ao combate à pandemia de Covid-19 e ironizou a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada no Senado para investigar a gestão da pandemia.
"A CPI vai investigar o quê? Eu dei dinheiro para os caras, pô! O total foram mais de 700 bilhões de reais, o auxílio emergencial no meio. Os caras roubaram o dinheiro, desviaram, agora vem uma CPI para investigar conduta minha?", disse a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada sem apresentar quaisquer provas das acusações ou apontar quem seriam os autores dos alegados desvios.
O Palácio do Planalto conseguiu ampliar o escopo da CPI da Covid para incluir a investigação dos recursos federais enviados a Estados e municípios, em uma tentativa de desviar o foco das ações do governo federal. O escopo foi ampliado, mas o Senado não tem poder de investigar diretamente governadores, apenas o uso das verbas federais.
Irritado, Bolsonaro ironizou a atuação da CPI, que foi instalada na terça e já tem requerimentos de convocação de diversos ministros, inclusive o atual da Saúde, Marcelo Queiroga, e o da Economia, Paulo Guedes.
"A CPI vai chamar (governadores e prefeitos) ou vai querer fazer Carnaval fora de época? Vão se dar mal. Aqueles que estão com essa intenção... Lá tem gente bem intencionada, gente lá que..., não é que me defende, está falando a verdade. Mas tem um outro lá que quer fazer uma onda só", disse Bolsonaro.
O presidente voltou a dizer que não é culpado pelo desemprego no país, porque não determinou o fechamento de negócios ou políticas de lockdown, adotadas por Estados e municípios na tentativa de frear a disseminação da Covid-19, que já matou mais de 395 mil pessoas no Brasil.
"Alguns acham que quem tirou emprego deles foi eu. Eu não fechei comércio, não determinei que ninguém ficasse em casa, não destruí empregos. Eu tinha minha linha, mas o STF determinou que governadores e prefeito podiam fazer o que bem entendessem. Estão fazendo", reclamou.
Ministério anuncia antecipação de 2 milhões de doses da Covax para maio
SÃO PAULO (Reuters) - O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira a antecipação para maio da chegada de 2 milhões de doses de vacinas contra Covid-19 acertadas com o mecanismo Covax Facility, liderado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Em pronunciamento após reunião do comitê de combate à pandemia em Brasília, o secretário-executivo da pasta, Rodrigo Cruz, disse também que, na quinta-feira, 1 milhão de doses de vacinas contra Covid-19 da Pfizer chegarão ao país, também uma antecipação do contrato firmado com a farmacêutica.
No mesmo pronunciamento, o ministro Marcelo Queiroga disse que espera para a próxima semana a retomada de entregas de doses da CoronaVac, vacina do laboratório chinês Sinovac que está sendo envasada no Brasil pelo Instituto Butantan. Segundo ele, com a retomada dessas entregas, será possível regularizar a aplicação da segunda dose da vacina em pessoas que já receberam a primeira.
Estados e municípios têm se queixado de não estarem recebendo vacinas suficientes para garantir a aplicação da segunda dose.
Governo de MG quer transformar Cemig em corporação privada, diz Zema
SÃO PAULO (Reuters) - O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), disse nesta quarta-feira que mantém a meta de privatizar a elétrica estadual Cemig até o final de sua administração, mas sinalizou que a operação não deve envolver a venda da companhia como um todo, mas sua transformação em uma corporação privada.
"Minha visão sobre a Cemig é que ela venha a ser uma corporação e que o Estado seja um mero acionista, igual aos demais", afirmou ele, ao participar de evento da Cemig com acionistas e investidores transmitido online.
A fala de Zema, que tem mandato até o final de 2022, aponta para modelo semelhante ao proposto pelo governo federal para a Eletrobras, que também se tornaria uma corporação sem controlador definido em caso de sucesso no plano de privatização conduzido pelo governo do presidente Jair Bolsonaro.
Ao participar do Cemig Day, Zema disse que a desestatização da empresa estadual de energia poderia ocorrer por meio de uma capitalização que diluísse a participação do governo.
"Gostaria muito que durante minha gestão ainda a empresa venha a ser privatizada. Talvez não vendida, mas que ela receba um aporte de capital e que o Estado, que sempre fez interferências indevidas na empresa, perca o controle e deixe de prejudicá-la", acrescentou ele.
Zema, um novato na política que elegeu-se governador em 2018, tem prometido desde o início de sua gestão que buscará a privatização da Cemig e de outras estatais.
Ele também tem feito duras críticas à empresa de energia mineira, que foram repetidas nesta quarta-feira.
"A principal crítica que ouço com relação a serviços públicos é 'quero energia, quero mais carga e a Cemig não me atende'. Sei que não é culpa da empresa, é culpa do contexto que foi criado nos últimos anos, onde a empresa investiu muito mais em outras áreas e outros negócios que não deram retorno e deixou de investir dentro de Minas Gerais".
Ele afirmou que a meta do governo estadual é que a empresa "volte a investir para os mineiros" e citou como exemplo a necessidade de mais recursos para eletrificação rural e o potencial do Estado para geração solar.
O presidente da Cemig, Reynaldo Passanezi, que assumiu o cargo em janeiro de 2020, disse que o novo planejamento estratégico da companhia visa focar aportes em Minas Gerais e em seus negócios principais, o que passará por desinvestimentos.
Ele admitiu que isso significará na prática uma Cemig menos "grandiosa", embora com a possibilidade de um novo ciclo de expansão após a privatização.
"Esse modelo é ir se preparando para um cenário em que, com o Estado ainda um acionista relevante, mas sem controle, nesse modelo de corporação, a gente poderia crescer de forma sustentável e expandir um pouco o escopo de atuação", explicou.
Ele também comentou que os novos planos ainda envolvem expansão da atuação da companhia em geração, com a construção de novas usinas eólicas e solares.
"Em geração, o grosso será em Minas e em energia renovável. A gente vai sair do mundo só de hidráulica e crescer em solar e eólica.".
A Cemig possui negócios em geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, além de operações de comercialização e outros ativos, incluindo uma distribuidora de gás natural canalizado.
Antecipação do 13º e diferimento do FGTS injetarão R$66 bi na economia, diz governo
BRASÍLIA (Reuters) - A antecipação do 13º de aposentados vai injetar 56 bilhões de reais na economia, disse nesta quarta-feira o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Já a postergação do recolhimento do FGTS que venceria no período maio-agosto, prevista em medida provisória anunciada na noite de terça-feira, vai injetar mais cerca de 10 bilhões de reais, disse o secretário de Trabalho, Bruno Dalcolmo.
Em pronunciamento à imprensa para comentar a criação de empregos formais em março, Guedes disse que, depois de ter relançado o programa BEm, de proteção ao emprego formal, o governo anunciará em breve a reedição do Pronampe, voltado para micro e pequenas empresas.
"Vem mais programas por aí", disse Guedes.
JBS inicia monitoramento de fornecedor indireto de gado com blockchain
SÃO PAULO (Reuters) - A JBS iniciou neste mês a utilização da Plataforma Pecuária Transparente, uma ferramenta criada pela empresa e demais parceiros com tecnologia blockchain que permite monitorar dados de terceiros sobre o fornecimento de gado que chega à companhia.
A empresa, segunda maior do mundo no setor de alimentos, já realiza o monitoramento de 100% dos fornecedores diretos de animais. Agora, o objetivo é que estes pecuaristas façam voluntariamente o cadastro de dados de seus respectivos fornecedores, que os abastecem nos demais elos do ciclo pecuário.
"Essa plataforma convida o produtor a fornecedor os dados dos fornecedores deles... para que eles tenham acesso aos mesmos requisitos socioambientais que já checamos dos produtores que negociam diretamente conosco", disse à Reuters Renato Costa, presidente da Friboi, unidade de bovinos da JBS no Brasil.
Em setembro do ano passado, a JBS lancou programa para monitoramento total até 2025 de todos os fornecedores indiretos de gado à companhia, um dos desafios do setor no combate a pecuaristas que atuam na ilegalidade e que colaboram com o desflorestamento.
De acordo com a companhia, alguns dos fatores que serão monitorados são: existência de desmatamento ilegal; respeito ao Código Florestal Brasileiro; se há invasão de terras indígenas ou unidades de conversação ambiental; trabalho análogo à escravidão e se há uso de áreas embargadas pelo Ibama.
"O resultado dessas análises será enviado diretamente ao fornecedor da JBS, que, pela primeira vez, terá visibilidade da conformidade socioambiental de toda sua cadeia de fornecimento. Com isso, poderá desenvolver planos para mitigar riscos e implementar ações para ajudar os produtores a regularizar as situações quando necessário."
O executivo não detalhou o valor investido no desenvolvimento da plataforma, em função do "período de silêncio" que antecede a divulgação do balanço financeiro, marcado para a primeira quinzena de maio.
Os dados serão enviados eletronicamente para validação da Agri Trace Rastreabilidade Animal, sistema da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Costa disse que a expectativa da empresa é ter informações cadastradas de 15% a 20% dos pecuaristas, sobre seus fornecedores, até o fim deste ano.
Ele acredita que o principal canal de fomento à iniciativa será na estrutura de compra de bovinos da companhia, onde diaramente há contato da equipe de originação com os fornecedores diretos.
Outra maneira é por meio dos "Escritórios Verdes", formado por equipes que vão ajudar principalmente os fornecedores dos fornecedores a regularizar sua situação ambiental.
A companhia instalou 13 Escritórios Verdes em unidades de processamento espalhadas pelo país: em Marabá e Redenção (PA), Porto Velho e São Miguel do Guaporé (RO) e mais sete em Mato Grosso: Alta Floresta, Confresa, Juara, Diamantino, Barra do Garças, Água Boa e Pontes e Lacerda. A iniciativa também chegou a Goiânia (GO) e Campo Grande (MS).
A estratégia de monitoramento por meio da nova plataforma está em linha com o compromisso da JBS de zerar seu balanço de emissões até 2040, anunciado no mês passado.
"(O objetivo é) que a cadeia de fornecedores de bovinos da companhia, incluindo os fornecedores dos fornecedores, esteja livre de desmatamento ilegal no Bioma Amazônia. O mesmo deve ocorrer nos demais biomas no Brasil até 2030", disse a empresa.
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