Preços vão subir mais? Na dúvida o melhor é vender no físico, e participar da alta (opções a futuro)
Vendas de etanol no centro-sul crescem com maior competitividade frente gasolina
SÃO PAULO (Reuters) - As vendas de etanol pelas unidades produtoras do centro-sul brasileiro aumentaram pela primeira vez por duas quinzenas seguidas na safra 2020/21, em momento em que o combustível ganha competitividade frente à gasolina apesar da entressafra de cana-de-açúcar, com usinas vendendo seus estoques.
Conforme dados da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) nesta quarta-feira, as vendas de etanol pelas usinas alcançaram 1,29 bilhão de litros nos primeiros 15 dias de fevereiro, aumento de 5,32% sobre a mesma quinzena de 2020, com o mercado interno absorvendo 98% do volume.
Na segunda quinzena de janeiro, a comercialização do produto já tinha aumentado, no primeiro crescimento quinzenal da safra 2020/21, uma temporada afetada pelos impactos da pandemia.
A competitividade do etanol ocorre em período de firmeza nas cotações internacionais do petróleo Brent, com alta de cerca de 30% no acumulado do ano, o que levou a Petrobras a aumentar o preço médio da gasolina nas suas refinarias em 35%, versus alta de 23,5% do rival etanol hidratado (média Cepea nas usinas de São Paulo).
"Na primeira quinzena de fevereiro entregamos um volume de etanol para as distribuidoras 5,32% maior do que no mesmo período de 2020, época em que a circulação ainda não havia sido restringida pela pandemia. De fato, nos primeiros 15 dias do mês, o etanol ganhou 'share' de mercado", disse o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, em mensagem à Reuters após a entidade ser questionada.
Dados da reguladora do mercado de combustíveis (ANP) citados pela Unica comprovam que a paridade está mais favorável ao etanol em importantes Estados produtores e consumidores, tais como São Paulo (69%, na semana entre 7 e 13 de fevereiro, versus 69,9% em período semelhante do ano passado) e Minas Gerais (66,4%, ante 69,7%).
Em São Paulo, principal produtor e consumidor brasileiro de etanol, a relação entre os dois combustíveis vinha acima do limite dos 70% --quando em geral vale mais a pena abastecer com gasolina)-- desde a semana de 15 a 21 de novembro do ano passado, passando a 69,8% na primeira semana deste mês.
Nas bombas, a gasolina subiu cerca de 9% no acumulado do ano, na média Brasil, segundo dados da ANP até a última semana, enquanto o etanol avançou menos, cerca de 6%.
De acordo com dados da Unica, o volume comercializado de etanol anidro (usado como mistura na gasolina) atingiu 425,13 milhões de litros no mercado doméstico na primeira quinzena de fevereiro, com alta de 8,18% sobre o mesmo período de 2020.
Já as vendas de etanol hidratado (rival da gasolina) aumentaram 3,85%, totalizando 839,72 milhões de litros, disse a Unica em relatório.
No acumulado desde o início da safra 2020/2021 até 16 de fevereiro, as vendas de etanol pelas empresas do centro-sul acumulam retração de 8,64%, somando 27,21 bilhões de litros, ainda sob impacto das medidas para controlar a Covid-19.
PRODUÇÃO
Com o setor de cana ainda na entressafra, a produção de etanol do centro-sul somou apenas 134 milhões de litros na primeira quinzena de fevereiro, alta de 28,8% na comparação anual, segundo a Unica.
Apenas três usinas de cana operavam até o final da primeira quinzena, além de cinco unidades de fabricação de etanol de milho e duas "flex" (para ambas matérias-primas).
A Unica disse que a produção de etanol de milho do centro-sul segue como destaque na entressafra de cana, respondendo por 110,9 milhões de litros do total na primeira metade do mês.
Eletrobras pode mais que dobrar de valor após privatização, projetam analistas
SÃO PAULO (Reuters) - O eventual sucesso na proposta do governo de privatizar a Eletrobras poderia mais que dobrar o valor das ações da companhia, disseram analistas de bancos em relatórios, embora com ressalvas de que o projeto deve sofrer resistência e ter um caminho difícil à frente no Congresso.
O presidente Jair Bolsonaro entregou na noite de terça-feira aos presidentes da Câmara e do Senado uma medida provisória sobre a desestatização, que ocorreria por meio de uma emissão de novas ações que diluiria a fatia do governo na elétrica.
"Evidentemente, há um significativo valor adicional a ser destravado se a privatização tiver sucesso. Nesse caso, nosso preço-alvo para ELET6 salta para 75 reais por ação", escreveu a equipe do BTG Pactual, sobre as ações preferenciais da empresa.
Os papéis PN da Eletrobras operavam a 35 reais nesta quarta-feira, em alta de cerca de 9% por volta das 11h45, após subirem mais de 10% na véspera.
"Nosso cenário de análise pós-capitalização (desestatização) sugere um valor hipotético no intervalo entre 58,3/91,3 reais por ação para ELET3 (ações ordinárias) e 63,8 reais/100,2 por ação para ELET6", projetaram analistas do Goldman Sachs.
Os papéis ordinários da Eletrobras subiam 6% nesta quarta-feira, a 34,63 reais.
"No entanto, observamos potenciais desafios para a aprovação da proposta, especialmente uma vez que a companhia ainda não tem um novo CEO indicado", alertou o Goldman, referindo-se ao anúncio pela companhia no final de janeiro sobre a saída de seu presidente-executivo Wilson Ferreira Jr. em meados de março.
Ferreira assumirá o comando da BR Distribuidora, em decisão tomada, segundo ele, após ver "perda de tração" na privatização da elétrica.
Os analistas do BTG disseram que a retomada da desestatização por MP, e não projeto de lei como antes, tem potencial de acelerar o processo, "mas ainda há riscos de que o texto expire antes de ser aprovado, especialmente considerando a residência à tentativa anterior (de privatização).
Em suas projeções de preço-alvo para as ações ordinárias da companhia em condições atuais, de 63 reais, o BTG disse levar em consideração uma chance de 50% de desestatização.
"O fato de que o presidente Bolsonaro entregou pessoalmente a MP ao Congresso mostra sinais muito mais fortes de comprometimento do governo em fazer isso acontecer", destacou.
Já o time de research do Credit Suisse disse que a decisão do governo de avançar com a privatização "é certamente positiva para a Eletrobras", mas destacou que "ainda precisamos de apoio político para que a proposta seja aprovada".
"Lembramos a investidores que o governo sofreu anteriormente (para avançar) com a privatização e, consequentemente, acreditamos que é importante ter uma visão mais clara sobre a opinião do Congresso em relação a essa nova MP."
O projeto de lei sobre a desestatização enviado ao Congresso pelo governo Bolsonaro no final de 2019 não andou, e sequer teve relator indicado.
A MP segue bases semelhantes previstas anteriormente no projeto de lei, com mudanças pontuais que aumentam contrapartidas exigidas da empresa após a operação.
A medida provisória precisa ser votada em 60 dias, prorrogáveis por mais 60, para se tornar lei. Enquanto isso, no entanto, seus dispositivos já vigoram, o que permitirá ao governo contratar o BNDES serviços técnicos relacionados à privatização.
Dólar recua ante real de olho em exterior e agenda de privatizações
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar apresentava queda contra o real nesta quarta-feira, acompanhando o comportamento da moeda norte-americana contra divisas arriscadas no exterior, à medida que os investidores avaliavam os riscos políticos e fiscais do Brasil em meio a sinalização de retomada da agenda de privatizações do governo.
Às 10:28, o dólar recuava 0,51%, a 5,4180 reais na venda, enquanto o contrato mais negociado de dólar futuro perdia 0,39%, a 5,422 reais.
No exterior, embora o índice do dólar contra uma cesta de pares fortes trabalhasse perto da estabilidade, ele operava perto de mínimas recentes, e a moeda norte-americana cedia terreno contra várias divisas consideradas arriscadas, como peso mexicano, peso chileno, rand sul-africano e dólar australiano.
Vários investidores citavam o impacto do discurso feito na véspera pelo chair do Federal Reserve, Jerome Powell, como um fator de pressão para o dólar no mundo todo. Powell reiterou que as taxas de juros dos Estados Unidos permanecerão baixas e que o Fed continuará comprando títulos para apoiar a economia.
Enquanto isso, no Brasil, depois que a interferência do presidente Jair Bolsonaro no comando da Petrobras abalou os mercados financeiros domésticos, os investidores paravam para analisar os riscos políticos e as perspectivas de privatizações no país.
"A repercussão havida no mercado financeiro de ceticismo e negatividade frente à intervenção do presidente (...), com reflexos em inúmeras outras estatais, além da irradiação de inseguranças e incertezas sobre as perspectivas para o país envolvido em agravados riscos impactantes, parece ter imposto ao governo a mudança de atitude assumindo, em princípio, a rota programática das privatizações", disse em nota Sidnei Nehme, economista e diretor-executivo da NGO Corretora.
O governo Bolsonaro entregou na noite de terça-feira uma medida provisória associada a seus planos de privatização da elétrica federal Eletrobras.
"Esse noticiário em torno da Eletrobras ajuda a reduzir preocupações com a guinada intervencionista do governo", explicou à Reuters Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco Mizuho.
Enquanto isso, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou na terça-feira que a Casa cumprirá seu papel ao aprovar o chamado protocolo fiscal e que, nesse contexto, irá negociar com o Ministério da Economia o pagamento do auxílio emergencial o mais rápido possível.
O relator da chamada PEC emergencial, senador Marcio Bittar (MDB-AC), apresentou na segunda-feira parecer preliminar à proposta para permitir a concessão de um ajuda residual neste ano aos mais vulneráveis.
Abordando o assunto em nota matinal, analistas da XP Investimentos disseram que "a expectativa de que a proposta viesse acompanhada de uma melhora no arcabouço fiscal brasileiro se confirmou – ainda que as medidas de contrapartida sejam menos ousadas do que no cenário ideal".
"Do lado negativo, o artigo não contém restrições e dá margem a um programa mais longo ou mais abrangente do que o sinalizado até agora. O risco na tramitação é elevado", completou.
Na véspera, a moeda norte-americana negociada no mercado interbancário registrou leve queda de 0,17%, a 5,4456 reais na venda.
O Banco Central fará nesta quarta-feira leilão de swap tradicional para rolagem de até 16 mil contratos com vencimento em junho e outubro de 2021.
IPCA-15 desacelera a 0,48% em fevereiro, mas tem maior nível para o mês em 4 anos por combustíveis
SÃO PAULO (Reuters) - Os preços de energia elétrica registraram queda e a prévia da inflação oficial brasileira seguiu em desaceleração em fevereiro, embora tenha marcado o nível mais alto para o mês em quatro anos sob pressão dos combustíveis.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) passou a subir 0,48% em fevereiro, de uma alta de 0,78% no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira.
Apesar do enfraquecimento, o resultado foi o mais alto para um mês de fevereiro desde 2017 (+0,54%). A expectativa em pesquisa da Reuters era de avanço de 0,46%.
Com isso, nos 12 meses até fevereiro o IPCA-15 passou a subir 4,57%, ante uma alta acumulada de 4,30% em janeiro e contra expectativa de 4,55%. Para 2021, a meta do governo é de uma inflação de 3,75%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA.
O resultado do IPCA-15 foi marcado pela alta de 1,11% dos Transportes, contra 0,14% em janeiro, sendo o grupo com maior impacto no índice. O aumento se deveu ao aumento de 3,34% dos preços dos combustíveis.
O maior impacto individual no IPCA-15 de feverieiro foi exercido pela gasolina, cujos preços subiram pelo oitavo mês consecutivo, a uma taxa de 3,52%. Óleo diesel (2,89%), etanol (2,36%) e gás veicular (0,61%) também avançaram.
Também se destacou o avanço de 2,39% nos custos da Educação, a maior variação no mês, devido aos reajustes anuais aplicados no início do ano letivo e à retirada de descontos adotados por algumas instituições de ensino ao longo de 2020 devido à pandemia de Covid-19.
O que ajudou a conter a pressão dos preços em fevereiro foi a queda de 0,74% de Habitação, após alta de 1,44% no mês anterior. A maior contribuição para esse resultado foi dada pela deflação de 4,24% nas tarifas de energia elétrica por conta da bandeira tarifária amarela em janeiro e fevereiro.
A questão dos preços dos combustíveis tem sido destaque desde o final da semana passada, quando o presidente Jair Bolsonaro anunciou que o governo decidiu indicar o general Joaquim Silva e Luna para assumir os cargos de conselheiro e presidente da Petrobras após atrito sobre combustíveis com o atual CEO da empresa, Roberto Castello Branco.
Acompanhando uma alta das cotações internacionais do petróleo, a Petrobras já reajustou o preço do diesel em mais de 27% no acumulado do ano, enquanto a gasolina nas refinarias da empresa subiu 35%.
Ao mesmo tempo, a desvalorização do real vem levantando cautela em relação aos preços.
O BC suspendeu seu compromisso de não elevar a Selic, mantida na última reunião em 2%. Alguns membros do colegiado defenderam que já fosse dado início à elevação da Selic, mas o entendimento predominante foi de que seria preferível aguardar a divulgação de mais informações sobre o cenário econômico e a pandemia do coronavírus..
A mediana das projeções de economistas consultados na pesquisa Focus do BC aponta alta de 3,82% para o IPCA em 2021.
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