Será que vai chover no milho neste final de semana? O produtor de safrinha precisa desta resposta.
Qualidade das lavouras de milho 2ª safra piora no Paraná por falta de chuva
SÃO PAULO (Reuters) - A falta de chuvas no Paraná já prejudica a qualidade do milho segunda safra 2020/21, cujo plantio está em vias de terminar, enquanto produtores definem se continuam a semear as últimas áreas do cereal ou se o susbstituem pelo trigo, informou o Departamento de Economia Rural (Deral) nesta terça-feira.
No comparativo semanal, o órgão ligado ao governo estadual reduziu o percentual de áreas classificadas como boas de 92% para 76%. As áreas em condições médias, por sua vez, saíram de 7% para 21%, enquanto as lavouras consideradas ruins --com chance de perda -- passaram de 1% para os atuais 3%.
O analista do Deral Edmar Gervásio disse que, em situações pontuais, o milho "safrinha" sente impactos da estiagem, com sinais de déficit hídrico identificados ao noroeste do Paraná.
"Existe previsão de chuvas isoladas no Estado para esta semana. Se confirmado, pode diminuir a falta de água para as plantas", estimou.
Na véspera, a consultoria AgRural disse em nota que há problemas no milho segunda safra do centro-sul tanto em áreas que estão entrando em estágio reprodutivo, como em lavouras semeadas mais tarde, ainda em fase vegetativa, e parte dos produtores já fala em perda de potencial produtivo.
O plantio da safrinha permaneceu em 99% das áreas no Paraná, ante a semana anterior, conforme dados do Deral. No mesmo período de anos anteriores, a semeadura já havia sido concluída.
"É uma área muito pequena faltante, 18 mil hectares... tem relação com a estratégia do produtor que, por exemplo, declarou na pesquisa que iria plantar milho, mas no final muda de opção", afirmou o analista do Deral Edmar Gervásio.
Também pela ausência de chuvas, a semeadura de trigo no Paraná --maior Estado produtor da cultura-- não avançou na semana e segue inferior a 1%, afirmou à Reuters o analista do Deral Carlos Hugo Godinho.
"O plantio segue em regiões do leste e algumas áreas do norte do Estado. Quando chover, veremos alguma intensificação", disse.
Os volumes de chuvas previstos até o início da próxima semana no Paraná são relativamente baixos, inferiores à média histórica para o período, de acordo com dados do terminal da Refinitiv. Até a próxima segunda-feira, a maior parte do Estado verá precipitações de cerca de 10 milímetros apenas.
COLHEITA
Perto do fim, a colheita de soja alcançou 98% das áreas no Paraná, avanço de 3 pontos percentuais no comparativo semanal. No mesmo período da temporada anterior, os trabalhos estavam em 96%.
Segundo o Deral, 79% das áreas são consideradas boas e 21% médias, sem nenhum registro de lavouras em condições ruins. No entanto, em relação à semana passada houve uma queda na qualidade, visto que as áreas boas estavam em 86%.
Já a colheita do milho verão chegou a 92%, ante 88% na semana anterior. Um ano antes, o percentual era semelhante, de 91%.
Ibovespa fecha acima dos 119 mil pontos pela 1ª vez desde fevereiro
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta terça-feira, acima dos 119 mil pontos pela primeira vez em quase dois meses, favorecido pelo viés positivo em Wall Street, com Lojas Americanas e B2W capitaneando os ganhos.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com acréscimo de 0,3%, a 119.164,18 pontos, de acordo com dados preliminares, abandonando a fraqueza da manhã, quando quase perdeu o patamar de 118 mil pontos.
O volume financeiro somava 25,15 bilhões de reais, acima da média diária de abril (23,27 bilhões), mas ainda abaixo da média dos volumes transacionados nos meses anteriores.
Ações de tecnologia empurram S&P 500 para máxima recorde de fechamento, Nasdaq surfa na alta
(Reuters) - O índice S&P 500 registrou outra máxima recorde nesta terça-feira e o índice Nasdaq avançou conforme investidores afastavam preocupações com a suspensão da distribuição da vacina contra a Covid-19 da Johnson & Johnson e a forte inflação nos Estados Unidos.
As ações da farmacêutica atingiram a mínima de um mês antes de recuperarem parte das perdas, com os pedidos para interromper o uso de sua vacina contra a Covid-19 depois que seis mulheres desenvolveram coágulos sanguíneos raros representando um novo revés a esforços para combater a pandemia.
Segundo dados preliminares, o índice Dow Jones recuou 0,2%, aos 33.679,44 pontos, o S&P 500 valorizou-se 0,33%, aos 4.141,66 pontos, e o Nasdaq teve alta de 1,05%, os 13.996,1 pontos.
Produção de etanol de milho no Brasil salta 58%; deve avançar ainda mais em 21/22
SÃO PAULO/NOVA YORK (Reuters) - A produção de etanol de milho no Brasil avançou 58% na última temporada, à medida que dezenas de usinas construídas no coração dos grãos do país ampliaram a fabricação do biocombustível, e analistas já projetam um crescimento anual de cerca de 25% para o novo ciclo 2021/22.
Segundo relatório publicado nesta terça-feira pela União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), as usinas que utilizam o milho como matéria-prima para o etanol produziram 2,57 bilhões de litros do combustível em 2020/21 (abril-março), o equivalente a quase 9% da produção total de etanol do país.
O Brasil historicamente fabrica etanol de cana-de-açúcar, mas uma enxurrada de investimentos nos últimos anos em Mato Grosso, maior produtor de grãos do país, colocou o cereal na lista de matérias-primas para produção do combustível, muito utilizado localmente --seja misturado à gasolina ou puro.
Algumas empresas norte-americanas, como o Summit Agricultural Group, estiveram por trás dos maiores investimentos.
A consultoria Agroconsult espera que a produção de etanol de milho atinja 3,2 bilhões de litros na temporada 2021/22, apesar das ofertas relativamente apertadas do cereal no mundo.
"Praticamente todos os produtores de etanol já assinaram contratos de longo prazo pelo milho; eles garantiram as ofertas", disse Fabio Meneghin, analista de grãos e etanol da Agroconsult.
Os atuais preços do biocombustível são positivos, disse ele, apesar das medidas restritivas impostas em diversas cidades em meio à pandemia de coronavírus.
A produção total de etanol no Brasil recuou quase 9% na temporada passada, para 30,36 bilhões de litros, informou a Unica, já que a maior parte das usinas de cana priorizou a produção de açúcar em detrimento do biocombustível, devido aos preços melhores do adoçante.
Meneghin disse, no entanto, que a oferta global apertada de milho continuará sendo um risco para a nascente indústria brasileira de etanol de milho. Outro risco, segundo ele, são os movimentos do governo em relação aos preços dos combustíveis.
Possíveis políticas para redução dos preços da gasolina acabariam limitando as cotações do etanol, já que ambos competem nas bombas.
Produção de açúcar e etanol do CS cai na 2ª quinzena de março, diz Unica
SÃO PAULO (Reuters) - A produção de açúcar do centro-sul do Brasil caiu 23,43% na segunda quinzena de março, para apenas 174 mil toneladas, com o setor contando com menos unidades em operação ao final da safra 2020/21, informou nesta terça-feira a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica).
A moagem de cana do centro-sul do Brasil recuou 33,18% na segunda quinzena de março, para 4,99 milhões de toneladas, enquanto a produção de etanol caiu 18,46% no mesmo período, para 372 milhões de litros, segundo a Unica.
Na segunda quinzena de março de 2021, 47 unidades produtoras estavam em operação no centro-sul, sendo 37 com produção de etanol de cana-de-açúcar, cinco empresas dedicadas à fabricação de etanol de milho e outras cinco unidades flex.
No mesmo período de 2020, o número de usinas em operação alcançava 87 empresas, sendo 76 delas com produção de etanol de cana-de-açúcar.
Governistas traçam estratégias para controlar rumos da CPI da Covid
BRASÍLIA (Reuters) - Senadores alinhados ao Palácio do Planalto traçaram uma série de estratégias para controlar os rumos da CPI da Covid, segundo fontes ouvidas pela Reuters, no momento em que a comissão deverá ter seu foco de atuação definido nesta terça-feira pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
A investigação parlamentar ganhou impulso após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso ter determinado na semana passada que o Senado instalasse uma CPI para apurar eventuais omissões e irregularidades do governo federal na pandemia.
Desde então, a estratégia de governistas --com o apoio do presidente Jair Bolsonaro, que não deseja a investigação-- é atuar em todas as frentes para tentar adiar ou, se não for possível, controlar os rumos da CPI, disseram fontes à Reuters.
Segundo uma delas, a intenção é tentar garantir uma investigação ampliada que envolva, além do governo federal, Estados e municípios. O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) apresentou um pedido de CPI nesses moldes e já conta com o apoio, segundo sua assessoria, de 41 dos 81 senadores.
"Por que querem tanto impedir a instalação de uma CPI mais ampla nessa pandemia? Nós somos os representantes dos Estados e o nosso foco é investigar a União, mas também as centenas de bilhões de reais que foram enviados aos Estados e municípios para o enfrentamento ao coronavírus", disse Girão nesta terça, em postagem no Twitter.
O próprio Bolsonaro reconheceu a estratégia em conversa por telefone com o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO), que foi gravada e divulgada pelo parlamentar, na qual o presidente disse temer um "relatório sacana" da comissão caso a apuração se concentre apenas no governo federal.
Entretanto, há dúvidas sobre o amparo regimental dessa linha de comissão de inquérito porque, em tese, uma CPI no Senado não poderia apurar fatos relativos a Estados e municípios. Rodrigo Pacheco decidiu consultar a Secretaria-Geral para tomar uma decisão a respeito, que deve ser anunciada nesta terça.
"Quem quer investigar tudo, não faz nada", resumiu uma fonte a respeito da estratégia da CPI ampliada.
Outra frente é buscar ganhar tempo e desacelerar o ímpeto da CPI, disse a mesma fonte. Para tanto, está em discussão, por exemplo, adiar o início dos trabalhos da comissão com o argumento de que não seria oportuno instalá-la pelos riscos de contaminação diante do pior momento da pandemia no país. A intenção é defender o avanço da vacinação e buscar esfriar os ânimos da investigação parlamentar.
Outra linha de atuação é buscar influenciar ao máximo a condução da CPI, conforme a fonte. A intenção é tentar garantir uma maioria de senadores alinhados ao Palácio do Planalto entre as 11 cadeiras de titulares da comissão, em especial para os dois nomes responsáveis pela condução das apurações, o presidente e o relator da CPI.
A avaliação de fontes do Senado é que a Casa tende a ser mais governista ou mesmo neutra e não tem imposto dificuldades, de maneira geral, para o governo. Uma das fontes disse que Rodrigo Pacheco --que se elegeu com o apoio de Bolsonaro-- não vai atrapalhar, mas não vai "colocar gasolina" em relação à CPI.
Na quarta, o STF vai se reunir para apreciar a decisão liminar de Barroso de determinar a instalação da CPI. A tendência do Supremo é chancelar a medida, mas deverá deixar a cargo do Senado a decisão sobre o funcionamento do colegiado na pandemia.
Pacheco deve ler requerimento de CPI da Covid nesta 3ª, governistas se mobilizam para minimizar danos
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), deve cumprir a promessa da última semana e ler nesta terça-feira o requerimento de criação de CPI para investigar a gestão do governo federal na área da Saúde.
A leitura em plenário, tida como certa na Casa por fontes consultadas pela Reuters, dá a partida para a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). A partir daí, abre-se a possibilidade da retirada de assinaturas -- para ser criada, a CPI precisa ter ao menos 27. No momento, o requerimento tem 34 assinaturas, sete além do necessário.
Restará ao governo trabalhar para minimizar os danos de uma CPI, seja ampliando o escopo da investigação para dividir seu trabalho em várias frentes, seja atuando para controlar seus rumos, trabalhando pela indicação de aliados para compô-la.
Governistas já se movimentam para que a CPI investigue Estados e municípios, mas consultores da Casa apontam que o regimento interno é explícito ao determinar que essa não é a competência do Senado.
Outra saída seria controlar postos-chave no colegiado.
No entanto, segundo o senador Renan Calheiros (MDB-AL) - que foi indicado por seu partido para compor a CPI - por ser a maior bancada da Casa, o MDB deveria ficar com a presidência ou a relatoria da comissão.
"É natural que MDB indique um dos dois cargos porque é a maior bancada, mas não necessariamente tem que ser eu", disse o senador à Reuters. O MDB, aliás, promete postura independente na CPI. O próprio Renan é um crítico de Jair Bolsonaro e sua postura durante a pandemia de Covid-19.
"O presidente do Senado deverá fazer a leitura e conferência das assinaturas e dá-se prazo até meia noite para senadores retirarem e colocarem assinaturas. Mas é uma tarefa dificílima (convencer a retirarem as assinaturas) porque as pessoas perdem com a retirada, não pega bem", avaliou.
Renan, que já presidiu a Casa, corroborou a tese que o Senado não tem competência para investigar governadores e prefeitos, mas poderia, no entanto, "seguir o caminho do dinheiro federal". Essa pode ser uma das estratégias as serem seguidas por governistas e, segundo o senador, há pouca resistência à ampliação do escopo da CPI.
Prova disso é que o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) apresentou requerimento à Mesa Diretora do Senado pedindo a ampliação do escopo da CPI, que deve ser respondido também na sessão desta terça. Vieira é um dos autores de ação que provocou a decisão na última quinta-feira do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso que determinou a instalação da comissão.
Já o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) partiu em coleta de assinaturas para uma segunda CPI, envolvendo os demais entes federados. Segundo a assessoria do parlamentar, o requerimento de Girão já conta com 41 assinaturas, incluindo a de representantes da oposição, como o do senador Paulo Paim (PT-RS).
Corregedor do Senado e presidente de comissão mista do Congresso que discute a reforma tributária, Roberto Rocha (PSDB-MA) disse ter apresentado um requerimento para uma CPI mista, envolvendo senadores e deputados, "para apurar eventual malversação do emprego de recursos financeiros da União transferidos para os Estados, o Distrito Federal e os municípios, destinados ao enfrentamento da pandemia no país".
Neste ponto, Renan avalia que pode ser feito um adendo para ampliar o fato determinado ou até mesmo fundir as duas CPIs. A que envolve apenas a atuação do governo federal contaria com 11 titulares, com uma composição ligeiramente mais independente. Já uma CPI com 7 membros, como se pretende com a que amplia o escopo de investigação, haveria uma "distorção" da proporcionalidade e um favorecimento do governo, disse o senador.
E, ainda na sexta-feira da semana passada, o vice-líder do governo no Senado, Carlos Viana (PSD-MG), iniciou mobilização de coleta de assinaturas para "uma investigação constitucional sobre a decisão monocrática do ministro Barroso". O senador aguarda, nesta terça, a leitura do requerimento da CPI para definir os próximos passos.
Diante de tantas tentativas, e da inerente imprevisibilidade que cerca uma CPI, apenas uma coisa é certa: o tema deve dominar os debates pelos próximos dias.
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