Bolsonaro faz duro ataque contra "canalhas" da extrema-imprensa: "a verdade está nas mídias sociais"
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro usou um discurso durante formatura de policiais militares no Rio de Janeiro para atacar a imprensa e afirmar, sem entrar em detalhes, que os jornalistas não estão "ao lado da verdade, da honra e da lei" e que são contrários aos policiais.
Os ataques aos jornalistas ocorrem no mesmo dia em que a revista Crusoé também traz matéria sobre o suposto auxílio da Abin, um órgão de Estado ligado ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República ao filho do presidente, senador Flávio Bolsonaro.
"Não se esqueçam disso: essa imprensa jamais estará do lado da verdade, da honra e da lei", disse Bolsonaro se dirigindo aos PMs recém-formados em um discurso exaltado durante a cerimônia.
Bolsonaro reclamou que, o que chamou de boas iniciativas de seu governo, não têm o reconhecimento da imprensa e defendeu que os policiais recorram às redes sociais para se informarem.
"Não esperemos da imprensa a verdade! Jamais ela estará do lado deles... somos persistentes e perseguiremos a verdade e sempre estaremos ao lado da verdade e da lei e de homens de bem e não de canalhas", frisou o presidente ao citar os bilhões de reais gastos com o auxílio emergencial durante a pandemia de Covid-19.
"Contamos com o povo maravilhoso e a liberdade das mídias sociais, que essas sim trazem a verdade para vocês. Uma fábrica de fake news está em grande parte da imprensa brasileira. Isso é uma vergonha para o mundo", atacou.
Um dia após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir pela obrigatoriedade da vacina contra Covid-19, contrariando posição que vem frequentemente sendo defendida por Bolsonaro, o presidente também disse em seu discurso que o principal poder do Brasil é o povo.
"Jamais a nossa democracia e nossa liberdade serão ameaçadas por quem quer que seja. Entendam uma coisa: os três Poderes são independentes e harmônicos, mas o maior poder é do povo brasileiro", afirmou.
Bolsonaro critica STF e diz que no Brasil ninguem será obrigado a se vacinar
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro criticou na noite de quinta-feira a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que deu direito aos governos federal, estaduais e municipais a imporem restrições a quem não tomar a vacina contra Covid-19 e afirmou que possivelmente não haverá medicamento suficiente para todos em 2021.
"O que o Supremo decidiu? Se você não quiser tomar vacina, eu, o presidente da República, os governadores ou prefeitos podem impor medidas restritivas a você. Não pode tirar passaporte, carteira de habilitação, pode botar em prisão domiciliar, olha que lindo", reclamou o presidente em sua live semanal.
A decisão do STF, tomada na quinta-feira por 10 votos a 1, diz que a vacinação contra Covid-19 deve ser obrigatória, mas não pode ser forçada. Nesse sentimento, definiram os ministros, as instâncias de governo podem impor sanções a quem decidir não se vacinar.
Bolsonaro, que é contrário à obrigatoriedade, já afirmou que não tomará a vacina e chegou a anunciar que seria obrigatório assinar um termo de responsabilidade de quem tomasse, o que foi descartado pelo Ministério da Saúde.
Na live, Bolsonaro afirmou que o governo federal não irá impor nenhuma restrição.
"Da minha parte, zero. Agora, todos os governadores vão impor medidas restritivas? Eu não acredito. Eu não quero botar a mão no fogo por ninguém. Eu acho difícil, não acredito", disse.
O presidente disse ainda acreditar que o país não irá ter vacinas para todos os brasileiros em 2021. O planejamento do Ministério da Saúde é terminar a vacinação geral em 16 meses, de acordo com plano entregue ao STF.
"O ano que vem, dificilmente... Vamos supor que comece no final de janeiro, não temos como conseguir a vacina pra todo mundo até o final do ano. Então não vai ter medida restritiva nenhuma. O cara pode falar: 'eu quero tomar'. Mas não tem", disse. "Pode ser uma medida inócua do Supremo. Com todo o respeito ao Supremo Tribunal Federal, entrou em uma bola dividida, meu Deus do céu, não precisava disso.".
Justiça derruba medidas restritivas em Búzios após manifestação dos moradores
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Justiça do Rio de Janeiro suspendeu, nesta sexta-feira, a decisão que impunha medidas restritivas na cidade turística de Búzios, autorizando o funcionamento de hotéis e lojas e revertendo o fechamento das praias.
Um juiz da comarca de Búzios havia determinado o fechamento dos hotéis da cidade e proibido o acesso às praias com o objetivo de enfrentar a aceleração da Covid-19.
No entanto, o presidente do Tribunal de Justiça do Estado, desembargador Cláudio de Mello Tavares, derrubou a decisão nesta sexta-feira, depois que a medida inicial gerou uma onda de protestos em Búzios.
“Configurados o manifesto interesse público e a grave lesão à ordem e à economia públicas que a decisão judicial impugnada está a causar, há de ser deferido o pedido de suspensão", disse o desembargador em sua decisão.
Na quinta-feira, comerciantes, empresários e prestadores de serviços foram às ruas da cidade, formando aglomerações, para protestar contra as medidas restritivas. Alguns dos principais pontos de acesso e saída da cidade chegaram a ser bloqueados e interditados.
O esvaziamento de hotéis e fechamento de praias fora determinado depois que a cidade não cumpriu um acordo judicial que previa a ampliação da rede de saúde do município para fazer frente ao aumento de casos de Covid-19.
Brasil quer exportar 6% mais carne bovina em 2021, e mira novos mercados
SÃO PAULO (Reuters) - Os produtores de carne bovina do Brasil planejam aumentar os volumes exportados em 6% no ano que vem, à medida que negociam acesso a novos mercados na Ásia e América do Norte, disse a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) nesta sexta-feira.
A Abiec estimou que o Brasil, maior fornecedor global da proteína, pode exportar 2,141 milhões de toneladas no próximo ano, volume avaliado em 8,789 bilhões de dólares.
O Brasil está negociando acordos para venda de carne bovina "in natura" para Canadá, Japão, Coreia do Sul e México, disseram autoridades da Abiec. Atualmente, o Brasil exporta o produto processado para o Canadá.
Juntos, esses países importam cerca de 1,3 milhão de toneladas de carne bovina "in natura" por ano, ou cerca de 12,5% do mercado internacional.
A Abiec disse que as empresas brasileiras poderiam fornecer cerca de 260 mil toneladas por ano para os quatro países, representando receita potencial de 1,5 bilhão de dólares.
Ainda assim, a China continuaria sendo responsável pela maior parte das exportações de carne bovina do Brasil, após abocanhar 42,2% dos embarques entre janeiro e novembro deste ano, segundo a Abiec.
O Brasil possui atualmente 35 fábricas autorizadas a vender produtos para a China, e busca a aprovação para outras 26 unidades no curto prazo, afirmou Antônio Camardelli, presidente da Abiec.
Em relação a 2020, o Brasil está encerrando o ano com exportações recordes de carne bovina, com o setor sendo menos afetado do que concorrentes globais devido à pandemia.
As exportações histórias do Brasil ocorreram em meio a interrupções nas operações de algumas unidades em países como os Estados Unidos e Austrália, como consequência do coronavírus.
Segundo apresentação da Abiec, "quase nenhum" frigorífico brasileiro teve de parar operações em função de questões de saúde relacionadas à Covid-19.
As exportações do país sul-americano devem fechar 2020 com um valor sem precedentes de 8,533 bilhões de dólares, com volumes embarcados em um ano superando 2 milhões de toneladas pela primeira vez, segundo a Abiec.
No ano passado, as exportações brasileiras de carne bovina atingiram 7,6 bilhões de dólares, com embarques de 1,866 milhão de toneladas.
ONS espera maior demanda por energia no mês e mantém expectativa de chuvas no Sudeste
SÃO PAULO (Reuters) - O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) projetou nesta sexta-feira que a demanda por energia no sistema interligado do Brasil deve avançar 5,1% em dezembro ante mesmo mês do ano passado, aumentando a expectativa ante a projeção da semana anterior, de alta de 4%.
O aumento da demanda mostra retomada da atividades após "lockdowns" pela Covid-19 que fizeram a carga de energia desabar 12% em abril, quando governos estaduais e prefeituras decretaram quarentenas para conter a disseminação do vírus.
A demanda por energia deve saltar 7,3% em dezembro no Sudeste, ante previsão da semana passada de aumento de 5,9% na comparação anual. No Norte, a expectativa de alta foi reduzida para 3,9%, ante 6,2%.
No Nordeste, o ONS vê alta de 0,5% da carga em dezembro, enquanto no Sul prevê aumento de 2,8% ante o mesmo mês do ano passado, versus previsão de estabilidade na semana anterior.
CHUVAS
As chuvas na região das hidrelétricas, principal fonte de geração do Brasil, devem ser equivalentes a 61% e 51% da média histórica para o mês no Sudeste e no Nordeste, respectivamente, que concentram os maiores reservatórios, segundo o ONS, que viu uma ligeira melhora nas precipitações ao norte do país.
As projeções para o Sudeste foram mantidas ante a semana anterior.
No Sul, o ONS aumentou a previsão de precipitações para 98% da média (ante 92%).
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Elvio Zanini Sinop - MT
Ninguém é obrigado à nada; Vacina somente a quem realmente necessita...