Impeachment de Bolsonaro? Bobagem... "não há clima político para isso", diz senadora Simone Tebet (MDB)
Manifestação contra Dória hoje em Itapeva (SP)
Boulos discursa para a "massa" na Paulista no protesto por "impeachment".
Bolsonaro ironiza protesto por impeachment: “Carreata monstro?: 10 carros!”
Poder360
O presidente Jair Bolsonaro ironizou o tamanho de carreatas contra seu governo realizadas no fim de semana. A declaração foi feita em frente ao Palácio da Alvorada, residência oficial do chefe do Executivo, em resposta a um apoiador que disse ser de Campo Grande (MS).
“Campo Grande? Eu vi uma carreata monstro lá de uns 10 carros contra mim”, disse, sorrindo. Esse foi o único comentário de Bolsonaro sobre os protestos registrados em pelo menos 21 capitais brasileiras e o Distrito Federal.
No sábado (23.jan), os movimentos de esquerda Frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, com apoio da CUT (Central Única dos Trabalhadores), convocaram manifestações em 45 cidades. O MBL (Movimento Brasil Livre) e o Vem pra Rua, movimentos de direita, promoveram carreatas no domingo (24.jan). Em Brasília, o movimento levou cerca de 500 carros às ruas para um protesto pacífico, segundo a Polícia Militar do Distrito Federal.
Na conversa com apoiadores, divulgada em um canal do YouTube, o presidente disse novamente que decidirá até março se continua investindo na criação do Aliança pelo Brasil ou se optará pela filiação a um partido já existente.
“Em março, a gente vai reestudar se o partido decola ou não. Se não decolar, a gente vai ter que ter outro partido. Então não temos como nos preparar para as eleições de 22.”
Bolsonaro, atualmente sem partido, já havia determinado esse prazo para decidir sobre sua filiação. Disse nesta 2ª feira que não está em campanha para as próximas eleições presidenciais, mas que “o pessoal quer disputar” filiado a um partido que tenha a sua “simpatia”.
“É muita burocracia, é muito trabalho, certificação de fichas, depois passa pelo TSE [Tribunal Superior Eleitoral] também. O tempo está meio exíguo para gente. Não vamos deixar de continuar trabalhando, mas vou ter que decidir. Não é por mim, não estou fazendo campanha para 22”, disse.
QUEDA DE POPULARIDADE
Nesta 2ª feira, o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, disse que a queda na avaliação do presidente Jair Bolsonaro está associada a um “momento de bastante ruído” em torno de duas questões: a vacinação contra a covid-19 e o agravamento da pandemia em Manaus (AM).
O número 2 do Executivo disse, porém, que o cenário será melhor quando ficar “esclarecido” o trabalho que o governo tem feito tanto no plano de imunização quanto na contenção da crise na capital do Amazonas.
“O governo está fazendo o possível e o impossível para ter um fluxo contínuo [na vacinação]. E também aquela questão de Manaus, no momento que isso for esclarecido, acho que diminui esse ruído”, disse a jornalistas ao chegar ao Palácio do Planalto.
Queda de 3,75% na arrecadação em meio à pandemia foi resultado "excelente", diz Guedes
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta segunda-feira que a queda nominal de 3,75% verificada na arrecadação federal em 2020 foi um resultado "excelente", considerando o desafio da pandemia da Covid-19 enfrentado pelo país e o mundo.
Guedes frisou que a queda de 30% das receitas vista em maio prenunciava um "ambiente caótico" que não se confirmou, após medidas tomadas pelo governo.
Segundo o ministro, de um total de mais de 80 bilhões de reais em tributos diferidos, apenas cerca de 8 bilhões de reais não foram pagos pelos contribuintes.
Em rápida fala à imprensa, Guedes disse, ainda, que a economia brasileira teve uma retomada em formato de V e está agora à espera da aprovação das reformas.
Segundo Guedes, os dados do emprego formal de dezembro, que serão divulgados esta semana, devem confirmar a expectativa de que o Brasil não sofreu redução de vagas com carteira assinada em 2020.
Em entrevistas, Tebet evita críticas a Bolsonaro e afasta possível impeachment
Disse que não há clima político; Defendeu manter teto de gastos
A senadora Simone Tebet (MDB-MS), candidata à presidência da Casa, evitou fazer críticas contundentes contra o presidente Jair Bolsonaro e minimizou a possibilidade de impeachment em entrevistas publicadas nesta 2ª feira (25.jan.2021).
A senadora argumentou que não há clima político para a abertura desse tipo de processo contra Bolsonaro. O fim de semana foi marcado por carreatas e protestos pedindo o afastamento do presidente.
Tebet concedeu entrevistas aos jornais Estado de S. Paulo (assinantes), O Globo (assinantes), Folha de S.Paulo, Uol e Congresso em Foco. No fim de semana, Tebet enviou aos senadores uma carta pregando independência. Eis a íntegra (242 KB).
Sobre o auxílio emergencial, Tebet discordou de seu concorrente Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que é apoiado pelo Planalto e pelo atual presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Pacheco disse na última semana que não descarta quebrar o teto de gastos para retomar algum tipo de auxílio emergencial para a população. Os 2 candidatos também divergem sobre quando devem ser discutidas as reformas econômicas pendentes.
Já na disputa eleitoral, Pacheco tem ampla vantagem sobre Tebet, que tenta convencer senadores que apoiam o demista de que haverá unidade em seu partido. O Poder360 mostrou que nem todos da bancada do MDB devem votar na senadora.
Com os apoios já anunciados e dissidências sabidas, Pacheco teria virtualmente 47 votos. O Senado confirmou que é preciso ao menos 41 votos para ser eleito. A emedebista teria hoje 29 votos.
O voto, entretanto, é secreto, o que permite dissidências nas bancadas que já anunciaram apoios a outro candidato. O PP por exemplo, que apoiou Pacheco, tem o senador Esperidião Amin (SC), que declarou voto em Tebet.
Além do próprio MDB, que ainda tem 2 votos a serem conquistados pela senadora, o Podemos também não conseguiu entregar os seus 9 votos a Tebet. Romário (Podemos-RJ) e Marcos do Val (Podemos-ES) devem ir com Pacheco. Já o PSDB se dividiu e a maioria ficou do lado do mineiro.
Lira diz que tributária é urgente e que não pensa em manter ou trocar relator
Deputado quer aprovar reformas; Relator atual é Aguinaldo Ribeiro
O deputado Arthur Lira (PP-AL), candidato a presidente da Câmara e atualmente o favorito a vencer a disputa, disse na manhã desta 2ª feira (25.jan.2021) considerar urgente a entrega de um relatório da reforma tributária.
O relator da proposta é Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Apesar de correligionário de Lira, Aguinaldo é um dos deputados mais próximos de Rodrigo Maia (DEM-RJ), atual presidente da Câmara e principal articulador da candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP).
Baleia é o maior adversário de Lira. O próprio Aguinaldo chegou a se movimentar para ser candidato, mas acabou apoiando o emedebista.
Perguntado se, caso eleito, trocaria o relator da proposta, Lira respondeu o seguinte: “Não sei nem se vou ser eleito presidente, quanto mais as relatorias”.
“A reforma tributária está [na Câmara] há 1 ano e 10 meses e ninguém tem relatório”, declarou. O relator é o responsável por modificar o texto inicial de uma proposta para que o projeto tenha os apoios necessários para aprovação.
“É muito pequeno perguntar, ou a gente se posicionar, se esse ou aquele relator vai permanecer. Às vezes o cara permanece e tem o relatório dele reprovado na comissão especial. Nunca passou por mim nenhum tipo de pensamento nesse sentido. É importante que se apresente o relatório”, disse Lira.
“Não tem como discutir se não tiver relatório. Eu peço aos deputados da minha bancada que nunca emitam opinião se é contra ou a favor de determinada PEC, porque a gente está vendo só como ela chegou”, disse. “Nunca uma matéria sai do jeito que entra”, declarou o deputado.
Lira tem afirmado, que se eleito, terá como prioridades a PEC Emergencial (que permite ao governo cortar gastos obrigatórios temporariamente), a reforma administrativa e a reforma tributária. Tudo no 1º ano à frente da Casa.
“Nós temos dentro do Orçamento inúmeras situações que podem ser revistas. Nós estamos com 96% de despesas obrigatórias amarrando o Orçamento”, declarou.
“O que a Câmara precisa fazer, o Senado precisa fazer, e vem muito na PEC Emergencial, é justamente isso. Dar mais liberdade. E, aí sim, sem apontar abono, sem apontar aposentados, você vai logo na ferida mais dura, é apontar caminhos de desindexação, de possibilidade gatilhos, de… qual o outro termo? Desindexação… desvinculação”, disse Arthur Lira.
A indexação é a obrigação de aumentar despesas de acordo com índice de preços, como, por exemplo, a correção do salário mínimo. A vinculação é a obrigação de destinar um percentual mínimo da arrecadação para determinada área.
Ele afirmou que uma das despesas que poderiam ser debatidas, caso seja eleito, é o abono salarial. “Vão ser discutidos todos os assuntos. O que não quer dizer que a margem para resolver, por exemplo, um programa novo, seja somente nas costas do abono”.
Ele também disse é impossível para o país prorrogar o Estado de calamidade e o Orçamento de Guerra.
A calamidade desobrigou o governo de cumprir a meta fiscal. O Orçamento de Guerra criou uma conta separada para o Executivo lançar as despesas da pandemia. “A princípio, eu não vejo nenhuma hipótese de nós termos uma prorrogação da PEC da Guerra”, disse.
CONTEXTO
Arthur Lira concorre à presidência da Câmara com o apoio do governo federal. Ele é líder do Centrão e se aproximou de Jair Bolsonaro ao longo de 2020. Está em campanha há meses. Se a eleição fosse hoje, provavelmente seria o vencedor.
Baleia Rossi tem o apoio do grupo político de Rodrigo Maia e das cúpulas dos principais partidos de esquerda. Virou candidato apenas no final de dezembro.
A eleição será em 1º de fevereiro. São necessários ao menos 257 votos para ser eleito, se todos os 513 deputados votarem. Quem vencer terá mandato de 2 anos à frente da Casa.
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